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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Dias is That Damn Good #207 – "A Ascensão de EC3"

Boas Pessoal!



Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", o espaço com mais história na nossa CWO ;)

No pro wrestling a procura e busca pela next big thing, pela next breakout superstar, pelo novo talento que possa assumir-se como a grande figura de uma promotora e o seu grande drawer, é e deve ser uma constante. Contudo, o processo que leva à descoberta de um wrestler com as potencialidades e capacidades necessárias ao desempenho desse papel e a sua posterior "construção" constituem uma das tarefas mais difíceis e complexas no que à modalidade diz respeito. Prova disso, é o facto de a TNA, em doze anos de existência, nunca ter conseguido "criar" a sua grande estrela e/ou a sua grande cara...no fundo, a sua própria marca.

No entanto, nunca antes como agora, a companhia de Dixie Carter teve a oportunidade que um jovem talento (mal aproveitado na WWE), a este respeito, lhe está a conceder. Nunca, como agora, a empresa de Orlando teve ao seu dispor um wrestler com as qualidades e características que EC3 evidencia e que, a meu ver, permitem o depositar de enormes esperanças no seu build up como o primeiro grande nome e drawer com o selo TNA. Ora, por esta razão, como não poderia deixar de ser, o artigo que agora vos escrevo versará, precisamente, na ascensão de Ethan Carter.

Não percam, por isso, as próximas linhas...



Michael Hutter, verdadeiro nome de Ethan Carter III (EC3), é um jovem wrestler de 31 anos nascido no Estado norte-americano do Ohio. Hutter fez o seu debut no professional wrestling corria o ano de 2002 e como a grande maioria dos seus colegas de profissão fê-lo no circuito independente dos EUA, onde actuaria e "venderia" as suas performences durante quatro anos. Já em 2006 teria a oportunidade de realizar um tryout match para a WWE no seu programa Heat, onde enfrentaria e saíria derrotado por Viscera e Charlie Haas. Muito provavelmente o seu desempenho agradou aos oficias e agentes da empresa de Vince McMahon responsáveis por avaliar o combate uma vez que lhe ofereceram um contrato de desenvolvimento. Ora, depois de aceite essa proposta e assinado o dito contrato, Hutter seria enviado para a Ohio Valley Wrestling (na altura território de desenvolvimento da WWE), onde faria a sua estreia em finais de Março de 2007 sob o ring-name de Mike Hutter. Nesta sua passagem pela OVW teve a oportunidade de rivalizar e combater com Mike Mondo e Nick Nemeth (Dolph Ziggler) dos, então, Spirit Squad e, ainda, com Mike Kruel, Vladimir Kozlov e Boris Alexiev (Santino Marella), entre outros. Depois Michael deixaria de competir na OVW e entraria num hiatus no que respeita à WWE, voltando a participar em shows de algumas pequenas promotoras do circuito independente norte-americano. Voltaria, contudo, já em 2009 à programação da WWE no seu novo território de desenvolvimento, a Florida Championship Wrestling, mais uma vez, sob o nome de Mike Hutter. Já na FCW, depois algumas feuds e matches de maior relevância contra Drew McIntyre e DJ Gabriel, alteraria o seu ring-name para Derrick Bateman. Continuaria, posteriormente, mais um sem número de confrontos (contra Richie Steamboat, Joe Hennig, Skip Sheffield – Ryback, Mason Ryan, Leo Kruger – Adam Rosa, Johnny Curtis – Fandango, entre muitos outros), competindo pela última vez antes de ser chamado ao roster principal da companhia contra Wes Briscoe e Xavier Woods.

Como todos estão recordados, em 2010 a WWE decidiu dar por finalizada a transmissão da sua terceira brand ECW, substituindo-a por uma espécie de reality show, em que juntava "pros" e "rookies", a que deu o nome de NXT. Ora, foi no decorrer da terceira temporada desta nova série de tv shows que Derrick Bateman foi anunciado como participante da quarta temporada e que teria como "Pro" Daniel Bryan. Apesar do bom desempenho, Hutter não seria escolhido como vencedor dessa temporada, contudo, seria repescado para a 5ª e última temporada da série com o tema Redemption, cujo conceito assentava em dar uma nova oportunidade aos wrestlers participantes edições anteriores que, apesar de não terem conseguido sagrar-se vencedores, tinham conseguido destacar-se. Bateman voltaria a não conseguir triunfar, no entanto, porque essa temporada foi bastante mais longa que as restantes, teve a oportunidade de desenvolver algumas rivalidades, de entre as quais, podemos destacar a que primeiro o juntos e depois opôs a Maxime (sem qualquer réstia de dúvidas, a melhor performence que produziu enquanto este contratualmente ligado à WWE). Depois, seguir-se-iam mais alguns combates e participações no NXT e na SmackDown, até ver, em 2013, o seu contrato revogado pela WWE e, desta forma, cessar uma ligação de 6 anos. No final e fazendo as contas, facilmente, compreendemos que a passagem de Michael Hutter pela WWE não foi feliz e/ou bem sucedida de todo e estou em crer que as coisas aconteceram assim, especialmente, por causa da própria empresa que nunca apostou verdadeiramente no jovem wrestler. De qualquer modo, esse período não pode, nem deve, ser visto como tempo perdido, porque permitiu uma aprendizagem e consolidação das capacidades básicas de que um talento necessita e, acima de tudo, preparou-o para actuar perante grandes públicos, preparou-o para o "main stream wrestling".



Após sair da WWE, Hutter competiria, ainda, durante um período bastante curto, de novo, no circuito independente, contudo, rapidamente chamaria a atenção da TNA que lhe apresentou um contrato e verdadeira oportunidade de mostrar as suas qualidades. Neste capítulo, devo confessar que a TNA trabalhou o personagem e construção de EC3 (ring-name que passaria a utilizar) com a qualidade e afinco com que, talvez, nunca tenha dispensado a outro wrestler. Confesso que não gostei do facto dele se ter estreado num squash match no Bound For Glory 2013 contra um local wrestler (primeiro porque no maior ppv de uma companhia não deve haver lugar para este tipo de angles e depois, sobretudo, porque foi tudo tão bem preparado que o debut merecia uma vitória sobre um lutador que pudesse proporcionar um push e credibilidade mais favoráveis), mas penso que foi genial o facto de o apresentarem como sobrinho da dona da empresa, Dixie Carter (na altura, e até à pouco tempo, talvez, a personagem heel de maior importância no iMPACT Wrestling). No mesmo sentido, penso que foi também muito inteligente e importante o booking que lhe têm atribuído, permitindo-lhe, sempre, estar em competição e rivalizar com os nomes de maior projecção e mais consagrados da companhia. Foi assim com Sting, que lhe proporcionou uma atenção e cuidado fundamentais para se estabelecer como um wrestler a ter em conta e para o colocar numa posição cimeira do card (sobretudo, se tivermos em conta, que foi, na storyline, o combate contra EC3 que colocou Sting fora da TNA). Tal como também foi fundamental para a sua consolidação, crescimento e credibilização a rivalidade que desenvolveu com Kurt Angle e que, inclusive, lhe deu a benece, na storyline, de ser o responsável pela lesão do Olimpic Gold Medalist. Da mesma forma e de um modo consequente, seguiu-se uma feud com Bully Ray (depois de Sting, na altura, e Kurt Angle, indiscutivelmente, o maior nome da TNA), que colocou o jovem Hutter numa tipologia de combates e troca de promos mais intensa e violenta e que, felizmente para EC3, lhe permitiu mostrar um lado novo e diferente daquele a que as pessoas estavam habituadas ou poderiam esperar, demonstrando, uma vez mais, o rápido crescimento que ele registou e o facto de ser realmente multifacetado no que às suas qualidades, performences e interpretações diz respeito. Actualmente, prepara-se, ao que parece, uma rivalidade com Rhino, certamente, uma outra etapa e obstáculo que ajudará a cimentar EC3, ainda mais, como o talento da TNA que mais qualidades e potencial evidencia para se tornar na sua primeira grande super-estrela.

Se, em jeito de conclusão, nos perguntar-mos o que tem afinal EC3 que o torna tão especial ou o porquê de lhe antever um futuro tão promissor, responderei, facilmente, em poucos apontamentos. Michael Hutter tem uma imagem genial, pode não ser muito alto, mas o seu aspecto físico é brutal, ele tem um corpo trabalhado músculo a músculo e, quer se queira, quer não, à partida esse facto causa logo uma impressão diferente nas plateias e telespectadores, conferindo-lhe credibilidade à força e voracidade dos seus movimentos. Depois, Hutter possui, também, um carisma que é inegável e todos conseguimos verificar que a sua presença chama a atenção de uma forma bastante natural, sem que ele necessite de se esforçar para isso...e carisma é algo que não se ensina, ou nasce com as pessoas, ou nada feito. Num outro aspecto, temos de relevar as suas qualidades com o microfone, pois sempre que é chamado a realizar uma promo, a dar uma entrevista e/ou a participar de um segmento de backstage, fá-lo com grande distinção e sucesso. No mesmo sentido, as suas expressões faciais e corporal são geniais e essa componente é fundamental a qualquer wrestler que tenha de mexer com as emoções do público (quer na arena, quer na tv) e que procure contar uma história. Por outro lado, o seu gimmick e personagem caem-lhe como uma luva e ele tem desempenhado e interpretado o seu papel de uma forma brilhante, melhorando, ainda, cada vez que se apresenta na televisão num registo semanal. Pode-se, dizer, contudo, que é no ringue que as suas capacidades ainda necessitam evoluir, no entanto, os seus 31 anos e as provas que já deu da velocidade supersónica com que consegue apreender e aprender, fazem-me acreditar que rapidamente desenvolverá essas skills, tendo, inclusive, 12/13 anos ao mais alto nível para o conseguir. Ora, por todas estas razões e contextos, e se a TNA lhe continuar a atribuir um booking inteligente, estou em crer, como já referi, que estaremos perante o maior talento alguma vez "produzido" pela companhia nos seus, já, 12 anos de existência.


E vocês, como olham para EC3?! Julgam-no capaz de ser a primeira grande cara e drawer com o selo TNA!?


Um Abraço,
Dias Ferreira


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6 comentários:

Ora bom, como já se sabe eu gosto bastante do Ethan, sendo que é raro, muito mesmo, eu gostar particularmente de um tipo com as características dele, até porque eu dou bastante valor às ring skills. Não sendo ele péssimo nem sequer mau, também está longe do excelente.

Mas bom, é impossível ficar indiferente à presença do Ethan, ao seu look e, principalmente, à sua personagem, que tem sido bastante bem trabalhada e é de facto o que chama mais à atenção. Num angle como o que há na TNA, faz todo o sentido.

Porém, o booking da TNA não tem sido bom e não tenho muita certeza de que EC3 será o primeiro grande draw made in TNA, como Magnus infelizmente não chegou a ser. Para isso o booking tem de ser adequado. Diria, uma face turn revoltando-se contra a "tia" e ganhando o apoio do público aos poucos, provando em ficção que não precisa da família para estar ali. Fazia todo o sentido IMO.

De resto, excelente texto, uma vez mais, Dias.

É um facto que o booking da TNA, normalmente, consegue estragar tudo, inclusive, as melhores storylines que criaram, como os Aces and Eights...no entanto, com o EC3 tem-se portado bastante bem e, sinceramente, espero que seja para continuar.

Quanto ao face turn, julgo que ainda é bastante cedo...ele deve, primeiro, continuar a consolidar-se e a rivalizar com tipos mais experientes e com mais prestigio, para poder ir evoluindo e desenvolvendo as suas capacidades, á medida que vai ganhando, também, mais credibilidade. Depois, então, pode tornar-se main eventer, conquistar o título e ser pushado como top heel da empresa....só um bom tempo depois e tendo sempre em conta a resposta do público e dos telespectadores, com os ratings, é que se deve pensar no face turn...isto na minha opinião como é óbvio...gosto de longos build ups.

Obrigado pelo comment, abraço.-

O EC3 têm-se revelado numa agradável.Ele,o Aries, o Roode e os Wolves são as únicas razões para eu ver TNA. O Ethan não é o gajo mais impressionante dentro do ringue, mas têm mostrado estar bastante confortável com um microfone na mão e cada vez mais sabe como captar a atenção do público, e é isso que considero carisma. O poder de captar o interesse de outras pessoas. Se concordo com a grande maioria do texto, não posso concordar quando dizes que o carisma é algo que se nasce. Isso é algo que se treina diariamente, através do contacto com pessoas, ou através da experiência que é dada através de discursos ou diálogos com o público ou outras pessoas, e através da reflexão sobre o que prende a atenção. Claro que há pessoas que parecem que nascem com isto, mas simplesmente têm mais facilidade em desenvolver esta qualidade. Experimentem isolar essa pessoa durante um ano e irão ver todo esse "carisma" desaparecer

Acho que estás a misturar aquilo que é a facilidade de comunicação e o facto da pessoa ser mais ou menos sociável com o carisma.

De facto, com treino e prática, tanto a comunicação como o contacto com outras pessoas e a facilidade com que se pode chegar às mesmas há-de melhorar sempre...agora, o carisma não, o carisma é uma característica intrinseca de uma determinada pessoa.

Carisma é algo natural, não dá para ensinar ou treinar...é aquele factor x que faz com que a simples presença de uma pessoa y não deixe ninguém indiferente...é quase como a história da liderança, pode haver lideranças pelo respeito, pela experiência, por um conjunto alargado de circunstâncias, mas nada se compara a uma liderança natural (porque ela não se ensina, treina ou adquire, nasce com a personalidade da pessoa em causa).

Abraço ;)

Não acredito que hajam habilidades inatas, como tal acredito que o carisma é algo que se pode trabalhar.

A facilidade de comunicação, o facto de a pessoa ser mais sociavel são apenas pontos que "fazem parte daquilo que é o carisma".

Não concordo contigo, um tipo pode ser altamente carismático, sem precisar sequer falar ou socializar com ninguém...basta olhares para o Brock Lesnar para perceber isso.

E volto a dizer que as personalidades das pessoas e as suas características são diferentes e, por isso, haverá sempre coisas para que uns terão vocação e outros não...é por essa razão que há pessoas extrovertidas e outras timidas, pessoas que lidam bem com a pressão e outral mal, pessoas que encaram de forma positiva o inesperado e outras que só funcionam se tiverem tudo planeado, etc. Até na política tu consegues ver facilmente quem tem carisma e quem não o têm e, certamente, são todos muito treinados para chegar às pessoas...

Como disse, há idiossincrasias inatas às pessoas e o carisma é uma delas...

Se pensar de forma diferente, respeito, mas não posso concordar ;)

Abraço!

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