Boas,
amigos da CWO nacional. Cá estou eu novamente aqui no Moore’s Wrestling Corner,
rubrica que já comemora a sua quinta edição no Wrestling Spam. O tema desta 5ª
edição volta a ser a Pro Wrestling Guerrilla, neste caso trata-se da minha
review pessoal do 11º aniversário da promotora californiana, o ‘Eleven’ que
teve lugar no local habitual em Reseda, no dia 26 de Julho.
- Tommaso Ciampa def. Rocky Romero
Bom combate a abrir o 11º aniversário da PWG. Tratam-se de dois wrestlers nem muito parecidos nem muito diferentes. Aqui vejo-me obrigado a retirar o que disse sobre o Ciampa na análise ao Field Of Honor. Foi diferente do que temos visto recentemente dele na ROH.
Gostei de ver os comentadores a salientar o escaldão do Ciampa para dar a sensação de mais impacto a cada back bump, apesar de ser bem visível. No fim o Ciampa venceu com uma Discus Lariat após a típica sequência de no-sells que a PWG costuma apresentar.
Tenho também de referir que o Ciampa tem crescido aos olhos dos fãs neste último ano. Há 1 ano era impensável ter uma reação maior que o Romero. Aqui isso aconteceu.
- Rating: ***1/4
- ACH def. Cedric Alexander
24! 24 minutos para um Cedric vs. ACH e não se pode dizer que tenha sido tempo mal empregue. É um perfeito exemplo de um combate extremamente "entertaing" sem nenhuma build por trás.
A 1ª metade, mais lenta, foi controlada pelo público (que pedia e tinha) e por ACH com o seu carisma natural e os dois participantes trabalharam bem o público para uma 2ª metade mais frenética, com high-flying e muito contra-ataque.
Curiosamente aqui já se tinha feito o spot que no Field Of Honor deu a vitória a Cedric, mas como ali em cima faz crer, aqui o ACH fez a kick-out. No fim ACH venceu com um 450 Splash que somente à 3ª foi de vez. Com um bom público trabalha-se bem melhor.
- Rating: ***1/2
- Best Friends def. Elgin/Gargano
Este ainda foi mais longo que o anterior e trata-se de um combate para "fazer descansar o público" na medida do possível. Construído de forma lenta do início ao fim, a 1ª parte deste foi comedy wrestling, como habitual num combate dos Best Friends.
Convém referir que Elgin e Gargano fizeram papel de heels.
Bom, tirando o que já foi dito, a 2ª metade foi bastante normal, só tendo alguns highlights quando os quatro estavam no ringue ao mesmo tempo. As kickouts foram sendo frequentes e o final foi explosivo: Reverse Piledriver do Trent? ao Gargano de cima do canto. O público ouviu-se mais do que em qualquer altura até agora.
- Rating: ***1/2
- Trevor Lee def. Kevin Steen
Até agora o combate que mais me agradou. Disputado a um ritmo mais rápido, exceptuando os momentos no ringside, não fiquei desiludido com a prestação do Trevor Lee num singles match frente a um adversário diferente de si.
Também aqui os fãs foram parte ativa, como não poderia deixar de ser até porque Kevin Steen esteve em ação e contribuíram para um combate animado.
Para espanto geral o Trevor conseguiu a kick-out do Package Piledriver e ganhou com um Roll Up. Kudos para o Steen pelo job mas honestamente preferia que tivesse sido para outro lutador. Possivelmente o Cedric, sei lá.
- Rating: ***1/2
»» Promo de despedida do Steen, a pôr over o Trevor Lee que nem há dois minutos estava a ser apupado e claro, a revelar o motivo pelo qual se ia embora: ajudar El Generico a cuidar dos órfãos em Tijuana.
- Kazarian def. Brian Kendrick
Um combate muito bom, bem construído e com muito boa selling, é isto que estes veteranos das indies ainda conseguem proporcionar. Um pouco mais moderado do que há uns anos era típico dos dois, com mais espaço a regular wrestling e menos a high-flying, mas os fãs não se hão de ter queixado.
Há que salientar: o Brian Kendrick fez papel de heel durante o combate, apesar de os fãs não o assumirem como tal. Ainda assim as maiores pops foram para o Kaz. Quem diria que o Kendrick chegou a ser campeão não oficial da WWE por 8 minutos?
Finalmente, só aponto uma coisa de negativo: um botch bem evidente dos dois no canto. Por pouco o Kaz não partiu o queixo.
Já estou farto de dar 3 e meio a tudo, mas é o que dou a este também.
- Rating: ***1/2
- #1 Contendership: Roderick Strong def. Adam Cole
Pronto, este já tem mais que ***1/2. Excelente combate, não tão longo como os últimos, o que permitiu que este fosse um all-out match técnico. Fast-paced q.b., com muito contra-ataque e algumas near-falls nos últimos minutos.
Também aqui o Adam fez o seu papel de heel muito bem num combate (cada vez mais raro) em que o Strong derrotou alguém.
Assim sendo, o Roddy tem a sua title shot que será mais um quase. Não vence claramente. Contudo, preferia que o Adam Cole tivesse ganho e assim teríamos Adam vs. Kyle III.
Como erro neste combate só tenho a apontar uma falha de comuniçãoo mesmo no final, antes do Sick Kick.
- Rating: ****
- PWG World Title: Kyle O'Reilly (c) def. Chris Hero
Antes de mais convém referir que o Hero está numa forma física péssima. Gordo e bem.
Passando ao combate, não foi mau mas, honestamente, desapontou-me. Foi muito longo e foi quase sempre disputado a um ritmo lento e nem os fãs na arena mostraram grande entusiasmo. Ainda assim há que admitir que foi bem trabalhado... simplesmente pedia mais.
A construção foi boa, com o Hero a trabalhar muito a perna do Kyle e o O'Reilly, ao contrário do hábito, a não trabalhar o braço do oponente. O'Reilly venceu e reteve o título com o ARMaggedon.
Resumindo: muita submissão, muito striking, mas a um ritmo lento para dar para mais de 30 minutos. Se tivesse durado 15 e fosse disputado a um ritmo em que os dois costumam trabalhar, mais meia estrela não deveria ser exagero. Assim... soube a pouco para o que eu antecipava.
- Rating: ***3/4
»» Após o combate o novo contender (Roderick Strong) foi ao ringue cumprimentar Kyle O'Reilly e entregar-lhe o título, com Kyle a sentir-se ofendido por Strong lhe roubar o spotlight, o que foi estranho porque o carisma de ambos não é nem de perto excelente. Depois Strong atacou o campeão com um Sick Kick e um Strong Breaker, pousou com o título e aplicou um novo Strong Breaker. #HEELTURN
- PWG World Tag Team Titles: World's Cutest Tag Team def. The Young Bucks (c) - Guerrila Warfare
Que há a dizer... excelente! Devo confessar que quando este combate foi anunciado olhei-o de lado. Não esperava que estes quatro conseguissem ter um hardcore de excelência, mas tiveram. E enquanto o que se viu mais pela internet foi o blade job grosseiro da Candice, a verdade é que o resto ficou meio na sombra disso. Não fazia ideia que tinha havido um Superkick com um ténis coberto por pionéses, nem que tinha havido um Spear para uma mesa quase a fechar o combate.
Bom, passando à análise mais concreta: tratou-se de um combate espetacular. Podemos chamá-lo de spotfest, mas um spotfest muito bem conduzido, com algum high-flying já esperado a complementar o hardcore, tudo bastante fast-paced, algo a que os fãs reagiram de um modo excelente. No final, o típico Balls-plex da Candice no Matt em cima de uns pionéses deu o título à World's Cutest Tag Team.
Há que referir que o spot do Spike Piledriver à Candice no ringside me deu arrepios. Não é todos os dias que a menina mais bonita do wrestling está num spot destes. Os meus parabéns à Candice pelo que se dispôs a fazer.
- Rating: ****1/2
»» Para acabar o show, o Steen e o Cole foram ao ringue para anunciar o fim dos Mount Rushmore devido à partida do Steen para a WWE. Um abraço de grupo teve lugar e de seguida Cole ao microfone disse: "We're sorry, we love you", fazendo lembrar HBK antes do Superkick a Flair. Um Triple Superkick acabou a estadia de Kevin Steen na PWG. Vamos sentir falta.
- Prestação da noite: Candice LeRae
- Melhor momento da noite: blade job de Candice
- Opinião final:
Bom show, mas não o melhor da PWG neste ano, muito por culpa de alguns combates de undercard e do pré-main event que me desapontou. Ainda assim, o main event compensou e bem e na minha opinião está ali um MOTY candidate se contarmos apenas a PWG. Em suma, e deixando de fora o Battle Of Los Angeles digo assim: é possível que no geral os restantes shows da PWG este ano sejam melhores, mas é bem provável que nenhum main event seja tão bom como o do Eleven.
- Rating final: 7.6/10
Terminada a minha review, uma vez mais, se quem já viu o show tiver uma opinião diferente da que eu tive, ou se quem ainda não viu ficou tentado a ver podem dizer de sua justiça aí em baixo nos comentários.
Resta-me despedir, fechando assim a 5ª edição do meu espaço. Um abraço,
Mauro Salgueiro Delca.
9 comentários:
Pah, comentar estes teus reviews é sempre um bocado ingrato porque não tendo assistido aos eventos, nunca consigo dizer grande coisa...ainda para mais, quando as tuas reviews me parecem bastante bem apresentadas e fundamentadas.
Vou tentar ver este PWG Eleven e depois, digo-te alguma coisa ;)
Entretanto, continuo a não conseguir compreender o sistema de pontuação que utilizas (julgo que é semelhante ao do Meltzer, certo?!), por isso, pedia-te que me explicasses essa cena das estrelas e dos 1/2 ou 1/4, etc. LOL
Continua o excelente trabalho,
Abraço ;)
É o sistema do Meltzer sim, mas julgo que ele seja mais rigoroso que eu. Eu simplesmente vejo o combate, acho excelente, mas não o acho perfeito, digamos, merece umas 4 estrelas, 4 e meio no máximo, se houver algo que tenha achado menos bom ou assim fica só pelas 4, ou comparo a outros ou assim. Nada de muito rigoroso honestamente.
Abraço.
Sim, o o que eu não percebo é tipo isto...
Rating: ***3/4
Isto significa que lhe deste 3 pontos e 3 quartos? lol
Exato :)
Right, sempre achei isso, mas como nunca confirmei, andava sempre meio coiso com as classificação lol
Thanks
Excelente review meu caro :)
Devo dizer que á bastante tempo que ansiava por este show. Posso dizer que foi o primeiro show que vi da PWG do ínicio ao fim e fiquei bastante satisfeito. O meu único problema com estes shows, é que em termos de Wrestling não há momentos para descansar efetivamente, e quando isto acontece eu como espetador acabo por não tirar o maior partido dos combates naquele momento, sendo que gosto de rever os combates um por um, a seu tempo no final. Tal não é um problema da PWG, já a ROH no PPV "Best in the World" foi assim.
Tomasso Ciampa vs Rocky Romero - Toda a gente sabe o grande worker que o Rocky Romero é, mas como tu frisaste e bem, é notória a evolução do Tomasso, que com aquela gimmick de "psicopath" e ring skills bem trabalhadas para a personagem, arrisca-se a ser dos melhores brawlers das Indys. Combate bem carregado pelo Rocky, a trazer muito do Tomasso ao de cima. Bom opener
ACH vs Cedric Alexander - 100% de acordo contigo, o combate foi muito entertaining, divertiu bem o público, utilizou bem o carisma natural do ACH para pôr o Cedric over, e teve o Wrestling que um ACH e Cedric Alexander podem oferecer.
Trent & Taylor vs Elgin & Gargano - Aqui discordo contigo, talvez por ainda não estar adaptado ao estilo de shows da PWG, mas não em pareceu que este tenha sido o combate para descansar, até porque foi um bom combate de Tag Team. O Johny Gargano ganhou aqui um fã. O combate foi bom, contudo alguns erros no timming dos moves pelos intervenientes.
Steen vs Lee - Este sim acho que tenha sido o "rest match". Pessoalmente não conheço o Trevor Lee, contudo fiquei com uma boa impressão dele. Steen, "we will miss you".
Kaz vs Kendrick - Nada a acrescentar, 100% de acordo contigo mais uma vez.
Strong vs Cole - Adorei este combate, porque admito ser um fã de Wrestling mais técnico. O Cole é muito bom em dar impacto nos strikes que dá. O Steen é o Mr Powerbomb, o Strong é o "Mr Backbraker", o homem tira sempre mais um coelho da cartola quando pensamos que já vimos tudo.
O' Reilly vs Hero - Mais uma vez 100% de acordo contigo. Combate com um ritmo muito lento, contudo teve as suas boas sequências, contudo atendendo ao tempo que teve desiludiu. É penoso ver o físico do Hero. O Kyle O'Reilly é o meu Wrestler Indy preferido de longe, adoro o estilo dele. Combina o duro Puro com o técnico. Tendo em conta o talento de ambos, muito abaixo das expetativas.
Main event, é mesmo um "Match of the Year".
Abraço e continuação do excelente trabalho :)
Muito obrigado Fábio. De facto concordo contigo logo na parte inicial do teu comentário. Os iPPVs e eventos das indies são 100% de wrestling, quase sem angles, sem entrevistas... e na PWG até as entradas ultimamente são cortadas (se bem que da cortina ao ringue vão aí 5 metros e as entradas não davam para descansar). Sendo assim, quando vejo um DVD de um evento indy sou obrigado a fazer pausas. Às vezes levo 2 ou 3 dias a ver um evento. Não foi o caso aqui. Vi metade de manhã e metade ao fim da tarde.
Cumprimentos amigo :)
O Main Event foi realmente o combate da noite, foi realmente um combate muito giro, embora acho que tenhas exagerado na pontuação ( embora ache que isso se deve ao facto de teres começado por atribuir ***1/2 aos primeiros combates, quando achei que fossem combates de qualidade inferior. Candace é brutal, e não é a toa que é dos wrestlers mais overs na PWG, conseguiu ter aqui um combate que vai marcar a carreira dela.
Também gostei bué do Strong vs Cole, e acho que se safaram bastante bem na recta final do combate.
Concordo contigo, sobre o que disseste sobre o Hero vs O'Reilly. Consegui ver o combate, porque estava à achar piada à construção do combate, aqui há dias tentei ver um Hero vs Drew Galloway, e desisti a meio. Durante o combate, gostei de ver o selling do Kyle ao dano causado pelo Hero às sua perna.
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