Boas Pessoal!
Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", a coluna com maior número de edições na história do XBooker e da CWO ;)
Tal como ontem, hoje trago-vos mais um artigo extra, mas desta vez, não vou apresentar muitas explicações sobre esta situação...julgo que o simples facto de me apetecer escrever e ter tempo para isso, já justificam toda a qualquer extrapulação da terça-feira (dia que me está destinado) para um outro dia da semana...LOL!
Ora, no artigo de hoje, e para fugir um pouco à monotonia e repetição dos temas que normalmente são abordados pela CWO fora, decidi falar um pouco sobre o wrestling feminino. Na verdade, vou recorrer-me de duas campeãs, aliás de duas grandes campeãs, para tentar explicar o processos que actualmente decorrem nas grandes divisões femininas da WWE e da TNA, e mostrar qual a razão que levaram as duas wrestlers em causa (Angleina Love e Maryse), a conseguir ultrapassar as dificuldades e a atingir o topo, com elevado grau de sucesso!
Sigam, então, as próximas linhas...
Começando pela TNA, obviamente porque é a companhia que faz um melhor aproveitamento das wrestlers femininas, quando falamos em grandes campeãs de wrestling, vem-nos logo à memória a actual Knockout Champion Angelina Love (apesar da Awesome Kong também figurar nessa lista). Para quem não sabe, a Lauren Williams (verdadeiro nome de Angelina Love) estreou-se no mundo do wrestling no ano 2000, tendo como grande ídolo Shawn Michaels e assumindo o papel de valet de vários wrestlers (como Chris Sabin e Eric Young) no circuito independente. Já em 2004, haveria de participar em episódios pontuais do TNA iMPACT, antes de assinar um contrato de desenvolvimento com a WWE e percorrer os seus dois territórias "satélites" da altura (a OVW e a DSW). Por curiosidade, relembro que o seu debut na DSW ficou marcado por uma vitória sobre a actual WWE Women's Champion, Michelle McCool. Certo é que a sua carreira na empresa de Vince McMahon não correu bem, e a Angelina Love voltou a entrar no circuito indy, contando também com passagens pela AAA (do México) e pela NWA, antes de se reestrear na TNA, no Bound For Glory 2007, agora para ficar definitivamente "agarrada" à companhia de Orlando.
A quando do seu ingresso definitivo na TNA, ainda me lembro de olhar para ela, apenas como mais uma wrestler que a Dixie Carter tinha encontrado, para continuar a "atafulhar" uma divisão feminina que já rebentava pelas costuras (acreditem que a divisão feminina da TNA, estava cheia de gente, e nem todas tinham qualidade). O que é certo é que a rapariga desconhecida que ali chegara, me iria surpreender, tal como a muitos e muitos fãs da nossa modalidade. Não sei ao certo quem decidiu pegar na sua personagem, mas foi inteligente o suficiente, para criar a primeira grande stable feminina a actuar numa "main stream"...a escolha não podia ser mais acertada, e quando as "Beautiful People" nasceram, a verdade é que se abriu uma grande porta para uma nova realidade no pro wrestling. A gimmick da stable é extraordinária, afinal de contas, ter um grupo de raparigas heel que se acham as melhores e mais bonitas do mundo é o "pão nosso de cada dia" na sociedade e cultura norte-americana. Para além disso, a Angelina Love consegue interpretar o papel de líder de uma forma fantástica, ao passo que a ajuda de uma Velvet Sky (que não é primor, mas consegue concretizar muito bem as suas tarefas), também se revela bastante útil e importante.
Contudo, as razões que levaram esta stable e, em particular, a Angelina Love a atingir o topo com grande sucesso, não se explicam apenas pelo acréscimo de qualidade, genealidade e novidade que ela introduziu no programa...é importante ter em conta, também, outros factores que propiciaram de uma forma ainda mais vincada este sucesso. A verdade é que se na altura em que se estrearam na TNA, o roster continha muitos elementos femininos, a história agora é outra, e com as saídas da Gail Kim e da Roxxie, restavam apenas a ODB e a Awesome Kong (porque a Tylor Wilde foi experimentada e não correspondeu como se esperava), como grandes adversárias a um possível domínio das "Beautiful People". No que concerne à Awesome Kong, temos de compreender que no seu reinado, ela conseguiu destruir tudo à sua passagem, estando altamente credibilizada, mas esgotando ao mesmo tempo as histórias que poderiam girar em seu redor e do Knockout Championship. Por seu lado, os responsáveis criativos da TNA continuam a ver na personagem da ODB alguma limitação (e sinceramente ainda não consegui perceber qual!), logo, essa situação tem-na afastado de voos mais altos. Desta forma, ficava, então, o caminho livre para a Angelina Love e a sua companheira Velvet Sky, controlarem a divisão feminina da TNA. Se olharmos para as reais qualidades e capacidades da Angelina Love, percebemos que dentro do ringue e em termos técnicos ela não é, nem de longe, das melhores wrestlers do mundo, mas desenrasca-se muito bem...e, já no que diz respeito ao enterteinement, afigura-se como do melhor "material" que há, conseguindo dar um enorme entusiasmo e interesse a qualquer segmento e promo que realize e em que actue. Enfim, a meu ver, trata-se de um campeã incontestável, que está bastante credibilizada e que deve continuar a constituir uma grande aposta da TNA...nós agradecemos!
Na WWE, as coisas acontecem e desenrolam-se de uma forma bastante diferente...e ser uma wrestler na companhia de Vince McMahon afigura-se um tarefa altamente complicada, não só pelos estériotipos impostos pelo "patrão" da empresa, mas também, pelas escassas oportunidades de que estas mesmas wrestlers gozam e usufruem. É do conhecimento geral que na "raínha das main streams", as mulheres são vistas mais como uma diversão e aparecem, sobretudo, pelos seus atractivos atributos físicos, ficando as qualidades demonstradas em ringue e em prol da própria modalidade para segundo plano. Contudo, não deixa de ser estranho, que mesmo assim a WWE contenha nas suas fileiras enúmeras wrestlers de grande qualidade (posso citar de entre outras: Beth Phoenix, Katie Lea e Natalya). Infelizmente não lhes consegue dar o espaço desejado e a melhor utilização, e o facto de não se encarar o wrestling feminino com grande seriedade nesta companhia, ainda dá mais crédito e prestígio àquelas que conseguem sobressair e brilhar.
Ora, é neste preciso ponto, que entra a personagem Maryse, actual WWE Diva's Champion. Para os mais desatentos, Maryse Ouellet iniciou a sua carreira como modelo, tendo conquistado o título de Miss Canadá e ficado em segundo lugar no concurso para miss mundo...posteriormente, já em 2007, haveria de posar para a famosa revista masculina Playboy. Mas a sua chegada ao mundo do wrestling ainda foi anterior à sua "passagem" pela Playboy, pois remonta a 2006 e à participação no concurso da WWE, Diva Search 2006, em que viria a ficar no sétimo lugar. Apesar da fraca posição, a verdade é que Maryse acabou por convencer alguns responsáveis da WWE, tendo assinado um contrato de desenvolvimento e sido enviada para a OVW, onde iniciou um plano de treinos mais específico (com a ajuda de René Durpée). Mais tarde, seria transferida para a FCW, até se instalar definitivamente na SmackDown...onde ainda se consolidou mais como grande estrela e conquistou o WWE Diva's Championship, que detém actualmente.
Mas quando falamos na Maryse, os primeiros pensamentos que temos são de grande surpresa, pois a sua ascensão foi demasiado rápida e sustentada, para que alguém acreditasse nela. Contudo, temos de admitir que quando há mesmo muita qualidade, os patamares não têm de ser todos percorridos, os "fora de série" são especiais, e a Maryse é especial. Julgo que as suas qualidades enquanto enterteiner são evidentes, e no ringue, também se desenbaraça bastante bem...se juntarmos a estes itens, o facto de possuir uma excelente gimmick e mic skills, a brilhante interpretação da sua personagem e espectacularidade com que "transpira" carisma e sensualidade por todos os poros, então chegamos à conclusão, que talvez estejamos perante a diva que a WWE tanto procurou para dar seguimento ao trabalho desenvolvido por Lita e Trish Stratus. Depois nós conseguimos rever na Maryse aquela mesma atitude arrogante e egocêntrica de Randy Orton, e esta suposta ligação entre ela e o The Miz, só vem apimentar e potencializar ainda mais todo o seu sucesso e a genealidade da sua personagem. Vejo, neste momento, a Maryse como a melhor wrestler da actualidade (a par da Angelina Love) e, por isso, espero que conserve o seu título por mais algum tempo, tal como desejo que continue a ser uma forte aposta da empresa de Vince McMahon...pois, na minha opinião, a Maryse foi o que de melhor poderia ter acontecido à divisão feminina da WWE!
Bem, e foi mais um "Dias is That Damn Good" que espero tenham gostado e comentem!
Um Abraço, Dias Ferreira!
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