Boas Pessoal!
Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", a coluna com maior número de edições na história do XBooker e da CWO ;)
Nos últimos tempos, várias têm sido as discussões em redor das soluções que poriam termo à onda de estagnação e monotonia em que a WWE se encontra mergulhada. Desde um impulso às jovens estrelas da companhia à aposta nos special guest hosts da RAW, a empresa de Vince McMahon de tudo se tem servido para tentar aumentar os ratings dos seus programas e renovar o interesse e entusiasmo dos seus seguidores.
Sem a obtenção dos resultados desejados, ou conseguindo-os mas de forma pontual e sem sequencia, a WWE decidiu trazer de volta o famoso grupo que marcou a Attitude Era e o Pro Wrestling nos anos 90...os D-Generation-X, compostos pelas duas lendas da modalidade, Triple H e Shawn Michaels.
Mas será esta a aposta mais acertada e o momento, escolhido o, ideal para trazer de volta este genial grupo!? A resposta encontra-se nas próximas linhas...
Relativamente a esta questão, julgo que, em primeiro lugar, devemos tentar perceber o porquê da maior das companhias de wrestling ter apostado de novo nos D-Generation-X. Todos sabem que o Triple H e o Shawn Michaels são os melhores amigos, e a verdade é que as pessoas gostam que certas realidades passem também para a storyline/kayfabe...ora, tratando-se, ainda por cima, de dois wrestlers amados pelo público e considerados no estrito grupo dos melhores de sempre, a união de ambos constitui, sempre, um potencial de enorme dimensão. E, por aqui, até já se justifica uma aposta na reactivação da stable/tag team...depois, se pensarmos que esta é uma boa forma de retirar os seus membros ao main event e abrir o caminho para outros mais jovens, também percebemos que a decisão da empresa trás benefícios. Por último, e conjugando os dois pontos anteriores, ao facto destes dois "Dinossauros" do Pro Wrestling irem enfrentar e, provavelmente, pushar as jovens estrelas da stable Legacy, compreendemos a utilidade de toda esta decisão. Os D-Generation-X vêm trazer mais emoção e divertimento à WWE, mas também um reforço da sua divisão de equipas, a possibilidade de pushar os Legacy, e o refrescar do main event da empresa.
E tudo seria muito bonito se as coisas se passasem apenas assim. Mas, a verdade é que, não nos podemos esquecer que aquando do regresso dos D-Generation-X, em 2006, o grupo (composto pelos seus elementos originais) já não se juntava desde 1999, isto para não falar do excelente momento e pretexto que a WWE inventou para os trazer de volta (a feud com os MacMahon). Agora, tudo é diferente...primeiro, o saudosismo dos fãs pelos D-Generation-X já não é o mesmo (até porque houve várias reuniões, pontuais, desde 2006) e a feud escolhida para os trazer de volta, não possui o prestígio e nem a credibilidade de outrora, afinal de contas, não podemos comparar o "poder" do Cody Rhodes e do Ted DiBiase Jr. ao dos McMahons. Mas a opção de trazer os DX de volta, afigura-se má, não apenas por aqui...também temos de perceber que o conceito e gimmick da stable está completamente desenquadrado dos seus membros, tal como eles são na actualidade. Fará algum sentido, tipos de 40 anos e, ainda por cima, consolidados como lendas, andarem a agir como jovens rebeldes de 20 anos!? Acho que não! Mas pior que isso, é a falta de objectividade deste regresso, uma vez que o final da feud com os Legacy, deixará o grupo completamente de mãos atadas e sem qualquer razão para continuar a existir.
Ainda argumentam que depois dessa feud, poderá haver uma traição e que iremos assistir a mais um Triple H vs Shawn Michaels...com certeza, seria genial e eu não me importaria de rever a minha feud preferida, mas temos de ser mais racionais e compreender que neste momento, tanto o HHH como o HBK, fazem mais falta aos jovens do que um ao outro. E, a verdade é que, estas constantes reuniões dos DX, têm vindo a estragar a "magia" e imagem que o grupo deixou na sua época...os regressos são bonitos e todos gostamos deles, mas a acontecerem, devem ser sempre por um curto periodo de tempo e com o devido cuidado, para não estragar a verdadeira natureza e história do legado que o grupo criou. Em todo o caso, a aposta nos D-Generation-X parece-me bastante errada, sobretudo, porque não é uma solução de longo prazo...e se a WWE se quer "curar", não pode continuar a servir-se de pequenos "abanões".
Uma solução de longo prazo, criar-se-ia, a meu ver, com o nascimento de uma nova stable, quer por oposição aos Legacy de Randy Orton, quer por forma de dinamizar o main event da SmackDown. Como sabem, os D-Generation-X começaram por ser uma stable, mas desde o seu regresso que se constituiram como uma tag team e, sejamos honestos connosco próprios, o Triple H nunca seria o suporte de Shawn Michaels numa luta pelo título mundial, nem o HBK faria o mesmo pelo Hunter. O HHH e o HBK estão ao mesmo nível e para que um grupo realmente "vingue", é necessário haver, pelo menos, um líder e um subordinado. Neste ponto, a solução óptima, passava pela criação de uns novos "Evolution"...que conseguisem reunir, mais uma vez, o passado, o presente e o futuro. Contudo, não é fácil, com o panorama actual conseguir encontrar os elementos capazes de desempenhar essas funções e papéis. No que toca ao passado, o Ric Flair retirou-se e não há nenhuma outra lenda que, a meu ver, consiga desempenhar o mesmo papel do "Nature Boy", até porque não existem relações estabelecidas entre os wrestlers e isso, cria grandes dificuldade quando pensamos na formação de um novo grupo. Já no que toca ao presente, as coisas estariam mais facilitadas, porque apesar de tudo, o Triple H ainda poderia desempenhar essas funções...mas e o futuro!? É verdade que existem muitas jovens estrelas de qualidade, mas estariam elas preparadas e moldadas para entrar num grupo com o conceito dos "Evolution"!? A minha resposta é não...e não, porque a criação dos Evolution foi algo que levou muito tempo a fazer e a WWE teve a sorte de conseguir descobrir, nas suas fileiras, os homens certos, no momento certo.
Contudo, a minha ideia não se prende tanto aos "Evolution" enquanto grupo, mas sim à sua filosofia e há possibilidade de pushar , efectivamente, os membros de um grupo com o seu formato. Não esqueçamos que os Evolution permitiram não só o domínio da WWE por um único grupo, como a consolidação do Triple H enquanto lenda da modalidade e a elevação do Randy Orton e do Batista até ao main event. Esta sim, foi uma solução de longo prazo, que assegurou o presente (daquela época) e garantiu o futuro, com o lançamento de novos main eventers. Tal como disse, no parágrafo anterior, é dificil tentar pensar em novas formações...mas as coisas não têm de acontecer de uma forma exactamente igual, e se estamos numa nova época diferente, temos de jogar com os dados e variáveis que à disposição. Na RAW, a grande opção, que me parece, realmente, interessante e capaz de elevar alguém até ao main event, seria a colocação de Chris Masters como guarda-costas do The Miz (relembro que o Shawn Michaels se estabeleceu assim, já para não dizer que foi como guarda-costas que o Kevin Nash e o Sid Vicious apareceram)...a meu ver, era uma boa forma de elevar estes dois jovens (cheios de qualidade e potencial) ao main event da RAW. Já na SmackDown, penso que se juntassemos o Dolph Ziggler ao CM Punk, poderiamos estar perante o nascimento de um novo grupo com bastante potencial...era uma forma de conseguir credibilizar o Ziggler como Intercontinental Champion e de manter o CM Punk no topo e, quem sabe, como World Heavyweight Champion...numa fórmula muito parecida há que o Triple H e o Shawn Michaels utilizaram desde a criação dos D-Generation-X, até à lesão e abanono do HBK.
Como é óbvio, as duas soluções que apresentei, quer para a RAW, quer para a SmackDown, não resolvem tudo...mas permitem construir, desde já, os alicerces para a entrada de novos membros nos main events das respectivas brands, e de uma forma credível, gradual e consolidada. Com certeza, são uma opção mais viável e benéfica, no longo prazo, que o regresso do D-Generation-X.
Bem, e foi mais um "Dias is That Damn Good", que espero tenham gostado e comentem!
Um Abraço, Dias Ferreira!
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