Boas Pessoal!
Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", o espaço com maior número de edições na história do XBooker e da CWO ;)
Ao longo da última semana, muito se falou sobre qual o combate mais espectacular e mais marcante do WWE Breaking Point 2009. Grande parte dos fãs, escolherem o combate pelo WWE Championship como seu preferido, alegando a brutalidade do match e a fantástica história contada no mesmo, como a principal razão da sua opção; outros, preferiram falar do combate pelo World Heavyweight Championship como o seu favorito de todo o PPV, mostrando-se claramente fascinados pela genial jogada de Vince McMahon ao criar um segundo "Montreal Screwjob". A esta lista de fãs, juntou-se uma outra, em menor número e da qual faço parte, que escolheu o combate entre os D-Generation-X e os Legacy como o melhor da noite, e, em seguida, vou explicar-vos o porquê desta decisão.
Por isso, não percam as próximas linhas...
Para conseguir compreender o que estava, realmente, em jogo neste combate, é necessário reportarmo-nos no tempo, até ao período em que os Legacy foram criados. O grande objectivo da WWE ao fazer nascer esta nova stable foi, sem a menor dúvida, cimentar a posição do Randy Orton como top heel da companhia, ao mesmo tempo que se servia de dois jovens com excelentes qualidades, capacidades, potencial e background, para os lançar no futuro. Muitos foram os seus críticos, afirmando que ambos (Ted DiBiase Jr. e Cody Rhodes) não passavam de meros jobbers e que as "sovas" que levavam constantemente em nada os credibilizava...chegou-se, mesmo, a apontar a esta stable e, em particular, aos seus membros mais jovens, o mesmo futuro que tiveram os Major Brothers (ou Edgeheads) no grupo "La Familia". Mas, a verdade é que já se percorreu um longo caminho desde então, e depois de feuds e rivalidades com grande qualidade e de larga duração, contra os maiores nomes da empresa (McMahons, Triple H, Batista e John Cena), conseguimos perceber que todos os integrantes deste grupo (que gira em redor de Randy Orton) foram beneficiários da sua criação.
O Randy Orton é hoje, mais do que nunca, o top heel da WWE, e a sua qualidade enquanto wrestler melhorou bastante...arrisco-me mesmo a dizer que no presente ano de 2009, não houve lutador melhor que ele. Por sua vez, os jovens Ted DiBiase Jr. e Cody Rhodes deixaram de ser vistos como meros "fantoches" do Legend Killer, sendo integrados de uma forma gradual e bastante sustentada no main event da RAW, por forma a não se perceberem as suas fraquezas e que, quando isso acontecesse, a sua credibilidade já fosse superior a essa realidade. Tanto DiBiase como Rhodes estão hoje capacitados para vencer qualquer nome dentro da companhia e isso só acontece e se verifica, porque foi feito um trabalho de enorme qualidade em torno dos dois jovens...e esse trabalho foi de tal forma bem feito, que quase ninguém se apercebeu da forma tão dessimulada, como eles iam vencendo um ou outro adversário e massacrando muitos outros no backstage, com a ajuda de Orton. Como referi anteriormente, a evolução da stable e dos seus membros mais jovens foi algo que se registou de uma forma gradual e sustentada, atingindo um patamar superior no dia em que Ted e Cody derrotaram o Triple H, e a maior parte dos fãs tomou consciência de que os, outrora jobbers, eram, agora, capazes o suficiente para infligir derrotas consecutivas ao homem com o "job" mais valioso da empresa (de facto, todos sabem que vencer o Triple H é quase tão importante e valioso como conquistar um dos título de primeira linha).
E a surpresa dos fãs não ficaria por aqui, pois o próprio Triple H viria a admitir que sozinho já não era capaz de ultrapassar tais adversidades, chamando Shawn Michaels para formarem, mais uma vez, os D-Generation-X, e de forma subentendida, dar um empurrão enorme à credibilidade de Ted DiBiase Jr. e Cody Rhodes. Com o regresso dos DX, os Legacy fizeram o seu trabalho, ajudando ao hype da famosa stable e dando sustento às razões que os levariam a enfrentar-se em pleno SummerSlam. Devo dizer que neste ponto, foi fantástico perceber como a WWE trabalhou a rivalidade, mostrando uns Legacy sempre à frente e antecipando as jogadas dos D-Generation-X (como prova a interrupção na sua promo de regresso), de forma a que a história fosse mesmo contada em torno da dicotomia jovens vs. veteranos e novos vs. ultrapassados. Chegado o SummerSlam, também pudemos assistir ao que queriamos...uma entrada dos DX típica da Attitude Era, num momento de enorme espectacularidade, e um combate com bastante qualidade, onde se conseguiu credibilizar ambas as equipas e com a vitória final, a pertencer ao famoso grupo que após dois anos regressava às suas lides. No final deste combate, a história passava a ser outra, afinal os D-Generation-X mostraram que no ringue ainda não estavam acabados (muito pelo contrário), e agora, eram os Legacy que apesar de se mostrarem bastante duros e da sua enorme qualidade, tinham algo a provar.
Foi desta forma que se partiu para mais um desenvolvimento desta rivalidade, que viria a ter mais uma importante etapa no Breaking Point. Contudo, a feud acabou por afrouxar um bocadinho, pois nas duas primeiras RAWs que se seguiram ao SummerSlam, pouco se trabalhou a problemática em torno dos DX e dos Legacy, tendo acontecido algo, realmente, relevante apenas a suas semanas do Breaking Point. E o que aconteceu de interessante, foi a efectiva passagem da contenda para níveis de brutalidade e violência bastante mais elevados, os Legacy com o seu orgulho ferido queriam, agora, mostrar que eram capazes, enervando Triple H e Shawn Michaels ao ponto de ambos entrarem no mesmo "jogo", como se viu na RAW anterior ao PPV, e a seguirem os Legacy procurando a sua destruíção. Os dados estavam, então, lançados e no Breaking Point iriamos assistir a um combate entre duas equipas que se odiavam de morte e que procuravam mostrar-se superiores uma à outra, sabendo de ante-mão, que afinal os D-Generation-X já os tinham saído vencedores no SummerSlam e que queriam, a todo o custo, "exterminar" os jovens Legacy. O combate no Breaking Point foi realmente fantástico, porque conseguiu contar a história inteirinha dos Legacy e da rivalidade que os opôs aos D-Generation-X. Nós vimos de início os "jobbers" a serem "tozados" pelos DX, e pensou-se que iria acontecer o mesmo que no SummerSlam, mas não, num acto de orgulho, e sem que se percebesse, Ted DiBiase Jr. e Cody Rhodes foram crescendo ao longo do combate e utilizando a sua inteligência, conseguiram separar os seus inimigos, de forma a combater em 2 vs. 1, e a assegurando para si a vantagem.
Juntando a estes factores toda a brutalidade, violência e credibilidade do combate, ofereceram-nos, ainda, um momento genial, com a submissão de Shawn Michaels e consequnte vitória dos Legacy. Este foi um ponto de viragem, foi o acontecimento que provou a capacidade dos Legacy vencerem os seus piores inimigos e a stable de maior sucesso na história da WWE, de forma limpa...este acontecimento foi o auge das carreiras de DiBiase e Rhodes, e foi, sobretudo, o ponto de partida para a sua consolidação como main eventers. Na actualidade, a história voltou, mais uma vez, a tranformar-se...agora, estamos perante uns Legacy que são mais jovens, que antecipam as jogadas, que venceram Triple H e Shawn Michaels de forma limpa (fazendo o segundo, inclusive, desistir) e que ganharam o respeito dos mesmos, por seu turno, agora, são os DX quem tem de correr atrás do prejuízo, porque embora nos encontremos num empate (1-1 no que toca a vitóias em combates), a ideia com que se fica depois do Breaking Point é que os jovens Legacy conseguiram ultrapassá-los e para terminar esta questão de uma vez por todas, nada melhor que o Hell in a Cell que iremos assistir no próximo PPV da WWE. Por acaso, tenho o pressentimento que os DX vão vencer, no entanto, nada apagará o que estes dois jovens já conseguir fazer e provar, estando neste preciso momento, num patamar já bastante elevado no card da empresa. Para que esta situação se pudesse verificar, os acontecimentos no passado Breaking Point foram fundamentais e é, também por isso, que considerei o combate entre estas duas equipas o melhor da noite, apelidando-o de "The Match Which Has Broke The Point", porque realmente, deu origem a uma mudança de paradigma.
Bem, foi mais um "Dias is That Damn Good", que espero tenham gostado e comentem!
Um Abraço, Dias Ferreira!
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