WRESTLING SPAM TV

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dias is That Damn Good #165 - "Uma Pausa no Branding"

Boas Pessoal!



Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", um dos espaços mais antigos e com maior história na nossa CWO ;)

É verdade, depois de vários meses afastado destas lides "blogosféricas", cá me encontro, de regresso, mais maduro e melhor observador (pelo menos assim o espero XD), mas com a mesma visão construtiva e pensamento crítico sobre o Pro Wrestling que sempre pautaram os meus escritos e artigos de opinião.

Mas passemos ao que realmente interessa...

Como sabem, foi anunciado à pouco tempo que os programas WWE RAW e WWE SmackDown iriam passar a contar com todos os wrestlers da companhia, deixando os bookers e writers responsáveis por ambos os shows de estar limitados aos condicionalismos impostos aquando da criação do modelo das diferentes brands. Ora, esta questão vem alterar o paradigma que vinha sendo seguido pela WWE à largos anos e modificar, consequentemente, algumas estruturas do edifício da empresa...especialmente aquelas que estão ligadas às suas divisões e wrestlers, uma vez que o espaço e tempo de antena do mid card e do low card vai ser bastante mais reduzido (ao contrário do que acontecerá com o main event e o upper card).

É, então, por se tratar de uma questão importante no futuro da WWE e na forma como será concebida a própria modalidade daqui a diante, que me proponho abordar este "fenómeno" ao longo do presente artigo.

Não percam, portanto, as próximas linhas...


Aqueles que me conhecem e para quem a minha visão sobre a modalidade é familiar, sabem que sou um grande defensor do modelo branding. Mais, sou inclusive um grande defensor do modelo de PPVs exclusivos de cada brand (mas essa é uma outra "luta"). Na minha opinião, é fulcral a existência de diferentes programas/shows e da sua constituição com planteis e wrestlers exclusivos...mais que não seja, pela necessidade de apresentar um produto diversificado e de dar espaço para que as novas estrelas possam ser lançadas e ter o seu desenvolvimento junto das câmaras e públicos de uma forma coerente e sustentada. De facto, a história e os anos 90 fizeram-nos perceber que a existência de um main event demasiado alargado e com muitos nomes sonantes tornam difícil a gestão das companhias de Pro Wrestling e dos seus programas. Se por um lado é óptimo ter lutadores de qualidade e com grande reputação, por outro a sua manutenção prolongada no "topo" impede o aparecimento de novos valores, e essa situação leva a um estadio de enorme estagnação e desgaste, provocando um sentimento crescente de real desinteresse nos fãs e seguidores da modalidade. Aconteceu assim com a WCW, onde a existência de muitos wrestlers altamente consagrados como Hulk Hogan, Ric Flair, Sting, Randy Savage, Lex Luger, entre outros, foi secando tudo em seu redor e impedindo o aparecimento de novas gentes capazes de modernizar e rejuvenescer a companhia.

Por seu turno, a WWE conseguiu ultrapassar a rival WCW, apostando num paradigma bastante diferente. Já que a WCW tinha "reservado" para si os grandes nomes, restava à companhia de Vince McMahon criar novas estrelas, novas histórias e novas formas de entertenimento capazes de atrair para si o interesse dos fãs. Foi desta forma, com este espaço e neste contexto, que apareceram tipos como Shawn Michaels, Steve Austin, The Rock e Triple H...e a verdade é que mesmo após a aquisição da WCW, a WWE não esqueceu esta "fórmula do sucesso", pois a criação do branding foi uma resposta ao crescimento da WWE enquanto promotora de Pro Wrestling e ao alargamento do seu público, mas também e, sobretudo, para garantir que o elevado número de main eventers no plantel da empresa não iria ser um entrave ao aparecimento de novos lutadores, à sua modernização e ao seu rejuvenescimento.

Mas a actualidade na WWE é diferente...os tempos mudaram e as necessidades e problemas com que a companhia se depara também são outros. O modelo branding, por mais perfeito ou útil que seja, também apresenta os seus condicionalismos e traves mestras...e a verdade é que se os "itens" essenciais para a sua aplicação não estão preenchidos, torna-se necessário revêr este modelo ou suspendê-lo por algum tempo. É, então, neste sentido, que me declaro "solidário" com a opção que a WWE tomou de cancelar/suspender temporariamente o branding. Por vezes, é necessário dar um passo atrás para, depois, poder dar dois em frente.


Nos últimos tempos a companhia de Vince McMahon foi atingida por uma enorme vaga de abandonos e perdas, e essa situação deixou o seu main event demasiado exposto e fragilizado. Foi-se o JBL, foi-se o Batista, foi-se o Shawn Michaels, foi-se o Chris Jericho, foi-se o Edge, o Triple H e o Undertaker entraram na "pré-reforma", etc. Mas o problema maior, foi o facto de todos terem "abandonado o barco", sem que tivessem dado à WWE o tempo necessário para os substituir com a criação de novas "super-estrelas". As "lendas" não se fazem do dia para a noite...é necessário tempo, bons combates, boas storylines e feuds consequentes com lutadores consagrados (será sempre diferente a credibilidade de quem vence um R-Truth, daquela que tem um tipo que vence o Chris Jericho ou o JBL). Se reparar-mos, com atenção, no plantel da WWE, verificamos que apenas existem dois nomes que ganharam um estatuto indiscutível de lendas (John Cena e Randy Orton), ao qual podemos juntar, também, um outro (CM Punk) que, agora, começou a ganhar maior preponderância e destaque junto da WWE e dos fãs. Os restantes, por mais qualidade e potencial que tenham (como The Miz, Alberto Del Rio, Sheamus, Wade Barrett, Daniel Bryan, entre outros), são lutadores que apareceram à pouco tempo e que ainda estão à procura do seu espaço e consolidação no upper card e no main event da empresa.

É, então, para contornar esta situação que se torna imperioso alterar o rumo dos acontecimentos. Não podemos "jogar" da mesma forma quando as variáveis do "jogo" são diferentes. De momento, tal como os responsáveis da WWE, acredito que o mais importante passa por conseguir apresentar combates, feuds, programas e PPVs de qualidade, para que a empresa não seja afectada no que respeita à capacidade do seu produto final. É preciso dar mais espaço, maior visibilidade e mais tempo de antena aos jovens que ainda não conseguiram consolidar-se definitivamente no main event, é necessário torná-los mais experientes na participação de PPVs e é importante que aprendam a conviver com a responsabilidade e a pressão. Depois, quando a WWE tiver conseguido construir um main event mais alargado e com mais alternativas, poderemos retornar ao modelo branding. Acredito que seja difícil para o pessoal do low card e mid card conviver com esta situação, mas este é um mal menor e necessário, para que eles mais tarde venham a ter, de novo, o seu tempo e espaço, e a ajuda de novas grandes estrelas para os credibilizar e "pushar".


E VOCÊS, O QUE PENSAM DESTA PAUSA NO MODELO BRANDING!?

Bem, foi mais um "Dias is That Damn Good" que espero tenham gostado e comentem!
Um Abraço, Dias Ferreira!

0 comentários:

Enviar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More