Boas Pessoal!
Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", um dos espaços com maior história na CWO ;)
No Pro Wrestling, especialmente no que toca aos seus shows televisionados, como em qualquer outro programa de televisão, existe uma necessidade constante de manter interessado e intrigado aquilo que é o core dos seus seguidores, mas também de entusiasmar e agarrar os telespectadores ocasionais que, por mero acaso, tenham passado pelo canal no decorrer desses mesmos programas.....
Deste modo, no sentido de responder ao desafio anteriormente referido, surgiu um dos conceitos mais revolucionários na forma como os shows de wrestling passaram a ser produzidos (pelo menos durante um determinado período de tempo), conceito esse que será o tema central do texto que hoje vos proponho, o "Crash TV".
Não percam, portanto, as próximas linhas...
O "Crash TV" adaptado ao Pro Wrestling surgiu na WWE, no decorrer do ano de 1996, tendo sido implementado por Vince Russo (que seria coadjuvado, mais tarde, por Ed Ferrara). Era um conceito/modelo de produção que se caracterizava, acima de tudo, pelo recurso a swerves e/ou heel turns inesperados, worked shoots, pela criação de storylines bastante polémicas e controversas, geralmente, relacionadas com conteúdos sexuais, por combates mais curtos e pelo shocking tv. As amplas transformações introduzidas pelo "Crash TV" no produto oferecido pela empresa de Vince McMahon tornaram-o muito mais próximo da realidade e da sociedade norte-americana dos finais dos anos 90, fazendo com que os fãs e seguidores da modalidade se sentissem profundamente ligados e agarrados aos diversos PPVs, shows, storylines, rivalidades/feuds e combates. Por outro lado, foi esta mesma nova visão sobre a forma como se produzia o Pro Wrestling que permitiu abandonar, em primeiro lugar, o conteúdo infantil, "cartoonizado", repetitivo, enfadonho, extremamente previsível e, até, insultuoso da inteligência dos fãs que caracterizou a primeira metade da década de 90 e, em segundo lugar, por consequência, a crise em que a WWE se encontrava mergulhada.
Contudo, para melhor perceber e compreender no que realmente se traduziu a implementação do "Crash TV", é necessário referir alguns exemplos de situações, acontecimentos e storylines que sofreram de forma directa a sua influência. Ora, um dos casos em que é mais fácil verificar-mos o modelo introduzido por Vince Russo é, sem margem para dúvidas, o famoso shocking tv. Utilizado como recurso fundamental para conquistar e manter os telespectadores, o shocking tv caracteriza-se, sobretudo, pela criação de um ambiente completamente anárquico onde a qualquer momento pode acontecer algo inesperadamente importante para o desenrolar das storylines, rivalidades e combates...obrigando, desta forma, os telespectadores a não mudar de canal sob pena de perder importantes desenvolvimentos. São bons exemplos desta situação as interferências em combates e/ou as altercações que se verificavam, de forma inesperada, no backstages, nas próprias arenas e, inclusive, no exterior dos edifícios. Outro exemplo gritante da influência do "Crash TV" no booking da companhia são as storylines bastante polémicas e realistas que constituíam o conteúdo dos diversos programas, apresentando ao mesmo tempo um forte recurso a heel turns inesperados e a swerves. As histórias dos casamentos de Stephanie McMahon com Test e Triple H, e a posterior McMahon-Helmsley Era são óptimos exemplos do que referi, da mesma forma que o envolvimento de Mike Tyson na feud entre os D-Generation-X e Steve Austin e a história do sacrifício de Stephanie McMahon pelo Undertaker também se constituem como bons indicadores desta questão.
No entanto, como em tudo na vida, a utilização exacerbada dos conteúdos que caracterizam o "Crash TV" também pode ter efeitos bastante nocivos para o próprio produto. A este respeito, os períodos em que Vince Russo e Ed Ferrara conduziram os bookings da WCW e, posteriormente, da TNA são os exemplos mais marcantes dessa situação, onde as interferências excessivas em combates (que contribuíram para a perda de interesse nos mesmos pela irrelevância dos resultados) e o recurso exagerado a heel turns e face turns (que tornaram as storylines e rivalidades confusas e carentes de lógica) assumiram particular importância...mas também a realização de angles e combates em shows de televisão que, agendados para PPV, podiam ter rendido lucros muito superiores às respectivas empresas.
Actualmente, com a assunção dos valores da PG Era, com o afastamento cada vez maior do produto que caracterizou a Attitude Era e sem a necessidade de "dar luta" a um competidor directo, o "Crash TV" e os seus componentes perderam, em grande medida, importância e relevância. Contudo, pelos efeitos que encetou no produto da modalidade e pela grande influência e responsabilidade que exerceu no crescimento da indústria e do seu número de seguidores...acredito que este conceito introduzido por Vince Russo continua a fazer todo o sentido, que a sua viabilidade é total (se utilizado de forma correcta) e que os seus componentes e características se mantém perfeitamente actuais...acima de tudo, porque as metas/objectivos a que o "Crash TV" se propõe atingir são universais e fundamentais para qualquer programa de televisão (como a obtenção de ratings e a manutenção da competitividade dos shows de wrestling para com outros shows de tv).
Um Abraço, Dias Ferreira ;)
Contudo, para melhor perceber e compreender no que realmente se traduziu a implementação do "Crash TV", é necessário referir alguns exemplos de situações, acontecimentos e storylines que sofreram de forma directa a sua influência. Ora, um dos casos em que é mais fácil verificar-mos o modelo introduzido por Vince Russo é, sem margem para dúvidas, o famoso shocking tv. Utilizado como recurso fundamental para conquistar e manter os telespectadores, o shocking tv caracteriza-se, sobretudo, pela criação de um ambiente completamente anárquico onde a qualquer momento pode acontecer algo inesperadamente importante para o desenrolar das storylines, rivalidades e combates...obrigando, desta forma, os telespectadores a não mudar de canal sob pena de perder importantes desenvolvimentos. São bons exemplos desta situação as interferências em combates e/ou as altercações que se verificavam, de forma inesperada, no backstages, nas próprias arenas e, inclusive, no exterior dos edifícios. Outro exemplo gritante da influência do "Crash TV" no booking da companhia são as storylines bastante polémicas e realistas que constituíam o conteúdo dos diversos programas, apresentando ao mesmo tempo um forte recurso a heel turns inesperados e a swerves. As histórias dos casamentos de Stephanie McMahon com Test e Triple H, e a posterior McMahon-Helmsley Era são óptimos exemplos do que referi, da mesma forma que o envolvimento de Mike Tyson na feud entre os D-Generation-X e Steve Austin e a história do sacrifício de Stephanie McMahon pelo Undertaker também se constituem como bons indicadores desta questão.
No entanto, como em tudo na vida, a utilização exacerbada dos conteúdos que caracterizam o "Crash TV" também pode ter efeitos bastante nocivos para o próprio produto. A este respeito, os períodos em que Vince Russo e Ed Ferrara conduziram os bookings da WCW e, posteriormente, da TNA são os exemplos mais marcantes dessa situação, onde as interferências excessivas em combates (que contribuíram para a perda de interesse nos mesmos pela irrelevância dos resultados) e o recurso exagerado a heel turns e face turns (que tornaram as storylines e rivalidades confusas e carentes de lógica) assumiram particular importância...mas também a realização de angles e combates em shows de televisão que, agendados para PPV, podiam ter rendido lucros muito superiores às respectivas empresas.
Actualmente, com a assunção dos valores da PG Era, com o afastamento cada vez maior do produto que caracterizou a Attitude Era e sem a necessidade de "dar luta" a um competidor directo, o "Crash TV" e os seus componentes perderam, em grande medida, importância e relevância. Contudo, pelos efeitos que encetou no produto da modalidade e pela grande influência e responsabilidade que exerceu no crescimento da indústria e do seu número de seguidores...acredito que este conceito introduzido por Vince Russo continua a fazer todo o sentido, que a sua viabilidade é total (se utilizado de forma correcta) e que os seus componentes e características se mantém perfeitamente actuais...acima de tudo, porque as metas/objectivos a que o "Crash TV" se propõe atingir são universais e fundamentais para qualquer programa de televisão (como a obtenção de ratings e a manutenção da competitividade dos shows de wrestling para com outros shows de tv).
E vocês, o que têm a dizer sobre o "Crash TV"?!
Um Abraço, Dias Ferreira ;)
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