Boas Pessoal!
Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", o espaço com maior número de edições na história do XBooker e da CWO =P
Em primeiro lugar, queria aproveitar para me desculpar por não ter postado na passada semana, como habitualmente faço às terças-feiras, mas a verdade é que andei algo atarefado e foi-me totalmente impossível cumprir com a minhas "obrigações"...
De qualquer modo, e passando ao que interessa, para hoje decidi trazer-vos um texto onde a dimensão "Gimmick" ganhará o maior destaque, tornando-se na base de toda a argumentação e discussão que tenho para vos oferecer. Outrora um item fundamental e indispensável ao Pro Wrestling, as conhecidas "gimmicks" deixaram, agora, de constituir o mesmo valor e representar a importância que tiverem, não só, na vida de muitas estrelas, com também da própria indústria.
Ora, é precisamente este "adormecer" na criação de personagens e o desaparecimento de características que distinguem os wrestlers de uma forma mais vincada, que pretendo abordar ao longo das próximas linhas, lançando ao mesmo tempo sugestões do que poderiam ser moldes com potencial para triunfar no futuro!
Não percam, portanto, o que se segue...
Um dos elementos que torna o Pro Wrestling numa modalidade tão especial e diferente de qualquer outro desporto de combate é a storyline e toda a "novela" que se monta em redor de um espectáculo que fisicamente é super intenso. Mas para que escrevam e reproduzam essas "novelas", tal como em todos os outros shows televisivos que requerem a arte da interpretação, é necessário haver uma forte descrição e caracterização dos intervenientes (wrestlers, neste caso). Ora, é precisamente a esta caracterização que chamamos de gimmick, sendo que o wrestler que a desempenha terá (ou deverá ter) em qualquer momento da sua actuação (quer in-ring, quer fora dele) um cuidado meticuloso para não fugir ao moldes que estruturam a sua personagem/gimmick. Só desta forma, e respeitando os fundamentos de cada personagem, é que o Pro Wrestling tem capacidade para nos oferecer histórias diferentes com wrestlers iguais e histórias iguais contadas de forma diferente...só desta forma, é possível identificar o bom face e o bom heel, ou aquele que faz mais sucesso enquanto tweener.
Ora, toda esta questão das gimmicks e da sua importância para a modalidade que estudamos é tremenda e foi encarado com bastante rigor desde os seus primórdios. Contudo, foi Vince McMahon que, no início dos anos 80, viria a dar um destaque e importância ainda maior a esta vertente, tornando a indústria num espectáculo mais direccionado para o grande público e para o entertenimento, do que para uma restrita base de fãs e seguidores. Foi assim que apareceram as gimmicks mais populares e bem sucedidas da história do Pro Wrestling, como o "Real American" de Hulk Hogan, o "Macho Man" de Randy Savage, o "Rowdy" de Roddy Piper, o enorme "André The Giant", etc. A criatividade nesta época era imensa e o céu o limite, apostando a empresa no mais variado tipo de personagens, e tendo-se chegado ao ponto de muitos considerarem que se tinha enveredado por caracteres típicos das bandas desenhadas. Esta foi sem dúvida alguma a época de ouro das gimmicks, estendendo-se a mesma, também, até ao início da presente década...algo que, incompreensivelmente, foi esmorecendo e que hoje se verifica de uma forma muito menos vincada.
Na actualidade o conceito de gimmick sofreu algumas alterações e deixou-se, praticamente, de pedir aos wrestlers que desempenhassem um papel ou personagem puramente fictícia, para que construíssem um caracter que se constituísse numa mistura entre o próprio lutador e a função que desempenha naquele momento (face, heel ou tweener). É óbvio que as coisas não são tão lineares e a preto e branco como as estou a pintar, e se olharmos para o actual roster da WWE conseguimos descortinar algumas gimmicks bem definidas...no entanto, penso que também é notória a falta de relevância que esse mesmo item vai exercendo sobre o seu wrestler e a própria modalidade. Como disse, não falo de um Triple H, Undertaker e HBK que já tinham tudo estruturado há vários anos, ou de um Randy Orton, John Cena, Jericho, Batista, Big Show ou Edge, pelas mesmas razões que os anteriores. A questão que estou a denunciar verifica-se muito mais no pessoal jovem, que muitas vezes acaba mesmo por se perder, ao não conseguir construir uma personagem que tenha aceitação na plateia e que lhe traga benefícios e mais valias à sua performence. A WWE não tem sabido trabalhar as gimmicks dos jovens que vai lançando, e quando tenta ir buscar algo ao passado, cai no erro de pegar nos moldes que já estão esgotados, ao invés de apostar nas históricas gimmicks do sucesso e controvérsia...
É verdade que muitas vezes a solução passa por inovar, criando algo de novo, no entanto, não vejo qualquer mal em pegar nas coisas do passado, desde que elas tenham potencial e possam gerar sucesso. E sucesso é uma palavra que sempre esteve ligada a três gimmicks, (Bad Ass; Psycho; e Monster) cujos wrestlers que pegaram nas suas características sempre obtiveram um elevado grau de aceitação.
O "Bad Ass" foi sempre uma das gimmicks/personagens mais bem aceites na história de qualquer show, série, novela ou filme...a verdade é que as plateias sempre ficaram encantadas pelo tipo duro que consegue vencer tudo e todos, e que nunca vira a cara à luta...se olharmos para o cinema, talvez possamos pegar em tipos como o Bruce Willis, Sylvester Stallone e Chuck Norris, por exemplo, para explicar o modo como desempenhar personagens com as características de um autêntico "Bad Ass" representaram um sucesso enorme nas suas carreiras. No Pro Wrestling, temos exemplos magníficos como os de Hulk Hogan (e qualquer super-babyface tem de o ser), Ultimate Warrior, Steve Austin, Triple H, Undertaker ou Goldberg...tudo wrestlers que se recorreram desta gimmick para cimentar as suas posições e solidificar as suas carreiras. Na actualidade, talvez a WWE já só possua o Triple H, o John Cena e o Batista como wrestlers representantes destas características...no entanto, tenho a certeza que a criação de um "Next Big Thing" está dependente de um outro wrestler que utilize esta gimmick. Não penso que seja algo tão complicado de criar...é necessário, apenas, encontrar alguém com um corpo forte e credível, dar-lhe algum estilo, umas catch phrases que fiquem no ouvido, e saber pusha-lo em condições...não exigindo cedo de mais, e oferecendo uma enorme oportunidade de evolução e crescimento com os wrestlers mais veteranos (William Regal, Finlay, Goldust, Kane, etc).
Por outro lado, a gimmick/personagem de louco psicótico também sempre representou um enorme sucesso a vários níveis...e, fazendo, uma vez mais, uma analogia com o cinema, podemos indicar os nomes de Ray Liotta ou Anthony Hopkins, para exemplificar a estrondosa repercussão que o desempenho da personagens completamente loucas teve nas suas fantásticas carreiras. Já no Pro Wrestling, julgo que o melhor exemplo deste tipo de personagem e gimmick estará sempre ligado ao inigualável Sid Viscious (ou Sycho Sid, como preferirem). Na verdade, as personagens realmente más e assustadoras, são aquelas que apresentam graves desturbios psicológicos e, tal como nos filmes, também no wrestling, essa situação dá muito maior credibilidade ao "mau da fita" (heel). Depois de Sid Viscious a WWE até tentou um pouco com o Kane, no entanto, não foram insistentes o suficiente e deixaram cair uma outra personagem que poderia ter feito grande sucesso...voltando-se mais, e isto, há bem pouco tempo para Randy Orton. De qualquer modo, julgo que se conseguirem treinar um jovem talento para desempenhar com um elevado grau de aproveitamento esta personagem (ou tipo de personagem), então o sucesso será, de igual forma, garantido.
Por último, teremos sempre a personagem daquele tipo enorme e assustador, aquele wrestler que não precisa falar muito ou ter grandes momentos de entertenimento...ele vale sobretudo pela sua presença, físico e impressionante aparência e força...o "Monstro". Na WWE o papel de monstro sempre desempenhou uma fulcral importância na credibilização dos campeões babyfaces e da própria modalidade, como industria de entertenimento. Eles são um lado mais fantasioso e fantástico do Pro Wrestling, e ainda que muitas vezes não consigam ser uns primores dentro do ringue, a verdade é que sempre foram muito úteis à indústria. Para falar nos melhores, posso até enunciar os nomes de Andre The Giant, Yokozuna, Vader, Big Show, Undertaker e Kane, sendo que todos compreenderão o porquê. Nos últimos tempos, a empresa de Vince McMahon tem tendo de uma forma quase desesperada criar um novo "monstro" que deixe o seu impacto e grande marca, mas por culpa própria já destruiu inúmeras oportunidades com o Umaga ou o Koslov. Esperemos, agora, que saibam trabalhar o "diamante" chamado Ezekiel Jackson...e que no futuro, não desistam tão facilmente destas personagens, ao mesmo tempo que lhes permitem uma evolução gradual e consolidada...nestes casos, até um manager pode ser a solução perfeita.
Bem, foi mais um "Dias is That Damn Good", que espero tenham gostado e comentem!
Um Abraço, Dias Ferreira ;)
Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", o espaço com maior número de edições na história do XBooker e da CWO =P
Em primeiro lugar, queria aproveitar para me desculpar por não ter postado na passada semana, como habitualmente faço às terças-feiras, mas a verdade é que andei algo atarefado e foi-me totalmente impossível cumprir com a minhas "obrigações"...
De qualquer modo, e passando ao que interessa, para hoje decidi trazer-vos um texto onde a dimensão "Gimmick" ganhará o maior destaque, tornando-se na base de toda a argumentação e discussão que tenho para vos oferecer. Outrora um item fundamental e indispensável ao Pro Wrestling, as conhecidas "gimmicks" deixaram, agora, de constituir o mesmo valor e representar a importância que tiverem, não só, na vida de muitas estrelas, com também da própria indústria.
Ora, é precisamente este "adormecer" na criação de personagens e o desaparecimento de características que distinguem os wrestlers de uma forma mais vincada, que pretendo abordar ao longo das próximas linhas, lançando ao mesmo tempo sugestões do que poderiam ser moldes com potencial para triunfar no futuro!
Não percam, portanto, o que se segue...
Um dos elementos que torna o Pro Wrestling numa modalidade tão especial e diferente de qualquer outro desporto de combate é a storyline e toda a "novela" que se monta em redor de um espectáculo que fisicamente é super intenso. Mas para que escrevam e reproduzam essas "novelas", tal como em todos os outros shows televisivos que requerem a arte da interpretação, é necessário haver uma forte descrição e caracterização dos intervenientes (wrestlers, neste caso). Ora, é precisamente a esta caracterização que chamamos de gimmick, sendo que o wrestler que a desempenha terá (ou deverá ter) em qualquer momento da sua actuação (quer in-ring, quer fora dele) um cuidado meticuloso para não fugir ao moldes que estruturam a sua personagem/gimmick. Só desta forma, e respeitando os fundamentos de cada personagem, é que o Pro Wrestling tem capacidade para nos oferecer histórias diferentes com wrestlers iguais e histórias iguais contadas de forma diferente...só desta forma, é possível identificar o bom face e o bom heel, ou aquele que faz mais sucesso enquanto tweener.
Ora, toda esta questão das gimmicks e da sua importância para a modalidade que estudamos é tremenda e foi encarado com bastante rigor desde os seus primórdios. Contudo, foi Vince McMahon que, no início dos anos 80, viria a dar um destaque e importância ainda maior a esta vertente, tornando a indústria num espectáculo mais direccionado para o grande público e para o entertenimento, do que para uma restrita base de fãs e seguidores. Foi assim que apareceram as gimmicks mais populares e bem sucedidas da história do Pro Wrestling, como o "Real American" de Hulk Hogan, o "Macho Man" de Randy Savage, o "Rowdy" de Roddy Piper, o enorme "André The Giant", etc. A criatividade nesta época era imensa e o céu o limite, apostando a empresa no mais variado tipo de personagens, e tendo-se chegado ao ponto de muitos considerarem que se tinha enveredado por caracteres típicos das bandas desenhadas. Esta foi sem dúvida alguma a época de ouro das gimmicks, estendendo-se a mesma, também, até ao início da presente década...algo que, incompreensivelmente, foi esmorecendo e que hoje se verifica de uma forma muito menos vincada.
Na actualidade o conceito de gimmick sofreu algumas alterações e deixou-se, praticamente, de pedir aos wrestlers que desempenhassem um papel ou personagem puramente fictícia, para que construíssem um caracter que se constituísse numa mistura entre o próprio lutador e a função que desempenha naquele momento (face, heel ou tweener). É óbvio que as coisas não são tão lineares e a preto e branco como as estou a pintar, e se olharmos para o actual roster da WWE conseguimos descortinar algumas gimmicks bem definidas...no entanto, penso que também é notória a falta de relevância que esse mesmo item vai exercendo sobre o seu wrestler e a própria modalidade. Como disse, não falo de um Triple H, Undertaker e HBK que já tinham tudo estruturado há vários anos, ou de um Randy Orton, John Cena, Jericho, Batista, Big Show ou Edge, pelas mesmas razões que os anteriores. A questão que estou a denunciar verifica-se muito mais no pessoal jovem, que muitas vezes acaba mesmo por se perder, ao não conseguir construir uma personagem que tenha aceitação na plateia e que lhe traga benefícios e mais valias à sua performence. A WWE não tem sabido trabalhar as gimmicks dos jovens que vai lançando, e quando tenta ir buscar algo ao passado, cai no erro de pegar nos moldes que já estão esgotados, ao invés de apostar nas históricas gimmicks do sucesso e controvérsia...
É verdade que muitas vezes a solução passa por inovar, criando algo de novo, no entanto, não vejo qualquer mal em pegar nas coisas do passado, desde que elas tenham potencial e possam gerar sucesso. E sucesso é uma palavra que sempre esteve ligada a três gimmicks, (Bad Ass; Psycho; e Monster) cujos wrestlers que pegaram nas suas características sempre obtiveram um elevado grau de aceitação.
O "Bad Ass" foi sempre uma das gimmicks/personagens mais bem aceites na história de qualquer show, série, novela ou filme...a verdade é que as plateias sempre ficaram encantadas pelo tipo duro que consegue vencer tudo e todos, e que nunca vira a cara à luta...se olharmos para o cinema, talvez possamos pegar em tipos como o Bruce Willis, Sylvester Stallone e Chuck Norris, por exemplo, para explicar o modo como desempenhar personagens com as características de um autêntico "Bad Ass" representaram um sucesso enorme nas suas carreiras. No Pro Wrestling, temos exemplos magníficos como os de Hulk Hogan (e qualquer super-babyface tem de o ser), Ultimate Warrior, Steve Austin, Triple H, Undertaker ou Goldberg...tudo wrestlers que se recorreram desta gimmick para cimentar as suas posições e solidificar as suas carreiras. Na actualidade, talvez a WWE já só possua o Triple H, o John Cena e o Batista como wrestlers representantes destas características...no entanto, tenho a certeza que a criação de um "Next Big Thing" está dependente de um outro wrestler que utilize esta gimmick. Não penso que seja algo tão complicado de criar...é necessário, apenas, encontrar alguém com um corpo forte e credível, dar-lhe algum estilo, umas catch phrases que fiquem no ouvido, e saber pusha-lo em condições...não exigindo cedo de mais, e oferecendo uma enorme oportunidade de evolução e crescimento com os wrestlers mais veteranos (William Regal, Finlay, Goldust, Kane, etc).
Por outro lado, a gimmick/personagem de louco psicótico também sempre representou um enorme sucesso a vários níveis...e, fazendo, uma vez mais, uma analogia com o cinema, podemos indicar os nomes de Ray Liotta ou Anthony Hopkins, para exemplificar a estrondosa repercussão que o desempenho da personagens completamente loucas teve nas suas fantásticas carreiras. Já no Pro Wrestling, julgo que o melhor exemplo deste tipo de personagem e gimmick estará sempre ligado ao inigualável Sid Viscious (ou Sycho Sid, como preferirem). Na verdade, as personagens realmente más e assustadoras, são aquelas que apresentam graves desturbios psicológicos e, tal como nos filmes, também no wrestling, essa situação dá muito maior credibilidade ao "mau da fita" (heel). Depois de Sid Viscious a WWE até tentou um pouco com o Kane, no entanto, não foram insistentes o suficiente e deixaram cair uma outra personagem que poderia ter feito grande sucesso...voltando-se mais, e isto, há bem pouco tempo para Randy Orton. De qualquer modo, julgo que se conseguirem treinar um jovem talento para desempenhar com um elevado grau de aproveitamento esta personagem (ou tipo de personagem), então o sucesso será, de igual forma, garantido.
Por último, teremos sempre a personagem daquele tipo enorme e assustador, aquele wrestler que não precisa falar muito ou ter grandes momentos de entertenimento...ele vale sobretudo pela sua presença, físico e impressionante aparência e força...o "Monstro". Na WWE o papel de monstro sempre desempenhou uma fulcral importância na credibilização dos campeões babyfaces e da própria modalidade, como industria de entertenimento. Eles são um lado mais fantasioso e fantástico do Pro Wrestling, e ainda que muitas vezes não consigam ser uns primores dentro do ringue, a verdade é que sempre foram muito úteis à indústria. Para falar nos melhores, posso até enunciar os nomes de Andre The Giant, Yokozuna, Vader, Big Show, Undertaker e Kane, sendo que todos compreenderão o porquê. Nos últimos tempos, a empresa de Vince McMahon tem tendo de uma forma quase desesperada criar um novo "monstro" que deixe o seu impacto e grande marca, mas por culpa própria já destruiu inúmeras oportunidades com o Umaga ou o Koslov. Esperemos, agora, que saibam trabalhar o "diamante" chamado Ezekiel Jackson...e que no futuro, não desistam tão facilmente destas personagens, ao mesmo tempo que lhes permitem uma evolução gradual e consolidada...nestes casos, até um manager pode ser a solução perfeita.
Bem, foi mais um "Dias is That Damn Good", que espero tenham gostado e comentem!
Um Abraço, Dias Ferreira ;)
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