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domingo, 21 de setembro de 2014

Break The Walls Down #2 - The N(e)XT Generation

                                                              

 Boas CWO, bem vindos aqui a uma nova edição deste espaço. Estou aqui para vos falar de um produto de Wrestling (sim porque eu considero-o um produto à parte) que na minha opinião está extremamente bem conseguido e atua como o "território de desenvolvimento da WWE". Falo obviamente do show ao qual muitos de nós assistimos regularmente e com muito entusiasmo chamado NXT. Com este artigo pretendo analisar o NXT, respetiva importância, impacto na indústria do Wrestling, abordar o WWE performance center, etc... Portanto, fiquem para ver.



 Com a baixa qualidade que o produto da WWE e o excessivo horário de programação da mesma, é no mínimo compreensível que tal leve os espetadores a questionar-se muitas vezes se realmente vale a pena o esforço de acompanhar o produto. "Vale a pena passar 3 horas de madrugada à frente do computador para ver o Raw?", "Vale a pena gastar o pouco tempo livre de que usufruio para ver o show completo?", "Vale a pena comprar a Network para acompanhar o programa?"... Mas costuma-se dizer que para tudo há solução, e nesse aspeto a indústria do Wrestling não é uma excepção. Atualmente é o NXT que faz muitos fãs ainda esforçarem-se para ver o show, na esperança da chegada de melhores tempos, e neste aspeto a mentalidade, o conceito e a qualidade do produto do NXT não só se tornou um exemplo mas também uma esperança.


 Não é só neste aspeto que o NXT se revela como importante atualmente. O principal objetivo do NXT sempre foi seguir o legado deixado pela extinta e promissora FCW, legado esse, focado em renovar a WWE e preparar o seu futuro. É do conhecimento geral que a renovação é uma parte fulcral de qualquer negócio: No mundo do futebol, vemos os clubes apostarem nas suas camadas jovens, de onde tentam captar os jogadores de maior talento, de maneira a benefeciarem o clube num futuro próximo. No nosso país, vemos a aposta forte que se tem feito na educação nos últimos anos, de maneira a assegurar o futuro do nosso país. O NXT tem esta mesma função, preparar lutadores que sirvam para fazer o Main Event de uma Wrestlemania, preparar árbitros, managers, ring-announcers, comentadores, etc... E esses objetivos começam nitidamente a ser cumpridos. O Seth Rollins é o atual Mr. Money in the Bank, O Roman Reigns inicia um push que o levará até ao título mundial eventualmente, o Dean Ambrose está envolvido numa das maiores feuds da atualidade juntamente com o Seth Rollins, a Wyatt Family (apesar do booking horrível que têm tido recentemente) são das personalidades mais interessantes de se acompanhar atualmente na WWE.



 Mas afinal de contas, porque é que o NXT é tão bom? Porque é que na internet chovem elogios ao NXT e críticas ao Raw? A resposta não podia ser melhor, simplicidade. Quem não arrisca, não tem muito por onde falhar, e visto por este prisma o NXT é genial em todos os sentidos. O NXT tem um produto que se foca mais no Wrestling e conta histórias muito simples. Vejamos alguns exemplos que me farão explicar melhor: A recente história entre a Charlotte e a Bayley. A história é simples, limita-se a mostrar-nos que a Charlotte não está a encarar a Bayley como uma adversária a sério, e o combate resume-se ao facto de a Bayley tentar ganhar o respeito da Charlotte. O combate é muito bom e cumpre o seu objetivo. O que estão agora a começar de fazer entre o Neville e o Sami Zayn, o Neville fará de tudo para manter o título, e ao mesmo tempo estão a por o Sami Zayn frustrado, criando ansiedade nos fãs para o ver conquistar o título. Genial! A estreia do Bayron Corbin. Chegou calado, destruiu em 5 ou 6 segundos, e saiu novamente calado, foi impressionante. As histórias são simples e bem feitas, nada de muito elaborado e é incrível como são tão bem contadas, e ficam muito mais realistas. Realidade é igual a interesse, e ainda bem que os Writters do NXT conseguiram ter essa percepção do produto.



 Outro ponto que também quase toda a internet aponta e eu tenho que concordar é o facto de tudo fazer sentido. No NXT é raro ver um ataque só porque sim, uma ação sem explicação... Só no Takeover consigo dar exemplos de tal coisa: O debut do KENTA. O KENTA  chegou ali apresentou-se, e os Ascencion interromperam. Quando o KENTA foi recebido era o William Regal que estava com ele, o General Manager, quem supostamente marca os combates. Os Ascencion nessa noite já haviam perdido os títulos, portanto limitaram-se só a tirar o KENTA do ringue pois só iam exigir uma title shot ao Regal e não queriam nada do KENTA. O KENTA, limpou o ringue e arranjou uma feud. Isto fez tanto, mas tanto sentido que foi genial na minha opinião. Se fosse na WWE provavelmente os Ascencion destruiriam o KENTA e iriam-se embora. Porque é que o atacaram? Sem explicação. Mas isto num Raw, no NXT nada foi assim! Outro exemplo foi o "Hair vs Hair Match", o Lefort perdeu, mas quem é que o estava a impedir de fugir realmente? Ninguém! Então fugiu, e manteve a sua personalidade heel. E claro que isto não teve influência nenhuma no show, pois ninguém pagou propositadamente para ver aquele combate. Teve lógica! E é nisto que o NXT também se destaca do resto do produto da WWE.



 Por certo muitos de nós têm noção, de que quando agimos sem pressão as coisas correm com o máximo de naturalidade e da melhor maneira possível. O NXT tem este factor em ajuda,o seu projeto não tem pressão nenhuma. O NXT, não é visto por 4 milhões de pessoas ao vivo, não é a razão pela qual 4 milhões de pessoas vão comprar a WWE Network... Simplesmente temos de ver o NXT como um simples bónus que o serviço da Network nos tem a oferecer. E o facto de não ter pressão, dá liberdade ao show, deixa o programa progredir naturalmente, as histórias vão se desenvolvendo ao seu próprio ritmo, e o conteúdo só acaba por sair beneficiado.



 Isto são alguns dos pontos pelos quais eu acho o NXT tão bom, mas estou-me a esquecer de um. Que seria do NXT sem o seu Star-Power? Sami Zayn, Adrian Neville, Tyson Kidd, Tyler Breeze, Ascencion, Lucha Dragons, The Vaudevillains, Enzo Amore e Colin Cassady, Charlotte, Bayley, Hideo Itami, e num futuro próximo o Devitt e o Steen. Todos estes e muitos outros são outra das principais razões pelo qual o NXT é tão bom. Mas atenção, o trabalho não é só deles, o conceito todo do NXT do qual já falei ajuda, afinal de contas, um pintor de grande nome como foi Picasso não conseguia fazer nada sem os seus instrumentos de trabalho, e visto por este prisma o NXT facilita bastante a tarefa dos lutadores.



 Já que estou a falar dos lutadores, aproveito o momento para falar de um outro tema relacionado com o NXT. Recentemente, é do conhecimento de todos os fãs de Wrestling que um dos maiores investimentos dos últimos tempos, foi no "WWE Performance Center". Isto é um tema que me daria "pano para mangas" para uma futura edição, contudo acho adequado falar deste tópico uma vez que estou a abordar o NXT. Com o WWE Performance Center, a WWE ficou com aquilo ao qual eu gosto de chamar, com uma "fábrica de lutadores em série". Porque podem muito bem ter a certeza que no futuro, se a WWE poucos se tem aproveitado dos talentos indy, menos irá trazer agora com o Performance Center. Foi dado um passo extremamente inteligente no ponto de vista do business, pois a WWE agora pode muito bem criar as suas próprias extrelas, e deixa de depender um pouco do talento Indy para o seu futuro. E digo ponto de vista do business, porque na minha perspetiva como fã de Wrestling devo dizer gosto do conceito disto, mas tenho o meu pé atrás em relação ao talento vindo de lá. Em primeiro lugar, temos de ver que muitos dos Wrestlers vindos daquele centro de treinos não vão ter experiência quase nenhuma. Nunca irão ter a experiência que outros Wrestlers tiveram em viajar à volta do mundo e conhecer os diferentes conceitos do Wrestling espalhados por aì fora. Segundo ponto: muitos desses Wrestlers vão ser iguais, e terão pouca coisa que os diferencia uns dos outros uma vez que vão todos ter a mesma escola. Tudo bem, eu sou suspeito por estar a falar, porque um fã de Wrestling Indy, portanto é natural eu gostar de ver a WWE apostar em Indy Guys, mas acho que os lutadores "made in Performance Center" vão estar muito limitados e vão ter muito a provar. Não me interpretem mal, gosto do conceito do centro de treinos, acho muito bem pensado em termos de business, e podem meter lá muito Wrestler que têm de amadurecer, mas como eu disse os lutadores vão ter sérias dificuldades em chegar ao topo neste meu ver.



 E pronto, assim concluo o artigo. Esta é a minha opinião sobre o conceito todo do NXT. Espero que tenham gostado do artigo. Digam me a vossa opinião nos comentários, deixem em saber o que acham desta N(e)XT Generation. Sem mais demoras despeço-me com o espaço combate da semana, até uma próxima e fiquem bem!




                                            Combate da Semana

 Nesta edição, como falei do NXT, acho que o mais adequado deva ser falar de um combate realizado no NXT. Dito isto, sei que já sabem daquilo que estou a falar. Envolve dois "Internet Fan-Favourites" Sami Zayn e (na altura Antonio) Cesaro.  O Combate da semana é "Sami Zayn vs Antonio Cesaro" - 2 out of 3 Falls - NXT






 O combate ocorre numa feud entre Sami Zayn e Antonio Cesaro, na qual Sami Zayn procura obter vingaça após alguns ataques, mas sobretudo pretende ganhar o respeito de Antonio Cesaro. Sendo assim, o combate começa logo num estilo rápido, com um dive de Sami Zayn para cima de Cesaro, mesmo antes da campainha tocar. Após a campainha tocar, Sami Zayn atinge Antonio Cesaro com o Helluva Kick, e assim obtéma  primeira fall. Estes primeiros 20 segundos de combate, demonstram a vontade de Sami Zayn ganhar, e a sua busca pela vitória. A partir daí Zayn continuou em alta, até ao momento em que sofre uma powerbomb de Cesaro. Cesaro domina a maior parte da 2ª fall. Zayn consegue um pequeno comeback no fim da second fall, mas é apanhado num Chin Lock e acaba por desistir. Cesaro fazia desta maneira o 1-1. A Terceita fall é marcada pelo Cesaro tentar tirar partido da sua força com muitos streght spots e onde acontece a ação mais rápida. De destacar uma espécie de Canadian Destroyer do Zayn, um DDT do Zayn no outside. Várias Near-Falls. O combate tem cânticos de "This is Awesome" e " Match of the Year". O Combate termina com um grande uppercut, quando Zayn tenta um tornado DDT, é travado pelo Cesaro, que levanta o Zayn acima da sua cabeça e que corre à volta do ringue com Zayn, o atira ao ar e o apanha com aquele que muito provavelmente foi o melhor uppercut que vi na minha vida, não só pelo maneira como o Zayn o vendeu mas também pela força com que o Cesaro o aplicou. Foi engraçado, porque numa shoot que eu vi do Chris Hero, ele disse que já sabia que o Cesaro e o Zayn iam fazer aquele spot. O Zayn ia para o Tornado DDT, o Cesaro travava-o e metia-o em cima e dava o uppercut, mas o Hero reparou que enquanto o Cesaro puxava o Zayn para cima, perdeu algum balanço e o Zayn começou a mexer-se muito. O Hero diz que se fosse outro Wrestler provavelmente deixava o Zayn cair desamparado, dava um botch e continuava o combate, mas o Cesaro, com toda a força que tinha levantou o Zayn sem balaço e conseguiu terminar o spot. Foi uma história muito engraçada que gostei de ouvir na shoot do Hero. Voltando ao combate.... Cesaro obtém a vitória, estabelecendo o 2-1. Excelente combate, para ver e rever certamente.


Rating: **** 1/4

3 comentários:

Gostei bastante desta análise ao produto da NXT. Eu honestamente não sou um espectador totalmente assíduo da NXT. Vejo um show por outro, os combates que me interessam dos PPVs e é isto. Mas concordo com o que disseste. Desde sempre que o tal "nada vem por acaso" é uma espécie de lema do NXT. Podemo-nos lembrar da feud excelente entre William Regal e Kassius Ohno de há ano e meio.

Já esse combate... que é que se pode dizer. Foi excelente. Honestamente preferi-o ao 1º entre os dois e na altura lembro-me de ser dos poucos a dizê-lo. Mas foi excelente ver dois talentos das indies a ter mainstream atention como é raro.

Continua.

Ora bem, antes de mais, deixa-me dar-te os parabéns pelo excelente artigo e pela forma como corrigiste, ortograficamente, o texto da primeira edição para esta...está muito bom.

Relativamente ao tema em concreto, concordo com grande parte das tuas ideias e opiniões, mas devo confessar que discordo das dúvidas e receios que levantas a respeito do WWE Performence Center. O produto WWE e o conceito que a empresa gosta de vender são bastante próprios e os wrestlers do circuito independente sentem dificuldades acima de quaisquer outros para se adaptarem a ele, acima de tudo, porque trazem os vícios, bons ou maus, das experiencias de combater para públicos-alvo completamente distintos. No entanto, até agora, a WWE não tinha outra solução se não ir buscá-los, porque quer a OVW, quer a FCW não conseguiam proporcionar as experiencias que o próprio circuito independente dava aos seus lutadores.

Com a transformação do NXT essa questão alterou-se...pois embora seja ainda um minor show, a verdade é que ele tem dimensões iguais ás dos shows das maiores indies e, ao mesmo tempo, apresenta um micro-clima e ambiente WWE. É é no NXT que, depois de aprender os conceitos e movimentos básicos, os jovens talentos vão dar os primeiros passos no sentido de descobrir quais os seus personagens, os seus move set, etc.

Depois, penso que o facto de ter talentos a ser treinados pelas mesmas pessoas não significa, de forma alguma, que venham a ser extremamente semelhantes...porque as pessoas são diferentes umas das outras e essas características vão sempre sobressair. Não há mal algum em aprender o básico da mesma forma que os outros, ainda para mais quando esses básicos são os do WWE Product, depois então sim, na construção dos seus gimmicks, do seu wrestling style, entre outras componentes, devem imprimir todas as suas diferenças.

Mais uma vez, os meus parabéns pela excelente edição do Break The Walls Down.

Continua, Abraço.

Obrigado a ambos pelo feedback :)

Mauro - Essa feud do Regal e do Ohno (Hero vá...) foi espectacular e culminou num grande combate. Só não acabei por abordá-la no artigo, porque me foquei mais na estrutura interna do NXT, e não naquilo que todos nós vemos. Obrigado pelo apoio mais uma vez :)

Dias - Obrigado pelos elogios, estruturei melhor o texto e acho que acabou por sair melhor. Concordo contigo no teu comentário, quando dizes que o NXT tenta recriar as Indys no estilo da WWE, de maneira a adaptar melhor os seus talentos. A questão da experiência, é relativo. Como eu disse, não há nada como andar à 10 anos a viajar pelo mundo para aprender os diversos conceitos de Wrestling que existem por aí fora, e acho que através dessa maneira um lutador tem bastantes recursos para se adaptar ao estilo da WWE. Como foi o caso do Zayn que se adaptou facilmente á WWE. E acho que neste aspeto os Made in WWE, têm mais facilidade em se adaptar, porque já vêm com a escola desde casa. Mais uma vez, obrigado pelo feedback :)

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