Boas Pessoal!
Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", a coluna com maior número de edições na história do XBooker e da CWO ;)
Antes de mais, deixem-me dizer-vos que estou a postar este artigo extra por três razões: a primeira, porque como já estou de férias, tenho mais tempo livre e liberdade para me dedicar ao blog; a segunda, porque é visível a falta de alguma "movimentação" e "trabalhos" no XBooker; e a terceira, porque me apetece escrever sobre este tema (LOL).
Assim, aquilo que vos proponho nesta coluna extra, para hoje, é uma abordagem ao desenvolvimento que a relação entre o John Cena e o Triple H tem sofrido. À partida, pode parecer-vos um pouco estranho eu querer falar sobre esta temática, contudo, facilmente compreenderão que nos últimos tempos se tem verificado uma grande aproximação entre estas duas megas-estrelas da WWE...daí que, a meu ver, o interesse em debater esta questão seja inteiramente justificado!
Sigam, então, as próximas linhas...
Como sabem, desde o seu início, a relação entre o John Cena e o Triple H, sempre foi bastante conturbada. A primeira cena em que apareceram juntos, foi na RAW seguinte ao Triple H ter traído Ric Flair, desempenhando o "The Game" a personagem de grande heel que o caracterizou, e estando John Cena no auge da sua caminhada para a "imortalidade"...ora, se bem se recordam, a troca de palavras entre ambos foi logo um bom indício do que se iria passar nos tempos (e anos) seguintes. Mas outra coisa também não seria de esperar, pois se de um lado tínhamos o grande Babyface da altura (a par de Batista), do outro encontrava-se o incontestável top heel da companhia. No entanto, não deixa de ser curioso, que de todas as feuds que envolveram o Cena e o Triple H, a única em que ambos adoptaram personagens heel e face de forma vincada, foi mesmo a primeira...e digamos que acabou por ser a melhor (até porque as restantes tiverem quase sempre um terceiro elemento - Randy Orton - à mistura). Ora, foi nesta mesma primeira rivalidade, que o John Cena teve a oportunidade de demonstrar ao mundo que era realmente um wrestler capaz de figurar nas páginas da história da WWE e da modalidade, porque convenhamos que, dificilmente se atinge um estatuto indiscutível se não se conseguir derrotar o Hunter numa feud (talvez esse facto não se denote tanto na actualidade, mas garanto-vos que naquela altura as coisas eram assim)...por outro lado, o Cena era um wrestler que em ringue deixava mesmo muito a desejar (agora julgo que é credível e que é realmente bom naquilo que faz, mas na altura os seus combates metiam dó! LOL) e precisava de alguém que o conseguisse fazer evoluir nesse aspecto...o Triple H revelou-se uma excelente escolha (tal como aconteceu com o Shawn Michaels no ano seguinte).
Este primeiro contacto foi excelente para o John Cena, que acabou por se consolidar como a estrela de maior potencialidade dentro da empresa, continuando a trilhar um caminho em direcção ao sucesso e a uma, ainda, maior mediatização. Por sua vez, o Triple H modificava a sua personagem, deixando de adoptar uma atitude heel depois de três anos a fazê-lo com grande classe. Seguir-se-iam tempos nos D-Generation-X e num regresso após lesão, a fase "King of Kings". E foi já nesta segunda fase, que o Hunter e o Cena se voltaram a encontrar, agora tendo a companhia de Randy Orton, que enquanto campeão, até parecia estar um pouco à margem da contenda entre os três. Durante esta rivalidade, tal como nas outras que se lhe seguiram e que foram do mesmo género (porque já houve bastantes Triple H vs. John Cena vs. Randy Orton), a relação entre ambos foi sempre muito semelhante...o Cena e o Trips detestavam-se, e se o primeiro mesmo depois de ter vencido o Hunter parecia não acreditar que o conseguisse fazer de novo, o segundo não aceitava de forma nenhuma ter sido vencido pelo John. Como é do conhecimento geral, o Orton reteve o seu título e o Triple H afastou-se por uns tempos do main event, daí que a rivalidade tenha esfriado um pouco. Contudo, as coisas voltariam a passar por uma nova fase, de grande intensidade, já numa terceira feud...
E neste terceira feud, onde os papéis estavam um pouco invertidos, até porque tínhamos um Triple H como campeão...o ódio, a inveja e, ao mesmo tempo o respeito, entre ambos pálpava-se no ar. Nesta fase, os wrestlers continuavam a tentar provar um ao outro, e ao mundo, qual deles era o melhor, mas agora sem a interferência de um terceiro elemento (Randy Orton) e reeditando todo aquele que foi o seu primeiro embate. A vitória haveria de sorrir, desta feita, ao Hunter...que assim conseguia empatar as disputas entre ambos num 1-1. Desde então, as "querelas" que juntam John Cena e Triple H têm-se verificado muito pontualmente, sendo que por vezes chegaram a ser companheiros de equipa, isto, apesar da suposta inimizade que caracteriza a sua relação. Contudo, este mesmo período em que apenas se encontraram ocasionalmente, foi muito profíquo, e permitiu-nos assistir a momentos fantásticos...
Sinceramente, acho que todos conseguem sentir a adrenalina e intensidade que enche o ringue e toda a arena, quando os dois entram em acção. O Randy Orton e o Edge são realmente muito bons e não dúvido que também alcansarão facilmente o estatuto de lendas...mas quando se fala no Triple H e no John Cena, a coisa muda de figura e fica irremediavelmente mais fabulosa. Lembram-se do recente combate entre ambos, para definir quem iria enfrentar o Orton no "Night of Champions 2009? Bem, posso dizer-vos que aquele match é um manuel brilhante para todos aqueles que querem ver "o bom combate"...desde a psicologia de ringue, à forma como o enorme carisma e ego dos wrestlers foi realçado, passando pela participação do público e culminando na excelente performence dos participantes, o combate conseguiu mostrar tudo o que é o Pro Wrestling. Quando o Triple H e o John Cena estão juntos no ringue, não há quem não pare e os ouça atentamente, porque todos sabem que dali só poderá vir "magia"...e esta situação, ou conjunto de factores, são determinantes quando avaliamos um wrestler como muito bom ou como extraordinário!
Mas a grande ideia que queria debater neste texto, e que me levou a introduzir o assunto desta forma tão rebuscada e aprofundada, prende-se, sobretudo, com uma coexistência pacífica (como o título indica) e positiva de ambos. As duas últimas RAWs foram provas excelentes de como é possível ter aquelas estrelas (que até agora só se odiaram) como grandes parceiros e, possíveis, amigos. O Triple H e o John Cena provaram, ao longo dos dois últimos programas, que existe um potencial infinitamente gigantesco numa possível aliança entre eles. Repararam na forma como em conunto, ambos falaram com o Seth (Guest Host da RAW), com o Randy Orton e os Legacy?...Não posso ter sido o único a ver ali momentos mágicos e a química perfeita para criar algo novo e que até pode ser benéfico para os dois (ainda que eu acredite que a WWE não queira apostar neste caminho, ou solução). Reparem, o John Cena nunca teve um parceiro na sua carreira e até precisa de algo que lhe renove um pouco a personagem, para poder continuar a actuar como o grande babyface da companhia. Por sua vez, o Triple H já conquistou tudo o que havia para conquistar e como está no topo (para mim é o melhor de sempre e da actualidade LOL) a mais não pode almejar que não continuar a oferecer a sua brilhante performence, para além disso, ao longo da sua carreira teve sempre um companheiro, houve sempre alguém que o ajudasse nas suas "aventuras" e a verdade é que desde o fim dos D-Generation-X (quando se lesionou), nunca mais teve esse tal parceiro. Nunca como hoje, o Triple H e o John Cena estiveram tão próximos e isso também se reflecte no prazer e alegria que ambos "transpiram" quando estão juntos no ringue...acho que é um facto extremamente perceptível! A jogada pode ser arriscada (até porque a RAW tem um main event bastante reduzido), mas julgo que uma união entre o Cena e o Triple H tinha tudo para relançar o entusiasmo, interesse e qualidade da RAW (e consequentemente da WWE), no curto, médio e longo prazo!
Bem, e foi mais um "Dias is That Damn Good" que espero tenham gostado e comentem!
Um Abraço, Dias Ferreira!
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