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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dias is That Damn Good #146 - "WWE Extreme Rules 2010 Rebound"

Boas Pessoal!




Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", o espaço com maior número de edições na história do XBooker e da CWO ;)

Por se tratar do primeiro PPV pós-Wrestlemania e aquele que se realiza, imediatamente, antes do WWE Draft 2010, o WWE Extreme Rules 2010 ganha relevante importância dentro das estruturas e nova "época" da companhia. Em alguns casos este é o Show em que a "ano", realmente, termina, verificando-se as, normais, desforras dos combates da Wrestlemania e o verdadeiro encerramento das storylines e rivalidades em curso...também este ano, em grande medida, foi isso que aconteceu, sendo, portanto, imperioso compreender o modo como a empresa coloca os seus activos e os prepara para a nova "temporada", que se adivinha ter começado no Monday Night RAW de ontem, com a nova distribuição dos wrestlers pelas respectivas brands da WWE.

Aquilo que proponho ao longo do presente artigo é, então, a análise do PPV Extreme Rules 2010 e a definição de algumas das suas consequências no futuro. Por isso, não percam as próximas linhas...




Unified Tag Teams Title Shot Guntlet Match

> Este combate não fazia parte do card do PPV, no entanto, após os acontecimentos iniciais, justificava-se a adição de um novo opener. E foi assim que os Unified Tag Teams Champions vieram até ao ringue e o The Miz começou a dar um espectáculo semelhante àquele que nos tem oferecido ao longo das últimas semanas, demonstrando o excelente momento que atravessa, a enorme qualidade e potencial das suas capacidades e toda uma maturidade que a sua personagem já conseguiu atingir. Depois de um despique com Teddy Longo, ficou marcado um Guntlet Match em que os campeões seriam obrigados a defrontar três equipas e que caso fossem derrotados, a equipa vencedora receberia uma title shot pelos seus "cinturões" no futuro. Os primeiros adversários foram John Morrison e R-Truth, que viriam a ser desqualificados depois de Morrison não ter respeitado uma contagem do árbitro; seguir-se-iam MVP e Mark Henry que acabariam derrotados após distracção do referee e "selo" do Big Show no "Power Ranger"; por último, e de forma super rápida, os Hart Dynasty chegaram ao ringue e venceram os campeões fazendo o pin em The Miz. Não se pode dizer que tinha sido um grande combate ou momento, até porque não o foi, mas serviu, sobretudo, para alimentar a rivalidade entre os ShowMiz e equipa constituída pelos sobrinhos de Bret Hart.

Rey Mysterio vs. CM Punk (w/Straight Edge Society)

> A feud entre estes dois já se vinha desenvolvendo há bastante tempo e o combate que os opunha era, claramente, o ponto final na sua rivalidade. Depois das vitórias de Rey Mysterio começava a ganhar maior consistência a ideia de CM Punk sair vitorioso neste match e a verdade é que se já tinha pensado na hipótese de Joey Mercury aparecer para ajudar o "Chicago Made" a obter a vitória, fiquei com a certeza de que essa situação se iria verificar com os afastamentos de Luke Gallows e Serena. Os acontecimentos e desenvolvimentos da acção foram, portanto, bastante previsíveis, no entanto, a qualidade do combate foi muito alta. A verdade é que estávamos perante uma feud super bem conduzida, num combate com um excelente build up e perante dois wrestlers de enorme qualidade e capacidade. O CM Punk está, cada vez mais, um wrestler completo, demonstrando uma enorme maturidade e sapiencia dentro do ringue e fora dele...já o Rey Mysterio prova a todos os combates o porquê de ser o melhor highflyer da actualidade e um dos melhores de sempre, ele sabe interpretar todos os momentos do combate, o seu adversário e o público, sabe quando tem de ficar no chão, quando tem de se levantar e quando deve aumentar a velocidade do combate...sabe utilizar o seu move set e sento um lutador com diversas manobras aéreas sabe utilizá-las de um modo coerente e consequente e é, também isso, que o diferencia de muitos outros highflyers cujos combates, quase, me recuso a assistir. A meu ver este foi o match da noite, embora seja um facto que até já tiveram um embate mais compacto entre ambos numa edição anterior do Friday Night SmackDown.

Strap Match: Shad Gaspard vs. JTG

> Pessoalmente, julgo que a WWE ao separar os Cryme Time está a cometer o mesmo erro (tremendo) que a TNA quando esta decidiu acabar com os LAX e oferecer carreiras de singles a Hernandez e Homicide. Se é verdade que tanto o Shad Gaspard como o JTG têm um sentido apuradissímo para o entertenimento e sabem como cativar a plateia, não deixa de ser um facto que as suas capacidades e potencial não me parecem suficientes para justificar uma aposta nas suas carreiras a solo, em detrimento da constituição de uma excelente tag team. Em todo o caso, a empresa esforçou-se por criar um build up credível para este confronto, ainda que tenha acontecido tudo de uma forma algo rápida...de qualquer forma, o combate em si denotava o embate entre dois ex-companheiros movidos por ódios pessoais. Confesso até que o match me agradou no seu início e no seu meio, mas o final acabou por estragar tudo. Para além de ter sido rápido de mais, a boa construção que os wrestlers estavam a dar ao combate acabou por ser interrompida pela forma abrupta e inesperada como o mesmo terminou, e até pela forma como essa situação se verificou. Acabou por ser, então, um momento de programa semanal e não digno de um PPV...em todo o caso e apesar de se constituir num dos momentos menos brilhantes do espectáculo, não deixou de ser importante na alavancagem da rivalidade entre os entervenientes.

World Heavyweight Championship Extreme Rules Match: Jack Swagger vs. Randy Orton

> Jack Swagger venceu o MITB na Wrestlemania de forma surpreendente, cobrou a sua title shot e conquistou o título mundial de uma forma tão rápida que ninguém esperava e, agora, quando nem vinha sendo credibilizado como campeão, conseguiu uma vitória moralmente importante e, factualmente, credibilizadora da sua carreira. A princípio acredito que todos pensassem na vitória do "RKO", e eu confesso que também assim tinha direccionado o meu pensamento, contudo, depois dos excelentes combates protagonizados pelo World Champion contra Undertaker e John Morrison, alterei um pouco a minha ideia e comecei a deixar no ar a hipótese de ver o jovem Swagger reter o seu "cinto". Randy Orton alterou um pouco o seu comportamento, mas será sempre à imagem do que acontece com Triple H, um super heel que ao fazer um face turn estará sempre preso ao papel de tweener. Entre ambos a história não estava realmente lançada ou desenvolvida, pelo que este combate veio dar esse verdadeiro ponto de partida para a rivalidade entre os dois opositores. O match em si foi bastante agradável e bem conduzido...a princípio notou-se algum nervosismo do Swagger e algum desfazamento em relação ao conceito do próprio combate (já que até começaram por puxar pelo technical wrestling e pelo backgroung do Jack), no entanto, lá conseguiram, com o tempo, ir construíndo um embate mais sólido e contar uma história mais apropriada. No final o Randy Orton perdeu traído pelo seu excesso de confiança, quando tentou aplicar um RKO numa cadeira e o "All-American American" acabou por reverter o movimento...no pós-match, Orton aplicaria o seu finisher ao campeão e, por isso, adivinha-se a continuação da feud entre ambos.

Street Fight: Triple H vs. Sheamus

> O PPV começou com o Sheamus a apanhar Triple H de surpresa no backstage e a atacá-lo com a sua "pipe", deixando o Hunter lesionado e colocando em dúvida a realização do combate entre ambos. Após alguns segmentos a vender a grave lesão do "The Game" a verdade é que, num acto semelhante a tantos outros que lhe pudemos assistir ao longo do período mais ascendente da sua carreira, mesmo limitado dirigiu-se para o ringue, não virando a cara à luta. Confesso que logo após o ataque de Sheamus adivinhei tudo aquilo que se iria verificar em seguida, não por ser um grande bruxo (LOL), mas porque a previsibilidade dos factos era notória a quem acompanha minimamente esta modalidade e a forma de produzir e pensar da WWE. O combate foi bastante sólido, coerente e credível, conseguindo vender tudo e mais alguma coisa ao longo da sua duração e contar uma história de forma perfeita. O Triple H esteve sempre muito preocupado em vender a sua lesão, ao mesmo tempo que levava "porrada" do Sheamus e tentava os seus "comebacks" em actos de grande fúria e vontade de vencer...por seu turno, o Sheamus tentou a todo o custo destruir o seu adversário, aguentou muito bem as fortes "cacetadas" que levou e foi importantissímo na forma como se contou a história. No final, após 4 grandes bicycle kicks conseguiu derrotar um adversário que, apesar de destroçado, continuava a resistir e a desafiar o "Celtic Warrior"...foi um match extremamente credibilizador para o irlandês e que, com certeza, o deixou bastante over, até porque, já depois de finalizado o embate, Sheamus voltou para trás e deu tanta "porrada" no "Cerebral Assassín" que este teve de sair de maca (prevendo-se, portanto, que agora sim tire algum tempo para curar as suas lesões e gravar o novo filme da WWE "Killing Karma").

WWE Women's Championship Extreme Makeover Match: Michelle McCool (w/Layla & Vickie Guerrero) vs. Beth Phoenix

> Há já muito tempo que a WWE não apresentava uma história e build up tão bem construídos para um combate da sua divisão feminina. Ao longo de alguns meses que a rivalidade entre Michelle McCool e as suas companheiras e a Beth Phoenix tem vindo a ser trabalhada, e bem trabalhada, deixando em aberto, caso lhe dessem essa oportunidade (como felizmente deram), um bom desempenho de ambas dentro do ringue. O match foi aquele em que as duas intervenientes puderam contar com maior número de armas e utensílios de todo o PPV, utilizando-as bastante bem a Michelle McCool no desempenho do seu papel de heel e campeã que tentava a todo o custo eliminar a sua adversária...por sua vez, a Beth Phoenix comportou-se bastante bem, vendendo de uma forma espantosa o combate e a sua inimiga, sofrendo diversos ataques violentos e conseguindo erguer-se de uma forma impressionante e, contra as adversidades, vencer o combate e tornar-se, pela terceira vez, WWE Women's Champion. Foi um combate de fazer inveja à actual Knockout Division da TNA, e era bom que a WWE despertessa para a qualidade das suas lutadoras, de forma a respeitá-las mais e a conceder-lhes mais e melhores oportunidades para "brilhar".

Steel Cage Match: Edge vs. Chris Jericho

> Este embate encerrava uma storyline que decorre desde antes da própria Wrestlemania entre dois dos melhores valores da WWE, num combate com a estipulação especial adequada para os acontecimentos. Assim, e depois da surpreendente vitória do Jericho na Wrestlemania, adivinhava-se como óbvia a vitória de Edge neste match...algo que, como sabem se veio a verificar. Contudo, importa falar na qualidade altíssima do embate, onde assistimos a um "Y2J" igual a si próprio, e por isso genial, enquanto do outro lado vimos um Edge muito mais maduro, a conseguir definir o seu move set e a aplicá-lo com grande coerência e sentido de oportunidade. Houve, ainda, uma enorme preocupação em contar uma boa história, aliás como o bom wrestling o impõe, e essa situação foi perfeitamente visível no momento em que o Chris poderia ter vencido o combate mas, de forma arrongante e quesilenta, decidiu voltar a atacar o seu inimigo que o "brindou" com um enorme spear. Após algumas tentativas de abandonar a "Cage" de Jericho em que Edge sempre ripostou, a "Rated R Superstar" lá conseguiu conquistar a vitória, em mais um desfecho previsível, mas secundado por um combate de enorme qualidade.

WWE Championship Last Man Standing Match: John Cena vs. Batista

> O Last Man Standing Match pelo WWE Championship simbolizava, também, o fim da rivalidade entre John Cena e Batista, uma feud cujas raízes remontam para o WWE Royal Rumble de 2009. Por conhecer a forma como a WWE pensa os seus combates e história, já me parecia impensável que o "Animal" saísse vencedor deste match, mas se alguma dúvida subsistia para alguém, ela dissipou-se com as notícias que davam conta do provável abandono de Batista no pós-Extreme Rules. A previsibilidade dos acontecimentos estava, então, e mais uma vez, garantida sendo que o grande desafio dos intervenientes se prendia com a forma como ambos conseguiriam gerar interesse em redor do seu trabalho e desempenho. O combate começou algo confuso, parecia que o John e o Batista não sabiam bem o que queriam fazer, daí que tivessem demorado tanto tempo a sair do ringue e a tentar vencer o combate sem o auxílio das armas que, normalmente, são utilizadas em matches com o conceito do "Last Man Standing". Depois do período inicial menos bom e que pouco respeitou aquilo que o conceito do embate pedia, lá conseguiram agarrar os "ventos" mais certeiros e partir para uma história bem contada através do recurso a alguns spots e a momentos de maior espectacularidade. O final revelou-se, no entanto, bastante surpreendente e brilhante...percebendo que não conseguiria vender o "Animal" de outra forma, o WWE Champion utilizou uma fita para manter o seu adversário preso, no chão, ao turnbuckle, impedindo-o, desta forma, de se levantar no contagem até 10. Um final não só brilhante mas também carregado de simbolismo, como de forma bastante correcta disse o Wolve (numa conversa que mantivemos durante o PPV), já que ficou no ar a ideia de que Batista ficaria, para sempre, acorrentado à WWE (isto caso ele esteja mesmo de saída).

Conclusões:

> Como tive oportunidade de referir aquando da introdução deste artigo, o WWE Extreme Rules 2010 ficou marcado pelo excelente build up das histórias e combates presentes no card e pelo facto de, na sua generalidade, encerrar, verdadeiramente, a "temporada" na WWE. Por outro lado, se foi um espectáculo onde a previsibilidade saltou á vista de todos, também não deixa de ser verdade que essa situação não se revelou prejudicial, já que a escolha dos resultados foi extremamente acertada e a qualidade dos combates foi altissíma. Por último, queria deixar, ainda, uma nota sobre a plateia presente neste PPV...foi um público bastante amorfo, pouco entusiasta, muito calado e que, na minha opinião, não mereceu, minimamente, o excelente produto que a WWE lhes ofereceu.

Classificação dos Combates:
1º - CM Punk vs. Rey Mysterio - 17/20
2º - Edge vs. Chris Jericho - 17/20
3º - Triple H vs. Sheamus - 16/20
4º - John Cena vs. Batista - 16/20
5º - Jack Swagger vs. Randy Orton - 15/20
6º - Michelle McCool vs. Beth Phoenix - 14/20
7º - Shad Gaspard vs. JTG - 13/20
8º - Guntlet Match - 12/20



Bem, foi mais um "Dias is That Damn Good" que espero tenham gostado e comentem!
Um Abraço, Dias Ferreira!

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