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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dias is That Damn Good #114 - "A Lição de Michael P.S. Hayes"

Boas Pessoal!



Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", a coluna com maior número de edições na história do XBooker e da CWO ;)

Nos últimos tempos, passou a considerar-se um dado adquirido a divisão do produto da WWE, pelas três brands, em diferentes moldes e tendo por vista públicos-alvo muito específicos. Da brand azul, o SmackDown, dizem que é o local onde se pratica o verdadeiro wrestling e que deve ser um sitio de passagem obrigatória para quem gosta dos grandes combates. Concordando, ou não, com esta linha de pensamento (e eu não concordo, acho que os melhores estão na RAW e, ainda que por menos vezes, continuam a oferecer-nos o melhor), a verdade é que a equipa criativa responsável pelo segundo programa de maior importância na companhia de Vince McMahon, comseguiu "imprimir" alto nível qualitativo e estrutural!

Até há bem pouco tempo, eu fui um dos seus críticos mais sérios (especialmente pela forma como estava a conduzir o main event do SmackDown), mas não estaria a ser correcto ao não reconhecer que o (enorme) Michael P.S. Hayes tem estado a realizar um excelente trabalho e a dar uma grande "lição" ao seu colega Brian Gerwitz (da RAW).

O artigo que se segue, tratará, sobretuto, desta "revolução/lição" que o head writer da brand azul concretizou e que começa agora a dar os seus frutos. Por isso, não percam as próximas linhas...



No que respeita ao segundo grande programa da WWE, julgo que toda esta questão remonta à grave lesão sofrida pelo Edge, quando pouco tempo antes já o Undertaker se tinha afastado para curar algumas das suas lesões. Este facto, enfraqueceu determinantemente a qualidade e potencial do roster do SmackDown e colocou a nu, todas as fragilidades daquela brand. O abandono, temporário, destas duas estrelas reduziu fortemente as opções que equipa criativa tinha para o main event do programa, mas denotou, ainda, que era necessário estar precavido contra estes infortúnios e que ela não estava. Teria sido necessário, criar as novas estrelas muito antes, para não passar pelo período de "penumbra" que a brand azul percorreu, até conseguir, agora, credibilizar suficientemente os jovens, afim de poderem competir com credibilidade e qualidade nas respectivas divisões e posição que ocupam no card. Passou-se por um período muito amorfo e apático na WWE, e este choque, ainda que prejudicial para nós (fãs) e para a empresa, foi um mal necessário...a expressão "há males que vêem por bem" assenta aqui como uma luva.

Contudo, e voltando atrás, o momento era aflitivo...no main event, a empresa tinha apenas o CM Punk e o Jeff Hardy; o mid card, estava agora a ser conduzido pelo Rey Mysterio que, enquanto Intercontinental Champion tinha acabado de sair, por cima, de uma feud com o Chris Jericho e precisava urgentemente de um novo adversário; na divisão de equipas, havia agora uma forte necessidade de encontrar um novo parceiro para o Jericho e descortinar qual a melhor forma de elevar as restantes duas tag teams dos seus quadros (Cryme Time e Hart Dynasty); no "campo" feminino as coisas pareciam correr bem, visto que a Melina e a Michelle McCool conseguiriam facilmente dar conta do recado e havia sempre uma super Natalya de reserva...e, por fim, havia outros wrestlers com grande qualidade, mas a necessitar de um bom push e credibilidade espalhados pelo programa, como o John Morrison, o Dolph Ziggler, o Kane e o Finlay. O grande desafio passava, então, por saber jogar com estas poucas "cartas" e colocar o programa a "render", procurando minimizar os estragos que o desleixo da produção e da criação provocaram, e estruturano a brand para um presente e um futuro de maior qualidade e com menos sobressaltos.



A resposta haveria de chegar, da parte do Michael P.S. Hayes, que parecia ter acordado de um profundo e desgastante sono. Reconheço que a forma como ele encarou o problema não era aquela que eu tinha idealizado, no entanto, tenho de lhe dar crédito por ter conseguido colocar a "máquina" a funcionar em tempo record. No main event, a sua aposta continuou a recair sobre dois jovens de enorme potencial, CM Punk e Jeff Hardy, consolidando uma feud que é neste momento a melhor da WWE e fazendo com que os dois wrestlers beneficiassem e crescessem imenso (o último combate, no SummerSlam 2009, foi algo memorável e marcará, com certeza, os seus estatutos enquanto main eventers indiscutíveis..para mim, já o são!)...e, ainda que o Jeff saia, o regresso do Undertaker resolverá facilmente a questão. Pelo meio, teriamos uma forte ascensão do John Morrison e o regresso do Matt Hardy, constituindo-se, ambos, como wrestlers que necessitam apenas de um empurrãozinho para largarem o upper card e passarem a integrar o main event da empresa com maior regularidade. Já no que toca ao mid card, a equipa criativa liderada por Michael Hayes, conseguiu dar uma enorme credibilidade ao Rey Mysterio, acertando a 100% no seu adversário, a jovem promessa Dolph Ziggler. Numa feud que dura há já dois PPVs, penso que as coisas têm sido muito bem conduzidas, encontrando-se, neste momento, o Ziggler pronto para assumir o papel de campeão (creio que já no próximo embate...a continuação desta feud é fulcral). Um pouco perdido pelo mid card, andam, no entanto, o Kane e o Finlay. O primeiro, apesar da má feud com o Great Khali, tem saído credibilizado...já o segundo, tem tido alguns problemas uma vez que não lhe entregam um papel realmente importante (e aqui estão a falhar, porque o Finlay poderia muito bem estar a elevar jovens numa feud mais séria!). A divisão de equipas encontra-se em grande, com a aposta num Jericho e num Big Show (super credíveis) e que procuram relançar a importância das tag teams na WWE...e têm-no feito bastante bem, ajudando ao mesmo tempo, a credibilizar os jovens Cryme Time. Por outro lado, a equipa criativa já anda a trabalhar no futuro e é nesse sentido, que os Hart Dynasty vêm recebendo o seu push e crescente consolidação. Por último, a divisão feminina continua a ser alvo de uma boa aposta, com espaço e tempo suficiente para que as feuds se desenvolvam com alguma qualidade e interesse.

A solução e grande base para o sucesso na aposta de Michael Hayes, prende-se com a dicotomia "wrestler veterano/jovem wrestler", pois foi isso que aconteceu em todos os momentos da SmackDown até ao presente (exceptuando a rivalidade entre o Jeff Hardy e o CM Punk), e que propiciou a grande evolução do programa e das suas estrelas. Outra questão importante, está ligada ao tempo e maturação das próprias feuds, que ao estarem a ser bem planeadas e desenvolvidas a curto/médio e longo prazo, atingem um potencial muito superior àquelas que são pensadas e concretizadas em cima do joelho. Deste modo, o futuro também se adivinha risonho, havendo enúmeras possibilidades e oportunidades quando as rivalidades em vigor terminarem. O Jeff Hardy, supostamente será substituído pelo Undertaker e o CM Punk continuará a ser credibilizado e consolidado como main eventer; o embate entre o Rey Mysterio e o Dolph Ziggler também deverá continuar até o segundo estar suficientemente capacitado para dar o passo em frente e tornar-se campeão intercontinental; na divisão de equipas, o Chris Jericho e o Big Show deverão continuar a desenvolver e fazer evoluir os seus jovens adversários (Cryme Time e, acredito, Hart Dynasty), ao mesmo tempo que trazem prestígio para a própria divisão e respectivos títulos; e as divas continuarão a ser comandadas pela Michelle McCool e pela Melina, talvez com uma pequena intromissão da Natalya. Um pouco de parte continuam quatro grandes nomes do Upper/Mid Card...John Morrison, Matt Hardy, Kane e Finlay, e eu julgo que a solução pode passar por feuds e rivalidades entre eles próprios. O John poderia crescer imenso com o Kane, ao passo que o Matt Hardy, tinha no Finlay a pessoa ideal para recuperar a forma física e ficar over para os próximos desafios!

Concluindo, após este relato, conseguimos verificar que o Michael Hayes atacou o grave problema com que se deparou, olhando para todas as divisões da sua brand e criando várias alternativas para as mesmas, no presente e no futuro. A ascensão das novas estrelas e do próprio SmackDown enquanto programa de grande qualidade, não se deu ao acaso, aqui, aprendeu-se com os erros e houve inteligência e destreza suficiente para perceber que era necessário mudar...mas, compreendeu-se, sobretudo, que uma estrutura de longo prazo e bem consolidada era a solução perfeita e que dava as melhores garantias de não enfrentar os mesmos dissabores no futuro. Ao contrário da RAW, onde o Brian Gerwitz continua a preferir dar alguns "abanões" como forma de sacudir a pressão que desgasta o programa, e a falta de originalidade e de mais qualidade do mesmo, no SmackDown já se agiu e agora estão a recolher os frutos...é preciso dar crédito ao Michael Hayes por isso, e parabenizá-lo!


Bem, e foi mais um "Dias is That Damn Good", que espero tenham gostado e comentem!
Um Abraço, Dias Ferreira!

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