Boas Pessoal!
Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", o espaço com maior número de edições na história do XBooker e da CWO =P
O debate em torno do futuro da WWE tem sido bastante forte desde há uns tempos para cá, em causa está, sobretudo, a suposta incapacidade que a empresa de Vince McMahon apresenta no que à criação de novas estrelas diz respeito. A meu ver, muitas destas considerações são infundadas, ou pelo menos, exageradas, já que se olharmos bem para a actual estrutura da empresa, conseguimos encontrar facilmente razões para que o futuro seja encarado com alegria e crença no sucesso.
É por isso, que vos trago como sub-título do artigo de hoje as palavras "Consagração, Consolidação e Esperança". Aquilo a que me proponho passa, portanto, por ligar momentos, situações e wrestlers a cada um dos anteriores substantivos, de forma a explicar o modo como vejo o futuro da WWE no que respeita ao lançamento de novas estrelas e à forma como a companhia está a preparar a substituíção dos seus históricos lutadores (Triple H, Shawn Michaels e Undertaker).
Não percam, portanto, as próximas linhas...
A primeira palavra que referi foi consagração, e a verdade, é que se há alguma expressão com que podemos caracterizar a situação de Randy Orton e John Cena na WWE, é mesmo essa...Consagração. Há muito tempo que ambos são estrelas de topo, wrestlers que carregam o main event e que conseguem oferecer excelentes combates e feuds com qualquer adversário, no entanto, com o passar do tempo, a experiência e visibilidade que se vai adquirindo pode ou não servir para elevar os wrestlers a um outro patamar...o patamar de excelencia a que poucos têm o privilégio de chegar. Randy Orton e John Cena, são exemplos claros da situação que descrevi imediatamente atrás, e da sua concretização com sucesso...pois aproveitaram todo o tempo que estiveram no topo para crescer, amadurecer e evoluir, e hoje eles são as duas maiores estrelas da companhia.
Randy Orton é um actor fabuloso, interpretando a sua personagem e gimmick como poucos o conseguiram fazer antes na modalidade. Para além disso, conseguiu desenvolver bastante as suas mic skills e no ringue também está mais maduro. Hoje ele consegue oferecer combates tecnicamente bastante evoluídos e, mais importante que isso, contar histórias através dos mesmos de uma forma super credível. Aos 29 anos é um verdadeiro prodígio, e estando a um nível de excelência a verdade é que ainda pode melhorar e crescer muito mais, e é por todo este seu potencial que ainda está por explorar que se constituiu como o wrestler mais valioso da actualidade. Por outro lado, Orton também cresceu como pessoa e deixou de arranjar os problemas e confusões de outrora...mostrou que está preparado para tudo o que lhe pedirem e já construíu uma base de fãs de fazer inveja a qualquer grande vedeta do Pro Wrestling. Neste momento, é o wrestler que está em melhor forma e aquele que, sem dúvida, dá mais gosto ver. O combate que teve com Cena no Bragging Rights foi algo genial (só as verdadeiras estrelas conseguem produzir o que ambos fizeram naqueles 60 minutos) e agora, está pronto para ajudar a fazer crescer o seu parceiro Ted DiBiase Jr, tal como o Triple H fez com ele há uns anos.
Por sua vez, John Cena está de volta ao topo, depois de provar a tudo e todos, que é dos wrestlers mais completos de sempre a ter passado pela nossa modalidade. Suportou o que nenhum outro conseguiria, dada a exagerada exploração que fizeram da sua imagem, e a verdade é que ainda continua a ser o super Babyface da empresa e o maior drawer da mesma. No ringue também evoluiu bastante e já não é aquele wrestler que custa ver, não, agora os seus ataques e a forma como utiliza o seu move set está perfeita, é lógica e conta a história no seu essencial. Por outro lado, conseguiu melhorar algo que parecia quase impossível, ele melhorou o seu selling...o Cena é um tipo que vende por todos os lados, o auge da dedicação e o sonho de qualquer promotor. Para além disso, já provou que não necessita do título para se manter no topo e extremamente over...e depois de tantos combates épicos e rivalidade com um grau de brilhantismo elevadíssimo, a verdade é que também já ninguém dúvida (só por pura impercepção do que trata o negócio ou birra estúpida) que ele é o presente e será o futuro.
O Randy Orton e o John Cena são o presente, mas também a consagração do que será o futuro, uma vez que os seus 29 e 32 anos, respectivamente, permitem pensar no curto prazo, mas também no médio/longo prazo. Eles são lendas e futuros Hall of Famer's. A estes dois, ainda podemos juntar o Edge, que apesar dos 35 anos e de não ser tão evoluído dentro do ringue, está praticamente ao mesmo nível de ambos.
A segunda palavra que escolhi para o sub-título do artigo de hoje foi Consolidação, e a verdade é que não existe substantivo que assente tão bem na fase que a carreira do CM Punk atravessa, como este. Ao contrário do que a TNA costuma fazer, a WWE tem o excelente hábito de reconstruir os wrestlers que contrata e de os adaptar ao seu produto...assim, enquanto pudemos assistir à estreia de Nigel McGuinness no main event da empresa de Orlando, desafiando o wrestler mais prestígiado da companhia, percebemos que para o Punk chegar ao actual patamar, teve de se esforçar muito mais e de atravessar um longo caminho que consistia na própria credibilização. Duas formas de pensar a modalidade e o negócio, que se reflectem na qualidade e dimensão das duas companhias. O CM Punk veio da ROH como o verdeiro "Rei" das indys, com uma legião de fãs bastante fiel e de considerável dimensão...foi enviado para a Ohio Valley Wrestling e posteriormente para a ECW, a WWE deu-lhe tempo, adversários, feuds e visibilidade. Deu-lhe também notoriedade e pequenos pushes como as vitórias no "Money in the Bank" e outras situações que aos poucos foram credibilizando o "Chicago Made". Chegou a altura certa e deu-lhe também um título mundial para ver como ele se sentia e se "desenrascava", foi curto, mas ele portou-se bem e mais tarde, viriam a entregar-lho de novo. Na SmackDown teve a maior e melhor feud desde a sua chegada à WWE com Jeff Hardy, e desenbaraçou-se bastante bem, consolidando a sua posição no card e assegurando que, pelo menos, do upper card já não descia. Seguiu-se o Undertaker, feud que se mantém na actualidade...Resumindo, podemos afirmar, que tudo na carreira de Punk, enquanto wrestler da companhia de Vince McMahon, veio com bastante esforço, ponderação, credibilidade e lógica. É, talvez, das melhores construções que a WWE conseguiu fazer ao longo da história, e apesar das derrotas, a rivalidade que tem mantido com o Deadman só o vai beneficiar e ajudar a crescer como wrestler.
O único handicape que lhe encontro, prende-se com alguma falta de sensibilidade para a vertente enterteinment, especialmente no que há criação de taunts e movimentos ou "entrances" diz respeito. Não nos podemos esquecer que os wrestlers têm de se saber vender como se de marcas se tratassem, e o CM Punk ainda tem muito que melhorar nesse aspecto. De qualquer modo, é um wrestler que se está a consolidar e que continua a percorrer o caminho que a WWE lhe traçou com enorme distinção. Não tenho dúvidas que no futuro, ele estará lado a lado com Randy Orton, John Cena e Edge na liderança do card da companhia. Dêem tempo ao tempo, e apreciem a sua crescente e continua credibilização e consolidação como futura super estrela. Outro wrestler que consigo ver no mesmo caminho, embora um pouco menos desenvolvido, é Ted DiBiase Jr., um futuro main eventer que está a consolidar-se no card.
Por último, chegamos à vez da Esperança, palavra que a meu ver identifica claramente as apostas da WWE em Drew McIntyre e Eric Escobar. Podia ter falado em casos como os de John Morrison, Dolph Ziggler, MVP ou Swagger, mas estes já me parecem eternas esperanças se é que me percebem. Por isso, escolho dois wrestlers que ainda há pouco tempo carregavam a Florida Championship Wrestling e que recentemente fizeram o seu debut pela SmackDown. Dois jovens super talentosos e a quem todos apontam um futuro brilhante...
Drew McIntyre uma aposta pessoal de Vince McMahon segundo o keyfabe, é na realidade uma forte "jogada" de Triple H e Shawn Michaels que, como já foi noticiado, vêem neste jovem uma qualidade e potencial tremendos. O Hunter chegou mesmo a dizer que o Drew o faz lembrar a si próprio no início da sua carreira, quer no que toca à habilidade em ringue, quer no que respeita ao look. Este escocês de 24 anos, tem vindo a ser alvo de um grande push e, ao que parece, também por influência de HHH e HBK, é algo que se vai continuar a verificar até à sua ascensão ao main event. Ora se a WWE decide atribuir algo tão grandioso a este jovem, é porque a esperança que recai nas suas qualidades e potencial é gigantesca. Pessoalmente, aprecio o McIntyre e sigo-o há já bastante tempo (não esquecer que ele já se tinha estreado há uns tempos na SmackDown, na altura acompanhado por Dave Tayler), por isso, enalteço sobretudo as suas qualidades in-ring, onde o selling é a sua característica mais evidente. Por outro lado, é notório que as suas mic skills necessitam ser mais trabalhadas...mas isso é algo que com o tempo e maior experiência se corrige. Agora que o Drew é uma forte aposta e esperança para o futuro da empresa, ai isso é!
Por seu turno, temos o Eric Escobar, outro jovem wrestler que já se encontra completamente formatado e adaptado ao produto da empresa, não fossem os seus longos anos de ligação aos territórios de desenvolvimento da companhia. Com 29 anos e prestes a completar 30, este lutador porto riquenho viu a sua oportunidade finalmente chegar, e de uma forma que só o pode fazer pensar num futuro repleto de sucessos. Digo isto, porque não seria a qualquer um que a WWE entregaria Vickie Guerrero, a personagem com capacidade para gerar mais heat na empresa...ora, ligando o Eric à Vickie, a empresa de Vince McMahon não está apenas a dar-lhe um push tremendo, como aponta enormes baterias no sentido de o tornar mais visível, notável e importante. Sempre olhei para ele como um wrestler bastante credível em ringue, mas com um handicape chamado enterteinment e mic skills...qual não é o meu espanto, quando percebo que desde a sua chegada à SmackDown, todos estes problemas parecem ter desaparecido, e ele apresenta uma atitude fantástica. Hoje, ao olhar para ele, vejo alguem com um carisma bastante forte e que "sai" de um forma muito natural.
Em ambos os casos, estamos perante wrestlers profundamente talentosos e cuja a aposta da WWE nos mesmo se revela gigantesca. Agora é com eles e com a forma como encararem os seus desafios...mas uma coisa é certa, a esperança da companhia em vê-los como grandes estrelas da mesma existe e é profundamente constatável pelos factos que relatei atrás!
Bem, e foi mais um "Dias is That Damn Good", que espero tenham gostado e comentem!
Um Abraço, Dias Ferreira!
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