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sábado, 30 de agosto de 2014

Moore's Wrestling Corner #6 - Entrevista com Nick Mondo



Boas, amigos da CWO nacional. Daqui vos escreve uma vez mais o vosso amigo Moore, em mais uma edição do Moore’s Wrestling Corner, sendo esta uma edição… “especial”.

Ora, suponho que todos conheçam a Combat Zone Wrestling (CZW) e suponho que tenham a ideia de que a CZW é uma fed essencialmente hardcore, quase a roçar o insano. Hoje em dia isso já não se aplica, mas é verdade que nos tempos de John Zandig assim era. É desses tempos que eu vos farei lembrar com esta entrevista. Nick Mondo foi o meu entrevistado.

- 'Sick' Nick Mondo, de seu nome Matthew Burns foi um pro wrestler norte-americano conhecido especialmente pelo seu percurso na CZW enquanto deathmatch wrestler. Arame farpado, light tubes e um corta relva manual fazem parte da lista de objetos com os quais Nick Mondo contactou bem de perto (talvez de mais).

- É verdade que a sua carreira foi curta, mas o legado que deixou foi enorme. Um documentário, de nome Unscarred foi feito acerca da sua carreira e vida antes do wrestling. Atualmente, Nick Mondo é realizador de cinema e diz-se feliz por fazer o que gosta. Nós lembramo-nos dele como um dos mais sonantes nomes do deathmatch wrestling e como, talvez, o nome que catapultou a CZW para a popularidade de que hoje dispõe.

Há ainda a referir que esta entrevista foi conduzida por mim no final de Dezembro de 2013, via facebook. É também possível que alguns já a tenham visto, quer no velho PWT, no FPW ou no Wrestling Notícias.



Mauro: Bom, primeiro que tudo, tenho que agradecer a tua disponibilidade para concederes esta entrevista. A altura não podia vir mais em jeito, sendo que no passado dia 14 fizeste o teu regresso ao Cage of Death.

Nick: Não tens de agradecer, o gosto é meu em dar a conhecer um pouco sobre a minha pessoa. E é verdade sim, regressei no Cage of Death mas, tenho a dizer, apesar de sentir falta dos ringues, apenas voltei por uma noite e foi pelo Rory (Rory Mondo retirou-se no Cage of Death).

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 1. Ora, para começar, há uma pergunta obrigatória: lembras-te de quando começaste a sentir aquela paixão pelo wrestling que te fez querer seguir uma carreira neste negócio? Quando aconteceu isso?

Nick: Lembro-me sim, tinha 15 anos (1995/96) e um amigo meu levou-me a um show da velhinha ECW. Na altura não fazia ideia porque é que ele queria levar uma tampa de um barril, uma assadeira ou qualquer outro item doméstico para um evento de wrestling. Isto até entrar no show e ver como os wrestlers lutavam pelo meio do público e usavam todo o tipo de objectos que nós, fãs, trazíamos de casa. O realismo da ECW, bem como aquela atitude de durão “renegade”, bem como a qualidade do wrestling proporcionado no geral foram factores que me despertaram interesse para o pro wrestling na altura. Antes desse show, conhecia a WWF mas não tinha qualquer interesse naquilo.

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2. Nessa altura, em que eras apenas um fã, quais eram os teus ídolos na indústria, se podemos dizer, aqueles pelos quais tu eras um “mark”?

Nick: Na ECW eu gostava mesmo do Tommy Dreamer e dos Pitbulls (#1 e #2)… mas depois, com olhar mais atento, reparei no Sabu, tudo mudou aí. Estava espantado, hipnotizado pelo Sabu. Depois vi o Hayabusa. Esses dois apresentavam um estilo fantástico que eu depois quis aprender e pôr em prática por mim próprio.

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 3. No teu documentário (Unscarred), dizes que costumavas praticar backyard wrestling, com os teus amigos, chamando-lhe “Ninja Battles”. Vídeos das mesmas são também mostradas no documentário. Num geral, pensas que o que fazias no teu quintal te ajudou a tornares-te num pro wrestler, de alguma forma?

Nick: Não, não mesmo. Naquela altura eu acho que nem queria verdadeiramente ser wrestler. Acho que só me queria divertir e passar o tempo com o pessoal. Talvez até tenha sido o contrário e o backyard wrestling me tenha prejudicado. Quando treinas para ser wrestler, se estiveres acostumado a lutar no teu quintal, há muitos hábitos que tens de esquecer.
O BYW é divertido, sim, mas quem quer ser pro wrestler deve estudar a anatomia e o movimento do corpo humano. Eu diria: artes marciais, treino com pesos, cardio e até ballet (o Lucky tHURTeen por exemplo estudou dança). Porque se souberes controlar o teu corpo vais claramente parecer melhor no ringue. E quando achares que é tempo… junta-te a uma escola de wrestling.

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 4. Ainda no campo do backyard wrestling, temos vários exemplos de pro wrestlers, agora famosos, que começaram, justamente nos seus terrenos (CM Punk, The Hardy Boyz…). Esses tiveram sucesso, ainda assim, lutar sem supervisão de alguém competente no assunto é um risco e pode causar sérias lesões (ou pior). Há algum… conselho que queiras dar quanto a isso?

Nick: Como eu digo, o BYW é simplesmente para te divertires, mas quando toca a grandes riscos, acredita, não vale a pena e vais-te ressentir desses riscos um dia. Quando eu estava na fase final das tais “Ninja Battles”, eu estava cada vez mais a aumentar o grau dos riscos que tomava. Estupidez, eu sei. Tanto que eu nem queria mostrar a “footage” ao público. Percebo a adrenalina que sentes ao tentar mostrar o que consegues fazer aos teus amigos, mas ninguém no negócio do wrestling leva o backyard wrestling a sério. Estou a ser sincero: ninguém! E aconselho quem queira treinar para ser wrestler a nunca mostrar a sua “footage” de backyard wrestling. Não mostrem isso a promotores ou a treinadores. Não é nada mais do que uma boa forma de perderem respeito na indústria e de até serem vítimas de um shoot beating num ringue. Acreditem, já vi isso acontecer.

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 5. Ainda no Unscarred, disseste que foi um erro ter começado a competir em ‘ultraviolent matches’. Ainda assim, foi esse tipo de wrestling que te tornou numa lenda, por outro lado, encurtaram-te a carreira. Num geral, pensas que se não tivesses optado por participar nesse tipo de combates terias tido uma carreira com mais brilho?

Nick: Os meus planos iniciais eram para ter uma carreira curta, de apenas 2 ou 3 anos. Portanto não, não posso dizer que os deathmatches me tenham encurtado a carreira. Eu era um mark na altura e achava que assim que terminasse o meu treino ia directamente para a ECW. Infelizmente nunca lá trabalhei até porque a promoção, como sabemos, faliu quando eu comecei a ter alguma importância no mundo do wrestling.
É um erro construíres o teu nome enquanto wrestler violento se não queres continuar nesse tipo de wrestling, mas chegou ao ponto em que eu estava farto de ter de parar por lesões, porém, eu continuava a receber bookings em deathmatches, era o que os fãs queriam. Mas num geral sim, a minha carreira não foi encurtada. O meu plano sempre foi ter uma carreira de apenas alguns anos, divertir-me no cenário indy (se considerarmos a ECW uma indy) e depois sair do wrestling. Hoje sou um tipo saudável e se quisesse voltar ao wrestling voltava. Mas não é essa a minha vontade.

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6. Uma questão simples e fundamental: achas que era viável sacrificares o teu corpo em ultraviolent matches pelo dinheiro que ganhavas?

Nick: Pelo dinheiro? Claro que não. Eu não cheguei a receber 300$ (dólares) pelos três combates que fiz no Tournament Of Death II. Para mim nunca foi pelo dinheiro, nem acho correto aleijares-te pelo dinheiro, eu fazia-o pelo divertimento e pela adrenalina, e foi quando deixou de ter piada que eu saí… quer dizer, não deixou de ter piada, não deixou de ser divertido, o wrestling é sempre divertido mas quando os problemas que causa começam a ser mais que os aspectos positivos, aí é tempo de sair do negócio. Foi o meu caso. Muito sacrifício para pouco ganho e não falo só de dentro do ringue, fora também. Personalidades da treta com que tens que lidar, muito tempo de viagem, problemas financeiros… todos os wrestlers nas indies sabem do que falo.

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7. Falando da tua estreia num ringue, foi em 1999. Estavas, de alguma forma nervoso, o que sentias antes de entrar no ringue?

Nick: Nervos, sem dúvida claro. Para ser sincero, sempre tive um certo nervosismo antes de passar pela cortina a caminho do ringue. Participei em cerca de 150 ou 200 combates e desde o primeiro ao último senti sempre o mesmo. Até mesmo no dia 14 quando regressei para o final do Cage of Death. Mas ao longo da minha vida aprendi que a coragem não é a ausência de medo, é sim a habilidade de o enfrentar.

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 8. Um combate que certamente te lembras e que esta entrevista sem ele não era a mesma coisa. Falo de um No-Rope Barbed Wire Match em 2001: Nick Mondo vs. Nick Gage. O combate era ao ar livre e chovia a potes, não estavam de forma alguma reunidas as condições para a prática de wrestling. Como te sentias ao ir para aquele combate com o ringue e todos os objectos encharcados?

Nick: Não minto, estava lixado. A meteorologia dava mau tempo para esse dia mas o Zandig insistiu em não cancelar o show. A chuva começou mesmo antes do meu combate e afetou a forma da colocação do arame farpado. Resultado: as cordas de arame estavam fracas e partiram à primeira oportunidade. O Gage e eu tivemos de cancelar uma série de spots que havíamos planeado antes. Lembro-me bem: antes do combate o Gage olha para mim e diz-me: “eu já nem quero fazer isto…”, eu pensava o mesmo. Ainda assim o combate acabou por ser memorável. Não foi o planeado mas tanto eu como o Nick estávamos contentes com o resultado final.

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9. Possivelmente o momento de que nos lembramos logo quanto o teu nome é falado: aquele spot com o corta-relva no ToD I. No Unscarred classificas esse momento como o mais doloroso que enfrentaste enquanto wrestler. Esse spot ainda te dá arrepios?

Nick: Só o som de um corta relva a ligar chega para me arrepiar. Há que lembrar que eu estava coberto de sal antes de o Wifebeater usar o corta relva. Depois do pinfall lembro-me de o sal me estar a queimar os cortes todos que tinha, era impossível de aguentar a dor, lembro-me de serrar os dentes e de o Rob Hartog (árbitro do combate) me ter perguntado: “dói?”. E eu só conseguia abanar a cabeça como que a dizer que sim.

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10. Tournament of Death II: os últimos três combates da tua carreira (tirando o regresso no Cage of Death XV) aconteceram nesse dia e no segundo tiveste um bump inacreditável contra o Zandig. O que é que sentiste quando caíste de cima de um prédio para cima de mesas e de light tubes, sem esquecer que na realidade aterraste mais no chão, que era gravilha…?

Nick: Estava KO, inconsciente mesmo por breves segundos e quando voltei a acordar não me conseguia mexer e depois percebi que o Zandig estava em cima de mim a pressionar o meu ombro contra vidro partido. Demorou mais ou menos um minuto para a minha visão, audição, movimento e fala voltar ao normal e lembro-me de ter dito ao Zandig: “podes sair de cima de mim?”, o Zandig não é pequeno e estava a aleijar-me. Quando me tentei levantar, aí foi quando eu pensei pela primeira vez que era tempo de acabar a minha carreira. Parecia que tinha partido metade dos meus ossos. Foi um risco estúpido e tenho sorte de não estar numa cadeira de rodas depois disso.

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 11. Porém, fizeste mais um combate, ganhaste o torneio e retiraste-te, deixando para trás um legado na CZW sem nunca teres ganho o título maior da companhia. Sentes-te feliz pelo sucesso que alcançaste?

Nick: Falei sobre isso com o Thumbtack Jack há tempo. Estou feliz com o legado que deixei, porém não consigo sair do mundo do wrestling inteiramente satisfeito. É por isso que muita gente um dia recua na sua palavra e volta a lutar. Mas para mim foi importante sair no topo. Não queria que os fãs dissessem: “epá, lembras-te do Mondo no seu pico de forma?”. Portanto foi muito bom eu ter saído no meu pico de forma, porque assim lembram-se de mim melhor do que eu era na altura. Se sinto falta desses tempos? Claro que sim, mas foi bom eu ter saído na melhor forma que atingi. Estou grato por não ter nenhuma lesão maior no meu corpo e pelos fãs se lembrarem de mim ao fim de 10 anos. É muito fixe isso.

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 12. Dia 14 de Dezembro voltaste à CZW ajudando o Lucky a vencer o Cage of Death para a sua equipa no teu regresso de uma só noite. Após o combate, o Rory 'Little' Mondo também se retirou e muitos não acreditavam na sua reforma (incluindo eu) mas o Rory confirmou isso nas redes sociais. Num período breve, achas que ele pode voltar?

Nick: Muita gente regressa após voltar é certo, mas eu surpreendia-me imenso se o Rory voltasse. Ele vai para a universidade trabalhar como professor de wrestling amador e tem outros planos para a sua vida, tal como eu. Por isso, acho que nunca mais o vamos ver no ringue outra vez.

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 13. Ao longo da tua carreira tiveste, logicamente, muitos oponentes. Se podemos por as coisas nestes termos, com quem mais gostaste de trabalhar?

Nick: Se tivesse mesmo de escolher alguém, tenho de dizer: Trent Acid (R.I.P.). Adorávamos trabalhar um com o outro e ele ensinou-me mais do que qualquer outro adversário que eu tive. Nunca lutei contra ninguém tão rápido e ágil como ele e ele tinha um sentido de orientação excelente, era muito bom a controlar um público e sabia como fazer tudo parecer espectacular sem aleijar verdadeiramente um adversário.

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14. Desde que saíste a full time do mundo do wrestling, em 2003, muita coisa mudou na CZW. Quem são os nomes que pensas que irão ter muito sucesso num futuro próximo como parte da empresa?

Nick: A CZW está cheia de talento actualmente, com muitos jovens lutadores que certamente têm capacidade para ter um futuro brilhante, mas sou um enorme fã do Drew Gulak, ele é muito bom e prevejo um grande futuro para o miúdo.

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 15. E não podia acabar esta entrevista sem falar do teu presente enquanto realizador. Até agora tem sido uma experiência positiva? Tens algum projecto a apresentar em breve?

Nick: Finalmente tive algumas boas oportunidades nos últimos três anos na minha carreira enquanto realizador. Trabalhar enquanto realizador é a coisa que mais gosto de fazer na vida e estou excitado em continuar a seguir esta carreira. Presentemente, estou a trabalhar numa longa metragem sobre a Yakuza (máfia japonesa). É até agora o projecto que mais me agradou e estou ansioso por terminá-lo e poder mostrá-lo ao mundo.

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Mauro: Finalmente, tenho de te agradecer novamente pela entrevista e desejar-te boa sorte na tua vida profissional, bem como na tua vida pessoal. Muito obrigado.

Nick: O prazer foi meu e tenho de agradecer o interesse acerca da minha carreira e da minha vida. Obrigado.

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Bom, terminada a entrevista, não posso mentir quando digo que esta foi, até agora, das minhas cinco entrevistas aquela que mais gosto me deu fazer. Tenho ainda de salientar que o Nick pareceu-me ser um tipo espectacular, sempre muito atencioso para com os fãs e chegou até a partilhar no seu facebook pessoal a entrevista. Deixo aqui o link:


Sem mais assunto me despeço com um abraço,

Mauro Salgueiro Delca.

2 comentários:

Já tinha lido esta entrevista, no FPW. Confesso que a primeira vez que a li, tinha lido na diagonal e pensei que apenas tinhas traduzido algo que encontraste na net, só após ler uma entrevista mais recente é que fiquei a saber que és mesmo tu que conduzias esta entrevista, o que me encheu de espanto pois foi algo muito bem conduzido. O mais engraçado no meio disto tudo, é que quando a li, tinha mesmo acabado de ver o Cage of Death XV, onde tivemos um Hero vs Gulak espectacular e embora não tenha ficado fã do conceito do Cage of Death, adorei ver quando o Nick apareceu, pois teve sem dúvida a pop da noite.

Bem, antes de mais, os meus parabéns pela excelente forma como conduziste a entrevista e por teres conseguido trocar ideias com alguém que, goste-se ou não, acabou por ter alguma influencia no circuito independente norte-americano.

Confesso que ainda não tinha lido a entrevista e que nunca gostei do que a CZW e os seus talentos nos apresentava, sempre achei aquilo completamente bárbaro e que muito pouco tinha de wrestling...em todo o caso, respeito aqueles que por lá trabalharam e, também, aqueles que gostam do seu produto. E é mais neste sentido que acho, sempre, interessante conhecer a opinião de quem viveu essas experiencias por dentro.

Julgo que te faltou, apenas, fazer duas ou tres questão acerca da forma com o Nick olha para a actualidade do business, para o circuito independente e para o main stream wrestling...mas pronto, também compreendo que não quisesses estar a abusar da boa vontade que ele demonstrou em conceder-te a entrevista.

Continua o bom trabalho, Abraço ;)

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