Boas Pessoal!

Cá estamos para mais um "Dias is That Damn Good", a coluna com maior número de edições na história do XBooker!
Para hoje, aquilo que irei apresentar, será uma abordagem sobre o ideal conceito de uma stable. Não, não irei definir o que é uma stable, até porque todos o sabem e porque por muita "palha" que adicionasse no meio dessa explicação, nunca conseguiria escrever algo digno de um artigo ou crónica. O conceito de que falo, refere-se ao modo que considero ser mais rentável para a criação, organização e estruturação de uma stable/facção.
Não percam, então, o texto que se segue...

Como sabem, ao longo da história do Pro Wrestling Ocidental, houve um vasto conjunto de stables com os mais variados estilos e composições. Desdo os pioneiros Fabulous FreeBirs, passando pelos fantásticos Four Horseman, nWo e D-Generation-X, até à última grande stable, Evolution.
Sim, podemos considerar que em parte, a Hart Foundation também foi uma stable, que os La Familia também o foram, assim como os Kings of Wrestling, os Ministry Darkness, a Corporation, os Nation of Domination, etc. No entanto, a verdade é que os mais marcantes foram os cinco primeiros grupos que referi, pois foram eles quem criaram e impuseram os estilos de maior sucesso e que conseguiram render mais, num prazo mais alargado e vasto, e é por isso, que normalmente apenas se fala deles! (Por outro lado, também é bom não confundir uma stable com uma tag team, algo que muito se faz pela blogosfera fora e às vezes, incompreensívelmente, por alguns comentadores de wrestling!)

Falando em primeiro lugar, nos Fabulous FreeBirds, importa referir que eles foram os primeiros a introduzir esta vertente no pro wrestling. É verdade que actuavam mais como uma tag team composta por três membros, no entanto, introduziram algumas modificações ao modo como as equipas eram vistas na época e, através do grande papel desempenhado por Michael P.S. Heyes enquanto heel e chefe da stable, as contantes interrupções de combates e ataques a wrestlers desprotegidos, começaram a adicionar novos itens àquela tag team que a deferenciavam das demais. E como se diferenciava, houve a necessidade de a apelidar de modo diferente, já que nada tinha a ver com as equipas tradicionais...desta forma, a primeira facção do pro wrestling, conseguiu impôr-se com grande mestria e espectacularidade, tendo elevado de um modo muito rápido os seus três membros originais a um patamar bem alto na cadeia alimentar do pro wrestling. Contudo, e como referi anteriormente, esta foi ainda uma fase embrionária das stables, sendo que só mais tarde se desenvolveram ao ponto de proporcionar algo completamente diferente daquilo que era oferecido até então. Não considero que o conceito da stable Freebird seja o mais correcto, no entanto, reconheço a sua importância no pro wrestling e no desenvolvimento desta sua vertente.

Em seguida, também nos anos 80, surgiu aquela que foi uma das stables mais marcantes de sempre na história do Pro Wrestling Mundial. Se os FreeBirds foram os primeiros a introduzir esta vertente no pro wrestling, os Four Horseman foram aqueles que lhe deram grande projecção e espectacularidade. Centrados na personalidade de Ric Flair (sem dúvida o melhor e mais talentoso wrestler da época), que se apresentava como um autêntico egocêntrico milionário que passava o tempo na "má vida" com os amigos a beber e com raparigas, os Four Horseman eram ainda compostos pelo Enforcer Arn Anderson e pelos fantásticos Ole Anderson e Tully Blanchard, assim como pelo seu Manager James J. Dillon. Os Four Horseman conseguiram com a sua facção introduzir um sem número de catch frases e taunts que os diferenciavam de tudo aquilo que era visto até então, ganhando uma popularidade e mediatismo sem paralelo. A juntar esta situação, ao facto de como heels, se desbravarem contra os grandes babyfaces da época e lhes fazerem a vida negra (Harley Race, Dusty Rhodes, Ricky Steamboat, Lex Luger, Sting, etc), esta facção, conseguiu conduzir a NWA durante toda a década de 80, passo a passo com a WWF de Vince McMahon. No que respeita a estes, e em jeito de conclusão, importa ainda referir o modo como se conseguiu reunir um grupo que controlasse por completo uma federação, fazendo com que todos os membros fossem altamente credibilizados e pushados, assim como a própria stable...relembro que enquanto Ric Flair era World Heavywight Champion, Arn Anderson e Ole Anderson eram World Tag Team Champions e Tully Blanchard United States Champion. (claro que depois houve umas entradas e saídas dentro da stable, nomes como Barry Whindham, Lex Luger, Chris Benoit, Dean Malenko, Steve Mongo e Paul Roma...também pertenceram á facção, no entanto, a sua fase mais marcante foi a que tinha a primeira formação e a segunda, onde Barry Whindham substituíu Ole Anderson que se retirou!).

Já a meio da década de 90, apareceu aquela que foi talvez a stable mais inesperada de sempre, os nWo. Aproveitando o facto de Hulk Hogan ser o maior babyface de todos os tempos, a mente brilhante de Eric Bishcoff descortinou um heel turn que ficasse na história e que conseguisse ao mesmo tempo lançar um grupo de rapazes para a imortalidade. Foi assim que no Bash at The Beach de 1996, Kevin Nash, Scott Hall e Hulk Hogan formaram os nWo em pleno PPV da WCW. Sendo indesmentível que a stable nWo foi uma jogada de mestre e que proporcionou grandes momentos ao pro wrestling, tendo inclusive passado a ser uma storyline...a verdade é que o conceito deste grupo era muito desorganizado e mal estruturado, pois a facção baseava-se num conjunto de rapazes que apesar de terem taunts iguais (as taunts da stable), pouco tinham em comum a não ser o facto de entrarem pelo ringue a destruir tudo e todos (pintando-lhes o logo da facção) e elevando o estatuto do Hogan ainda mais na empresa e no wrestling (o Kevin Nash e o Scott Hall tinham muito mais a ver um com o outro, do que os restantes uns com os outros e isso já diz muito do desfazamento que muitas vezes se fazia sentir entre os membros do grupo). Isto não é uma crítica destrutiva, apenas o apontar de um dos muitos erros que penso terem estado no posterior fracasso da stable e da WCW. Porque a nWo foi um verdadeiro fenómeno em termos de espectacularidade, de vendas de mershandising e na obtenção de lucros. Contudo, penso que o seu conceito foi apenas adaptado e idealizado para a época em que existiu, sendo que hoje um grupo com as mesmas características dificilmente conseguiria ter o mesmo sucesso. De qualquer modo, seria uma grande burrisse não aceitar que o trabalho desta stable permitiu elevar muitos e bons nomes dentro da WCW, pois quase todo o roster passou por aquele grupo (ainda que muitos dos que lhe perteceram já estivesse razoavelmente credibilizados).

Quase na mesma altura em que os nWo foram formados, a WWF respondeu com os D-Generation-X. Este grupo era constituído pelo wrestler mais promissor da empresa de Vince McMahon na época Shawn Michaels e pelo seu grande amigo Triple H, assim como pelo manager Rick Rude e pela bodyguard Chyna. A formação orgininal dos DX foi realmente muito bem pensada e trouxe grandes momentos de fantasia, humor e espectacularidade aos "RAW is War" da época, sendo que o grande feito da stable nesta primeira fase foi a impulsão de Shawn Michaels até ao Main Event da empresa (algo que conseguiu com grande sucesso, tendo-o colocado até como a grande cara de companhia depois do Montreal Screwjob) e a elevação do Hunter Hearst Helmsley (Triple H) até ao Upper Card (algo que também conseguiu com grande sucesso). A primeira fase desta facção foi realmente muito boa, pois era notória a boa relação e cumplicidade entre os três grandes motores desta equipa (uma vez que Rick Rude acabou por sair para a WCW), já para não dizer que as suas atitudes criaram demasiada controvérsia em torno da WWF, controvérsia essa que os colocou cada vez mais over e os tornou cada vez mais mediáticos.
A segunda fase desta stable, prende-se com o abandono por lesão de Shawn Michaels e ao assumir do papel de líder por parte de Triple H. Nesta segunda fase aliaram-se ao grupo os New Age Outlaws (Billy Gun e Road Doag) e o X-Pac (também amigo de longa data de Triple H). Mas, ao contrário do que acontecia na primeira fase, a stable nesta altura passou a virar-se mais para a credibilização do seu líder, ao mesmo tempo que também dava uma maior importância aos restantes membros da facção (especialmente a Chyna), embora sempre num papel mais secundário. Essecialmente, os D-Generation-X da segunda geração assumiram uma postura mista entre os Four Horseman, os nWo e a primeira fase dos DX. Contudo, neste campo a stable não conseguiu atingir os objectivos com a eficácia da primeira fase, uma vez que apenas o Triple H conseguiu ganhar com a experiência. Os DX foram, deste modo, mais uma stable fantástica, que na sua época conseguiram marcar o pro wrestling e exponensiá-lo ainda mais. Contudo, penso que o conceito da stable também não seria o mais adequado...talvez o aquele que pautou a primeira fase até viesse a ter sucesso (uma vez que é sempre rentável ter um campeão mundial a ser ajudado pelo campeão de um título de mid card, numa parceria amigável que vá para além do interesse individual de cada um), mas na segunda fase, penso que o objectivo não foi de todo alcançado e que acabou por morrer com a McMahon-Helmley Era, em que o Triple H ainda se valorizou mais em relação ao grupo.

A meu ver, os Evolution foram a stable mais bem pensada e trabalhada de toda a história do Pro Wrestling Mundial. Sejamos sinceros, é verdade que não conseguiram ter o mesmo mediatismo e visibilidade que os nWo ou os D-Generation-X, no entanto, foi a única stable a conseguir produzir e elevar wrestlers ao ponto de todos terem conseguido, posteriormente, tornarem-se campeões mundiais e caras principais da brand e empresa! (com a excepção de Flair, que mesmo assim, ainda teve uma feud com o Triple H pelo Intercontinental Title digna do main event). Os Evolution foram formados um pouco à imagem dos Four Horseman, no entanto, foi-lhes adicionado um conjunto de wrestlers e características que lhes permitiu ultrapassar em larga medida o sucesso dos Horseman. O objectivo da Stable seria a elevação do seu líder e melhor wrestler da altura Triple H (o presente), e com ele, integravam a brand o melhor de sempre até então Ric Flair (o passado), o wrestler mais forte e intenso da época Batista, e o wrestler mais promissor da altura Randy Orton (o futuro). Ora este conceito de reunir o passado, o presente, o futuro e a força bruta num só grupo, levou a que a stable fosse conduzida numa lógica de domínio total da RAW (brand onde actuava), ao mesmo tempo que permitiu através do seu maravilhoso (porque foi muito bem pensado) desmembramento elevar Randy Orton e Batista (que chegou mesmo a ser o grande Drawer da empresa) ao estatuto de main eventers indiscutiveis. E o sucesso que esta stable teve, ainda tem mais valor porque se verificou numa altura em que se estava num período de transição da Attitude Era para o presente, e em que grandes nomes como Steve Austin e The Rock tinham abandonado. Foi sem dúvida uma stable fantástica e que proporcionou momentos maravilhosos, assim como feuds fenomenais (relembro a vivida com Shawn Michaels, com Goldberg, com Chris Benoit, etc).
Conclusões:
Ora todas estas descrições e caracterizações que fiz das stables em causa, serviu simplesmente para que se possa fazer uma analogia com o presente e tentar descortinar se seria viável ou não, a criação de uma nova stable na WWE. Stable essa que teria obrigatóriamente de se constituir de um modo bem pensado e estruturado, assim como prevalecer durante um longo período de tempo (porque como referi anteriormente, não vale apena estar a criar coisas que não ficam na história, quando se faz algo é para ser sempre perfeito).
Deste modo, e pela leitura que fizeram da minha visão sobre as stables mais marcantes, facilmente perceberão que o conceito utilizado aquando da formação dos Evoluiton é aquele que considero mais adquedado para criar uma facção ou stable. Contudo, claro que não estou a defender a criação de um grupo exactamente igual aos Evolutiom, aquilo que argumento, é a constituição de um grupo que consiga produzir e oferecer a médio/longo prazo o mesmo que os Evolution conseguiram...ou seja, credibilizar o seu líder e colocá-lo na história, ao mesmo tempo que os restantes membros recebem o push necessário para incorporarem o main event e poderem tornar-se em caras da empresa! E a verdade, é que olhando para o panorama actual da WWE, não me importaria rigorosamente nada de ver o Cody Rhodes e o Ted DiBiase Jr. a juntarem-se ao Triple H, numa nova stable heel, de modo que o King of Kings posteriormente os credibilizasse e elevasse ao estatuto de main eventers.
E foi mais um artigo que espero tenham gostado! COMENTEM!
Um abraço, Dias Ferreira!
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