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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dias is That Damn Good #152 - "WWE, Por Muitos..."

Boas Pessoal!




Sejam bem vindos a mais um “Dias is That Damn Good”, o espaço com maior número de edições na história do XBooker e da CWO ;)

A maior de todas as companhias de Pro Wrestling e aquela cuja popularidade é superior nos “quatro cantos do mundo”, a WWE, é muita vez vista pelos fãs da modalidade com desdém e os seus produtos são, especialmente nestes últimos anos, altamente criticados pela falta de originalidade e contenção de alguma violência inerente ao próprio desporto. Acusam-na, sobretudo, de ter centrado o seu público-alvo nas crianças e, por isso, de trabalhar acima de tudo para elas, o que (dizem) transformou o produto WWE em algo infantil.

Algumas vezes correctas, mas quase sempre erradas ou injustas, as grandes críticas lançadas por estes “WWE Hater’s” esquecem, no entanto, os factores que ajudam a manter a companhia no topo e a impedir que qualquer concorrente apresente um produto ou conteúdo que se aproxime da qualidade daquele que a própria companhia vende.
Ora, no artigo que agora vos apresento, será esse mesmo produto e as razões que o tornam tão especial que irei procurar abordar. Por isso, não percam as próximas linhas…




A Criação de Novas Estrelas:

> Se há algo que difere a WWE das restantes companhias de Pro Wrestling e se revelou extremamente importante e fundamental no seu triunfo como empresa número um do ramo, foi a enorme capacidade que Vince McMahon e as suas equipas sempre apresentaram para criar novos talentos e fazer rejuvenescer os quadros e rosters da sua “criação”. Se olharmos para o passado, percebemos que a WCW (histórica concorrente da WWE nos anos 90) não conseguiu compreender esta situação, não percebendo os mecanismos necessários para substituir os seus wrestlers mais famosos e de maior prestigio por jovens apostas da própria companhia e, com esse erro tremendo, deixou que, em grande parte, este factor catapultasse a WWE para um patamar bem superior ao seu. Saltando para o presente, verificamos que também a TNA (agora a concorrente de maior peso) não compreende este item essencial para o triunfo nesta industria…é que embora possuam wrestlers formados nas fileiras da empresa, acabaram por afastá-los do topo, substituindo-os tal como acontecera na WCW por lutadores mais experientes e conhecidos, mas que no médio-longo prazo não dão quaisquer garantias de sustentabilidade e continuidade ao produto da companhia. Por sua vez, e embora não passe por um período de “vacas gordas”, a WWE continua fiel a si mesma no que respeita à criação de novos valores, apostando de uma forma bastante séria e, muitas vezes até exagerada, nos jovens que tem há sua disposição para substituir os wrestlers/lendas do seu main event. Esta opção acaba por se revelar bastante acertada não só porque garante à companhia que terá lutadores credíveis, conhecidos e capazes de dar a cara à empresa no futuro, mas também, porque impede o desgaste da imagem do seu roster/plantel com a apresentação, regular, de novas “caras” aos seus público e plateia.

A Importância das Storylines/Rivalidades:

> Esta é, de facto, outra questão que demarca a WWE de qualquer outra concorrente. A forma como a companhia trabalha as suas histórias e conflitos intra-wrestlers está, inevitavelmente, a um nível bastante superior ao que as demais apresentam. Apesar de já não ser encarado como antes, existe sempre uma enorme preocupação com o Kayfabe e isso obriga a que a companhia planeie de uma forma coerente e credível todos os paços das suas rivalidades, justificando sempre com enorme rapidez e astucia qualquer imprevisto que se venha a verificar nas mesmas ou simples mudanças/alterações de planos. Para além disso, no que respeita a esta situação, é de referir a inteligência de quem comanda ao planear as histórias e os seus conceitos com muita antecedência, permitindo que aquando da sua aplicação já as ideias tenham atingido um grau de maturidade bastante aceitável nas equipas criativas que vão desenvolver estes mesmos “angulos”. Por último, no que respeita a este ponto, importa realçar a objectividade das storylines apresentadas pela WWE, percebendo-se, sempre ou quase sempre, no final das mesmas qual era o wrestler a ser pushado e qual o wrestler que deveria pushar ou jobbar para o outro. Se a isto juntarmos uma preocupação acrescida com a identificação clara das gimmicks dos lutadores envolvidos, percebemos, claramente, que nesta questão, mais uma vez, a WWE está a léguas da concorrência.

A Conceptualização dos Combates:

> É um facto que a empresa já esteve bastante melhor a este nível, tal como todos aceitarão que, sobretudo, os combates de equipas apresentam sempre o mesmo script enfadonho e que pouco se preocupa em contar os detalhes das rivalidades em curso nesta mesma divisão. Em todo o caso, julgo que também é indesmentível que se quisermos assistir a um match onde exista psicologia de ringue, coerência na aplicação dos movimentos de cada wrestler, sentido na forma como começam, se desenvolvem e terminam os combates e uma leitura clara das rivalidades em pleno “tapete”, só poderemos estar a falar da WWE (isto, não excluindo como é óbvio alguns bons combates que se praticam noutras companhias…agora, aquilo que é realmente bem feito, encontra-se, normalmente, aqui. Até porque os melhores praticantes da modalidade também fazem parte do roster da empresa). Agora, acredito que muito boa gente não concorda com o que acabei de escrever até porque se sentem muito mais atraídos por combates com enormes spots e outras “artimanhas” parecidas…no entanto, sei também que quem acompanha a modalidade há mais tempo e é conhecedor da sua evolução desde os anos 60/70 até à actualidade, concorda com aquilo que digo e prefere combates coerentes, credíveis e que contem uma história (valores que realmente fizeram do Pro Wrestling aquilo que ele é hoje), do que saltos e saltitões.

A Lógica do Pay Per View:

> Outra situação que poucas promotoras de Pro Wrestling conseguiram compreender e assimilar com um grau de assertividade tão elevado foi, precisamente, a lógica de PPV que é impressa na condução da WWE. Olhando mais uma vez para o passado, lembro-me que foi a WCW quem avançou com o modelo actual de PPVs que as companhias colocam à nossa disposição…uma ideia claramente revolucionária para a época e com tudo o que era necessário para vingar (como o comprovou, posteriormente, a WWE). Ora, esta lógica de actividade em função dos PPVs obriga a que os programas semanais e as histórias sejam estruturadas para ter os seus pontos e focos de maior interesse nos PPVs, fazendo com que os fãs comprem esta espécie de episódios especiais onde os grande acontecimentos sucedem. O truque está, então, em ir construindo e desenvolvendo as rivalidades ao longo dos programas, criando situações que entusiasmem os fãs e os deixem com uma enorme vontade e curiosidade de descobrir o que se vai passar em seguida. Esta lógica obriga, ainda, a que os trunfos não sejam gastos nos programas semanais (apenas de uma forma pontual), mas sim nos grandes eventos que a companhia vende.

Conclusões:

> É um facto que a WWE tem vindo a cometer enormes erros e que a qualidade do seu produto decaiu em relação ao início da década e aos anos anteriores à mesma. Contudo, é necessário analisar e avaliar toda a empresa, suas políticas, opções e produtos com grande cuidado e isenção, pois só assim conseguiremos compreender quais os seus grandes trunfos e potencialidades e o porquê de, apesar da quebra na qualidade do seu produto, continuar a apresentar-se como a melhor e maior empresa do ramo. Neste ponto, penso eu, percebemos que a criação de novas estrelas, a importância que dão às rivalidades e storylines, a conceptualização dos combates e a lógica de PPV que imprimem acabam por fazer a diferença e denotam o grau ou nível de superioridade da WWE em relação às suas concorrentes.




Bem, foi mais um “Dias is That Damn Good” que espero tenham gostado e comentem!
Um Abraço, Dias Ferreira =)

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