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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dias is That Damn Good #87 - "Nós Por Cá I (APW)"

Boas Pessoal!



Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", a coluna com maior número de edições na história do XBooker!

Depois de ter lido em dois dos blog que compõem a nossa CWO, artigos sobre o que se tem feito ao nível do wrestling por terras lusas, sinto que também eu deveria dar a minha opinião sobre tal assunto. Mais que não seja, porque fui a primeira (ou das primeiras) pessoas a trazer este tema para debate na blogosfera...mais que não seja, porque há muito tempo que não acrescento nada de novo à opinião que tinha vinculada nos meus artigos sobre o wrestling nacional (e já lá vão muitos meses)...mais que não seja porque não quero voltar a falar de um assunto que vai ser mais do que explorado por toda a CWO (a Royal Rumble).

Assim, aquilo que vos trago, é mesmo uma reflexão sobre o modo como as duas grandes federações portuguesas tem evoluído e desenvolvido o seu trabalho ao longo dos tempo. Em jeito de conclusão, tomarei ainda a liberdade de fazer um comentário sobre o actual momento do WP e da APW, assim como aquilo que podemos perpectivar para o futuro em relação a ambas...tudo isto, claro, na perpectiva de uma pessoa que não está por dentro dos dois projectos, mas que os tem acompanhado na medidada do possível!

No artigo de hoje, irei abordar apenas a APW, nesta primeira parte do "Nós por cá", sendo que para à semana, ou talvez ainda no decorrer desta (se o tempo mo permitir) postarei a segunda edição, referente ao WP.

Por isso, sigam o que se segue...



Ora começando, então, pela APW, aquela que é a maior marca portuguesa no que se refere ao Wrestling e também aquela que se encontra mais estabelecida por todo o país. Como sabem, a APW tem feito um enorme esforço para conseguir divulgar a sua marca...preconizando uma enorme e intensa internacionalização do seu produto e a participação de estrelas mais mediáticas da modalidade nos seus eventos, assim como a realização de parcerias com grandes empresas do ramo como a WSW, culminando nos vastos patrocínios com os quais tem assinado contratos, etc. Desta forma, e se os críticos da federação apontavam o dedo à falta de visão dos seus dirigentes e a alguma falta de qualidade dos seus wrestlers, a verdade é que a APW soube dar uma boa resposta. O abandono das participações em determinados programas de TV que davam uma má imagem da companhia e da própria modalidade deixaram de acontecer (e ainda bem); a participação de alguns membros da empresa como Iceborg e Mad Dog em eventos internacionais permitiu adquirir um conjunto de novas experiências, que com toda a certeza foram enriquecedoras paras ambos os wrestlers, mas sobretudo para a partilha dessa mesma sabedoria com os restantes membros do roster; as briguinhas internas vividas dentro da empresa em tempos passados também deixaram de se fazer sentir com tanta intensidade, e isso só trouxe estabilidade para quem lá trabalha; as parcerias com o jornal Record e outras marcas potuguesas que contribuem para a exposição da APW, têm ajudado em grande medida a mediatizar a federação e a dar-lhe uma cobertura nacional que até então não possuía; a aposta num campeão como Juan Casanova, demonstra também o pendor internacionalista da APW, uma vez que o wrestler em causa se trata de um espanhol que possuí um contrato de maior duração com a APW; o convívio com os nomes consagrados da modalidade também permite uma maior evolução e crescimento dos wrestlers da federação, assim como uma melhor aprendizagem e troca de saberes (relembro a presença de nomes como Raven, RVD, Joey Mathews, etc); ainda neste mesmo campo, podemos salientar a presença destes wrestlers e a futura participação de Ric Flair num show da APW produzido em cooperação com a WSW, como grandes avanços na procura de uma ainda maior mediatização e estabelecimento da marca em Portugal, mas também no mundo; etc.



Como viram, nos últimos tempos, a APW tem-nos dado enúmeros motivos para estarmos optimistas em relação ao seu trabalho. No entanto, nem tudo são rosas, e há muitas coisas que permanecem uma incógnita ou que revelam uma estagnação da federação em determinados pontos que também são muito importantes. A começar desde logo pela falta de um programa, show ou linha condutora que nos permita perceber e compreender em que medida as histórias se desenrolam na APW, e até que ponto as disputas pelo título têm ou não justificação. O que quero dizer com isto, é que falta algo contínuo, algo com estrutura, uma coisa que nos ajude a compreender como caminha a empresa ao nível práctico...uma associação de wrestling não pode apenas andar por aí a realizar combates soltos ou eventos preenchidos com participações especiais de outros wrestlers, não! É preciso estabilizar um roster e conseguir construir uma história ou mesmo programa em seu redor...é necessário algo que nos indique as divisões do plantel da APW e que nos mostre feuds que não sejam apenas as que se vivem na disputa pelo título da companhia (e mesmo essas muitas vezes aparecem do nada). Depois e como segunda grande crítica que faço, penso que a APW tem a necessidade, mas também obrigação de começar a mostrar e a divulgar mais o seu trabalho num outro tipo de formato...ainda que seja importante, não se pode ficar irremediavelmente preso ás vendas de merchandising ou aos acordos com os jornais (etc) para divulgar a marca e o seu produto...não se pode ligar apenas à realização de eventos (tanto em solo nacional como estrangeiro, quer com estrelas da associação, quer com convidados especiais)...é preciso urgentemente, que a APW mostre o seu produto a todos, num espaço a que todos possam aceder, pois só assim se poderá fazer uma avaliação realmente justa do produto e trabalho da empresa. O projecto Wrestling Portugal fez um Web-Show, eu não digo que a APW tenham de seguir a mesma via, no entanto, a transmissão de um evento integral pode ser uma solução, o sapo videos (sim, já têm um acordo com eles, mas apenas passam pequenos excertos e entrevistas) caso ainda não se tenham apercebido é neste momento o melhor e maior dessiminador de informação de wrestling em Portugal e a CWO uma grande alavanca assim como um factor muito importante para qualquer federação nacional, porque é aqui (com os seus impulsionadores e os seus visitantes) que se encontram as pessoas que apreciam wrestling e que terão interesse em informar-se ou participar nesses projectos. Por último, penso que a APW tem de começar a fazer estudos de mercado mais completos e rigorosos...digo isto, porque os preços que practica na realização dos seus eventos estão completamente desajustados da realidade nacional. Eu sei que é muito dispendioso alugar um pavilhão, sei que fica muito caro pagar aos wrestlers, sei também que a montagem e transporte do pessoal e materiais não é nada barata, sei inclusive que há um sem número de barreiras burocráticas que tornam a realização de todo um evento em qualquer coisa "caríssima"...contudo, temos de conseguir compreender a realidade por que nos passeamos, temos de perceber as pessoas com quem estamos a lidar, temos de pensar no nosso público alvo. Ou seja, se estivessemos nos EUA ou num país europeu ou da América Latina onde o wrestling fosse uma modalidade altamente divulgado e com muitos seguidores, até se percebia, mas em Portugal isso não acontece, e o wrestling ainda é algo hibrído e apontado como muitos como uma grande palhaçada. Depois temos de perceber que são os mais jovens e que não possuem independência financeira aqueles que mais se entusiasmam com a modalidade e por último, vivendo numa forte crise financeira, conseguir corresponder aos preços praticados pela APW torna-se em algo practicamente impossível. Ora enquanto a APW não perceber isto, vamos continuar a assistir a eventos da companhia com presenças de wrestlers importantes sim, mas com as bancadas praticamente vazias e isso é algo que prejudica gravemente o espectáculo, a empresa e a divulgação e expansão da modalidade.



Ora, e chegámos então à conclusão do artigo. E o que podemos dizer para responder ás grandes questões colocadas na introdução do texto!? De que forma evoluiu a APW e ao mesmo tempo se conseguiu desenvolver? De que modo, conseguiu superar as adversidade que a afectaram em tempos anteriores? O que continua a falhar?

Estas foram as grandes questões ou problemáticas centrais que procurei tratar e debater ao longo deste artigo e penso que a minha opinião e posição ficaram bem vincadas. É claro que houve uma evolução muito positiva na APW desde à um ano para cá, a empresa não para de se desenvolver e propagar quer pelo mercado nacional, quer com participações em eventos internacionais...algo para o qual têm contribuído muito os excelentes acordos e patrocínios conseguidos pela a associação, assim como o inter-câmbio que frequentemente se tem gerado entre os wrestlers da federação nacional e outras estrelas de todo o mundo (RVD, Raven, Ric Flair, etc). Mas como em tudo na vida, as coisas não podem ser todas boas, e se é verdade que a APW melhorou bastante, não menos verdade é que continua a cometer alguns vícios bem nefastos para ela própria e para a modalidade. É preciso melhorar significativament no que se refere à organização e estruturação dos seus eventos e conseguir começar a produzir um programa próprio, que nos dê mostras das melhorias alcançadas nessa mesma estruturação e organização. Por último, e como referi anteriormente no texto, é preciso que a APW comece a perceber os terrenos que pisa e adapte os seus preços à realidade nacional...o objectivo é aproximar as pessoas e não afastá-las ou impedi-las de participar.



E pronto, foi mais um "Dias is That Damn Good", que espero tenham gostado e que comentem muito =)

Um abraço, Dias Ferreira!





PS: E tu, que achas da APW? Pensas que estão no caminho certo? Registaram uma evolução positiva? Quais os maiores problemas que detectas na Associação Portuguesa de Wrestling?

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