Dias is That Damn Good #116 - "2º Generation of Superstars with Honor"

Boas Pessoal!

Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", o espaço com maior número de edições na história do XBooker e da CWO ;)

Desde a sua criação, que a Ring of Honor ("Raínha das Indys", como também é conhecida)tem sido uma enorme montra para os jovens e talentosos wrestlers dos circuítos independentes. A leal base de fãs que conseguiu criar à sua volta, e todo um ambiente de misticismo que gira em seu redor, ajudaram a que esta pequena federação se tornasse num local de eleição para numerosos amantes, seguidores e praticantes de Pro Wrestling.

Dos seus quadros, já saíram, para albergar as main streams, imensos valores da nossa modalidade. Na TNA podemos contar com: Abyss, Samoa Joe, AJ Styles, Hernandez, Homicide, Alex Shelley, Chris Sabin, Jay Lethal, Daniels, Amazing Red e Doug Williams; já na WWE, temos: Evan Bourne, Jamie Noble e CM Punk...Pelo meio, tipos como Colt Cabana e Ace Steel, infelizmente, não se conseguiram impor e regressaram "à base". Mas os três nomes que saltam à vista, desta longo lista, são: CM Punk, AJ Styles e Samoa Joe. Foram estes três senhores que marcaram a primeira grande geração de wrestlers da ROH e com as suas saídas, fechou-se um ciclo, para se dar lugar a um novo.

Essa nova fase da ROH foi comandada por Bryan Danielson e Nigel McGuinness, wrestlers que, no decorrer desta semana, acertaram contrato com a WWE. Ora, face a uma notícia desta relevância, não podia ficar indiferente e é, por isso, que dedico a 116ª edição da minha coluna a este tema.

Não percam, portanto, as próximas linhas...

> Nome/Nickname: "American Dragon" Bryan Danielson
> Idade/Peso/Altura: 28 anos / 84 Kg / 1,75 m
> Pro Wrestling Illustred: 13º Numa Lista dos 500 Melhores Single-Wrestlers de 2008
> Wrestling Observer: Melhor Wrestler Técnico do Ano (2005-2008), Combate do Ano 2007 (com Takashi Morishima), Wrestler Mais Marcante do Ano(2006-2008)
> Títulos Mais Importantes: ROH World Championship (1 vez), ROH Pure Championship (1 vez), GHC Junior Heavyweight Championship (1 vez), PWG World Championship (1 vez), IWGP Junior Heavyweight Tag Team Championship (1 vez, com o Curry Man), e NWA Southern Junior Heavyweight Championship (1 vez)

Bryan Danielson pode ser um nome desconhecido para os fãs de wrestling que apenas seguem as duas grandes "Main Streams" (WWE e TNA), contudo, não o será, certamente, para todos aqueles que conhecem a modalidade, a estudam e teorizam sobre ela. Considerado como um dos melhores, se não o melhor, wrestler técnico da actualidade, o "American Dragon" deu finalmente o salto para o topo de uma indústria por que tanto se tem esforçado e trabalhado. Mas, ao assinar contrato com a empresa de Vince McMahon, Danielson não deixa só um enorme legado para trás na companhia que o notabilizou, ele carrega, sobretudo, a imagem da empresa e a esperança de todo um conjunto de wrestlers que sonha, um dia, poder vir a seguir os seus passos. Tal como acontecera com CM Punk, AJ Styles e Samoa Joe, apesar da enorme perda que a sua saída constitui para a Ring of Honor, ela é, por outro lado, a constatação do excelente trabalho que a empresa tem levado a cabo e o garante duma antenção muito superior por parte dos fãs e adeptos da modalidade, das duas grandes companhias do ramo, e dos meios de comunicação...algo que dota a empresa de um mediatismo e visibilidade muito superiores.

Chegado à WWE, tudo indica que as coisas vão correr bem para Bryan. As suas qualidades e capacidades técnicas (as, chamadas, in-ring skills) são extraordinárias, o seu look é perfeito e carisma, é algo que, não lhe falta. Talvez o seu maior problema seja o facto de não hostentar um grande porte físico...contudo, se olharmos para os exemplos de Chris Jericho e CM Punk (wrestlers, fisicamente, semelhantes) e analisarmos o sucesso das suas carreiras, nesta mesma empresa, percebemos que, também, não será por aí que o Danielson falhará. No entanto, o "American Dragon" vai precisar trabalhar em duas áreas fundamentais, para que consiga triunfar e atingir o tão desejado sucesso. Em primeiro lugar, é necessário adaptar o seu estilo de combate e a sua in-ring performence ao sports enterteinement preconizado pela empresa a que, agora, pertence (na ROH, a verdade, é que alguns golpes são mal vendidos, tal como acontece com as lesões...e já sabemos que para o pessoal da WWE é fundamental saber vender os adversários e todos os seus movimentos e ataques. Os wrestlers que queiram singrar na empresa de Vince McMahon, têm de ter noções de psicologia de ringue e saber contar histórias com o corpo, para, ao bom estilo old school, criar uma mistura perfeita entre a ficção e a realidade). Em segundo, e último lugar, é preciso que o Bryan Danielson tenha noção que as suas mic skills, apesar de bastante aceitáveis na ROH e em todo o circuito indy, terão de melhorar e evoluir bastante, para que ele consiga estar ao nível dos seus companheiros da WWE, nesse capítulo. De qualquer modo, o Bryan tem um trunfo, ele é um excelente brawler (como provou na feud com o Morishima, por exemplo) e a WWE necessita urgentemente de alguém com essas características. O meu, mais sincero, desejo é que ele tenha todo o sucesso do mundo, e só espero que a equipa criativa da empresa o saiba trabalhar e credibilizar, de uma forma tão coerente e sustentada, como fizeram com o CM Punk.

> Name/Nickname: Nigel McGuinness
> Idade/Peso/Altura: 33 anos / 100 Kg / 1,85 m
> Pro Wrestling Illustred: 8º Numa Lista dos 500 Melhores Single-Wrestlers de 2008
> Títulos Mais Importantes: ROH World Championship (1 vez), ROH Pure Championship (1 vez), e King of Europe Cup 2007

Nigel McGuinness é, à semelhança de Bryan Danielson, alguém desconhecido dos fãs que apenas seguem as duas maiores companhias da modalidade, no entanto, e ainda que não tenha a visibilidade do seu companheiro, a verdade é que se trata de um valor enorme e com provas dadas na nossa indústria. Tendo feito toda a sua formação no Reino Unido, não apresenta uma grande lista de companhias por onde tenha passado...resumindo-se o seu percurso, praticamente, à 1PW (em Inglaterra) e à Ring of Honor (empresa que lhe deu espaço, visibilidade e onde se notabilizou). Na altura em que grande parte do roster da ROH se transferiu para as "main streams", e a primeira grande geração de super-estrelas da indy (CM Punk, AJ Styles e Samoa Joe) saiu, encerrando um ciclo genial e histórico...foi precisamente Nigel McGuinness, acompanhado por Bryan Danielson, quem segurou as pontas e ficou responsável pelo relançamento da empresa e do seu main event. Este facto, constitui o início de um novo ciclo para a Ring of Honor, um ciclo comandado, como já disse, por Nigel McGuinness e Bryan Danielson, que em muito contribuiu para a dimensão e legado das suas jovens, mas brilhantes, carreiras.

Agora, na WWE, o McGuinness também tem tudo para triunfar e, eu quero acreditar que isso vai acontecer. Como a grande maioria dos wrestlers britânicos, apresenta uma qualidade técnica fantástica, conseguindo proporcionar excelentes combates com qualquer adversário que lhe apresentem. O seu look também é óptimo, parecendo que foi "encomendado" a preceito para triunfar numa empresa de sports enterteinment como é a companhia de Vince McMahon...e no que toca ao carisma, também é algo com que o Nigel não precisa de se preocupar, dada a sua excelente relação com os fãs e brilhante capacidade para criar diversas reacções na plateia. Terá, no entanto, e como acontece com Bryan Danielson, de melhorar as suas mic skills e adaptar o seu estilo e performence ao formato e modelo do produto que a WWE produz. Contudo, julgo que o seu maior problema poderão ser os 33 anos, que apesar de ser uma idade bastante aceitável para um wrestler, obriga a que a sua evolução rumo ao topo seja muito mais rápida e eficaz, do que a de um jovem na casa dos vinte anos. De qualquer modo, não tenho a menor dúvida em relação às capacidades e potencial do Nigel, acreditando, por isso, no seu triunfo nesta nova etapa da sua carreira.

Como disse, no início do artigo, se as saídas de CM Punk, AJ Styles e Samoa Joe fecharam um ciclo brilhante na história da ROH e essa situação proporcionou o início de um outro, a verdade, é que as transferências de Nigel McGuinness e Bryan Danielson para a WWE, vêm encerrar esse, segundo, ciclo que se tinha iniciado e que em nada ficou a dever ao primeiro. Bryan Danielson e Nigel McGuinness foram as estrelas desta segunda fase da "Raínha das Indys", as verdadeiras "2º Generation of Superstars with Honor", e com as suas saídas para a empresa de Vince McMahon, abre-se de novo um espaço necessário (até porque o main event da ROH já se encontrava algo estagnado), para que, como aconteceu anteriormente, outros wrestlers venham, tomem os seus lugares e no futuro sigam o mesmo percurso. A Ring of Honor vive deste espaço e precisa dele, pois só assim conseguirá criar novas estrelas e respeitar os fundamentos que estão na sua génese...ser uma montra para jovens wrestlers, que nela evoluem com o objectivo de atingir um patamar superior. Na linha da frente, para tomar as rédeas deste terceiro ciclo, que agora se abre, estão Chris Hero e Tyler Black, aos quais talvez possamos juntar Claudio Castagnoli (três wrestlers que vale apena recordar e, sobre quem, muitos olhos vão estar postos).

Talvez, um dia, a companhia venha a ter capacidades humanas e financeiras para encarar o negócio de uma outra forma, mas, enquanto assim não for, ela estará sempre dependente do sucesso que constituem estas "viagens" e transferências dos seus wrestlers para outras empresas com maior nome e destaque. Daí que seja tão importante, para ela, a continua criação e evolução dos seus jovens valores.

Bem, e foi mais um "Dias is That Damn Good" que espero tenham gostado e comentem!

Um Abraço, Dias Ferreira!

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