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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Dias is That Damn Good #211 – "Pro Wrestling e Cinema"

Boas Pessoal!



Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", o espaço com mais história na nossa CWO ;)

Desenganem-se aqueles que pelo subtítulo julgaram que este texto iria debruçar-se sobre a WWE Filmes, as estrelas da modalidade que brilham em Hollywood ou, ainda, sobre as vantagens da participação de actores e actrizes consagrados na programação das maiores companhias de Pro Wrestling. Não, não é disso que este artigo trata.
A presente edição do Dias is That Damn Good irá analisar e procurar explicar, antes, a importância que a produção do estilo cinematográfico poderá desempenhar se bem adaptada á indústria do sports entertainment, assim como melhorar substancialmente a sua qualidade, interesse e poder de atracção.


Não percam, por isso, as próximas linhas…



Como já tive oportunidade de referir por diversas ocasiões, o Pro Wrestling não trata de uma luta verdadeira e real, versa antes sobre um combate e confronto que é encenado e durante o qual os seus participantes, os wrestlers, procuram contar ás plateias e telespectadores uma história, utilizando-se da capacidade atlética dos seus corpos. No mesmo sentido, o sports entertainment, estilo mais capaz e que melhores resultados demonstrou na sua disseminação e expansão ao grande público e massas, acrescentando-lhe uma vertente fundamental de entretenimento, como os gimmicks, as entrances e as storylines, procura dotar os diversos embates de uma razão e factor aditivo de interesse, capaz de entusiasmar o público-alvo, ao mesmo tempo que assegura os números, em vendas e ratings, que  tornam num sucesso. Ora é a este fenómeno e situação que normalmente damos o nome de build up…


No entanto, se olhar-mos para a actualidade e, em particular, para as duas promotoras de maior visibilidade em solo norte-americano e por consequência mundial – A WWE e a TNA – verificamos que esta fórmula de sucesso tem perdido muita da sua preponderância e sido, inclusive, negligenciada. Pois ao focaram-se cada vez mais no trabalho atlético dos seus praticantes e ao colocarem praticamente todo o enfase no desenrolar dos próprios combates, em claro detrimento do entretenimento, é isso que tem acontecido. E essa situação está a revelar-se e a repercutir efeitos e consequências amplamente negativos, que se reflectem na perda de assistências, de telespectadores e ratings, numa enorme queda dos buyrates de PPVs e, acima de tudo, a um nível estrutural, no decréscimo da importância e influencia que a programação ligada ao Pro Wrestling detem no mercado televisivo – sua grande fonte de rendimentos.



Há uns anos, Paul Levesque – aka Triple H – instado a dar a sua opinião sobre o que diferia o Pro Wrestling das Mixed Martial Arts, referiu que o Pro Wrestling era como o Rocky, e eu não posso encontrar uma analogia e-ou exemplo mais feliz. De facto o Pro Wrestling na sua interpretação e leitura de maior sucesso, o Sports Entertainment, tem muito de Rocky. Infelizmente, ultimamente, não tem tido ou pelo menos não tem tido tanto quanto deveria. Caso contrário, não assistia-mos recorrentemente e de um modo constante á marcação de combates sem qualquer história ou razão que justifique o confronto entre os seus intervenientes, á repetição exaustiva dos mesmos matches, á construção de cards de PPVs sem qualquer alcance e interesse, á inexistência de grandes angles e storylines que prendam a atenção dos fãs, sejam eles espectadores ou telespectadores e chamar novos públicos, etc. Portanto, não basta dizer que o Pro Wrestling é como o Rocky, só porque deve se-lo e essa é a verdade, é necessário fazer com que a modalidade e os seus conteúdos, realmente, se comportam e-ou apresentem como tal.


Deste modo, ir de encontro ao pensamento e ideia transmitidos por Triple H, passa por dar uma atenção e importância muito maiores ao build up. Passa por olhar para os grande filmes de acção – ou de porrada como lhes quiserem chamar lol – e compreender como é imprescindível criar toda uma história, enredo e caminho que despertem o interesse para o derradeiro encontro e dessa forma o tornem super atractivo. Passará, ainda e sempre, por conseguir, através de avanços e recuos, que ambos os adversários não combatam entre si até ao match que se pretende vender e, ao mesmo tempo, que se enfrentam sem ser por palavras o mínimo possível. Por outro lado, acredito que as clássicas entrevistas e promos de backstage estão completamente ultrapassadas e que é necessário incorporar novas formas de promoção de combates e rivalidades…penso ser importante dar destaque, por exemplo, aos treinos de ambos os adversários, atribuir uma banda sonora ou música tipo á feud – muito como acontece no filme Rocky…enfim, um conjunto de técnicas que a vertente cinematográfica utiliza nos seus filmes e que, como disse, bem aplicadas e adaptadas ao Pro Wrestling, certamente, trariam uma maior qualidade e capacidade de atracção.


E vocês, pensam que a utilização de algumas técnicas da indústria cinematográfica poderiam ajudar na produção do Pro Wrestling?! De que modo?! Que tipo de técnicas?!



Um Abraço,
Dias Ferreira


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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Dias is That Damn Good #210 – "Lack of Attitude and Ambition"

Boas Pessoal!


Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", o espaço com mais história na nossa CWO ;)

Ao longo do último mês, algumas das declarações proferidas por Vince McMahon no podcast de Steve Austin geraram um sem número de reacções negativas na comunidade de wrestling online e no próprio balneário da WWE.

Ora, tendo em conta que o aspecto mais duro e frio das suas declarações está relacionado com a resposta á questão – O que difere os talentos de hoje daqueles que compunham o roster da WWE nos tempos de Steve Austin – á qual Vince respondeu que os talentos actuais denotam alguma falta de atitude e ambição face aos seus antecessores, julgo ser importante avaliar a justeza destas afirmações, o que pode ter levado McMahon a proferi-las e, inclusive, que condições e contexto levam a que esta mesma ideia e questão possa ser levantada.


Será, portanto, a este role de interrogações que procurarei responder no desenvolvimento do presente texto. Não percam, por isso, as próximas linhas…



Confesso que a primeira leitura e análise que fiz a toda esta problemática me levou a considera-la, de uma modo simplista, numa mera tentativa de espicaçar e motivar os talentos. Contudo, se nos debruçar-mos sobre este fenómeno de uma forma mais profunda, facilmente, compreendemos que a raíz do problema é bastante mais complexa e ramificada. Uma raíz que toca em aspectos fundamentais, que se interligam e complementam entre si. A falta de experiencia e maturidade dos novos talentos, a inexistência de uma planificação e rumo criativos e, ainda, os constrangimentos causados pelas fantásticas parcerias e acordos financeiro-económicos.

Relativamente á primeira situação que levantei, é necessário compreender que a ausência dos antigos territórios, da WCW e de uma alternativa á WWE, no que respeita a actuar para grandes e largos públicos, provoca necessariamente um desenvolvimento mais lento e de qualidade inferior aos jovens wrestlers, uma vez que se veem obrigrados a actuar para pequenas plateias no circuito independente onde, compreensivelmente, necessitam de capacitar-se e de recorrer a um estilo que é bastante diferente daquele que as cameras de tv e um público main stream exigem. Essa situação, como é natural, reflecte-se numa maior dificuldade de adaptação á WWE e seus fãs. Por outro lado, ao longo dos últimos anos, assistiu-se a uma brutal perda de importância do factor criativo, sendo cada vez menor em número e qualidade a apresentação de gimmicks e storylines com real interesse, capazes de entusiasmar as massas e, sobretudo, de alimentar a construção de grandes combates e confrontos que se querem épicos. Por último, se por um lado todas as grandes parcerias e acordos comerciais vieram dar á WWE inúmeros proveitos financeiro-económicos e uma consequente estabilidade, não deixa de ser um facto, por outro prisma, que as condicionantes e constrangimentos por eles impostos no que se refere á abordagem de temas controversos e fracturantes da sociedade norte-americana e, até, global veem impedir, de um movo evidente, muito material criativo – outside of the box – e de tremendo potencial.



Se em todo o caso consideram que aquilo que escrevi anteriormente é demasiado abastracto e sentem dificuldade em identifica-lo ou reconhece-lo na prática, então deixem-me que concretize com exemplos bem actuais e visíveis. O roster principal da WWE é constituído na sua maioria por antigos indy guys e aqueles que não o são, proveem dos territórios de desenvolvimento da empresa, apresentando, por isso, poucos anos de actividade na modalidade e a consequente falta de experiencia que decorre dessa situação. Mas a falta de experiencia não se reflecte em juventude, basta que para isso verifiquemos que apenas Roman Reigns e Bray Wyatt não chegaram ao 30 anos. Ora toda esta situação vem comprovar a lentidão que pauto o actual processo de desenvolvimento das novas estrelas, mesmo com o auxílio dos territórios de desenvolvimento, do WWE Performance Center e do programa NXT. Neste sentido, consigo compreender que são colocadas mais e maiores dificuldades e desafios ao processo criativo e ás equipas responsáveis pelo mesmo, porque se torna fundamental produzir mais e melhor, mas também dar a protecção necessária aos jovens talentos no sentido de realçar as suas qualidades e corrigir e-ou disfarçar os seus defeitos. Mas já não consigo aceitar a fala de qualidade dos writers que a compõem, nem a apatia e benevolência de quem lidera. Pergunto se é aceitável que RAW após RAW e SmackDown após SmackDown assista-mos a programas inteiros sem quaisquer histórias ou acontecimento de relevo? Questiono se fará sentido construir um card com combates completamente aleatórios e sem que razões de relevo levem os participantes a enfrentar-se?

Depois, há também a questão da protecção aos talentos de que falei e que está a ser completamente negligenciada. Se programa atrás de programa assisti-mos a John Cena vs. Seth Rollins e-ou a Dean Ambrose vs. Bray Wyatt, como esperam que o público não se farte? Esperam realmente que isso não desgaste os wrestlers em causa e que as plateias deixem de lhes reagir? Mais importante ainda, acreditam que um combate que ocorreu milhares de vezes seja capaz de entusiasmar alguém e de vender PPVs? Dizem, por exemplo, que o Roman Reigns tem ring skills e mic skills fracas, o que não deixa de ser um facto, mas se se trata de um jovem com excelente imagem, com grande carisma, com um personagem interessante e com elevado potencial, porque raio não o proteger? Esperam que alguém com pouca experiencia no ringue não leve com cânticos de boring quando tem de enfrentar o Big Show? Acham que uma cath phrase – Believe That – leva alguém a algum lado? E que é que lhe escreve promos de erda que até ao The Rock custariam a colocar over? Um bad ass não precisa falar muito, falar pouco até lhe um ar místico e maior interesse, mas quando fala, tem de dizer algo com impacto e substancia.


Enfim, todo um role de questões que me levam a pegar nas afirmações de Vince McMahon e a inverte-las…não acho que os talentos tenham falta de atitude e de ambição, penso sim que estão limitados pelo contexto em que surgiram na modalidade, pelas fraquíssimas equipas criativas que tem estado na WWE e pela própria postura apática e benevolente de quem dirige a companhia. Portanto, estou em querer que a quem tem faltado, claramente, atitude e ambição é a Vince McMahon.



E vocês, o que pensam das afirmações de Vince McMahon a respeito da falta de atitude e ambições dos jovens talentos?!



Um Abraço,
Dias Ferreira


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