Boas Pessoal!
Cá estamos para mais um "Dias is That Damn Good", a rúbrica com maior número de edições da história do XBooker =P (lol). Hoje, e como já devem ter percebido, pelo título do artigo, venho falar daquelas que, por mim, são consideradas as razões para o sucesso e o posterior fracasso da WCW.
Assim, numa espécie de análise S.W.O.T. vou mostrar, como referi anteriormente, o que de bom a WCW produziu e lhe conferiu estatuto, mas também quais as suas grandes falhas, que a levaram á aquisição por parte de Vince MacMahon, e ao seu fim!
Não percam, portanto, o que se segue...
Começando pelas coisas boas, até porque prefiro terminar com as más (lol), vejamos em seguida aquilo que considero terem sido os grandes trunfos e os elementos mais importantes no sucesso da WCW:
Ted Turner: Muito bem, ele é um multi-milionário que não percebe nada de wrestling, no entanto, se não fosse a sua fortuna, o investimento que fez na WCW e o canal que disponibilizou para a promoção, nunca a WCW teria atingido o sucesso que teve na década de 90.
Eric Bischoff: Ele foi o homem que cortou com o passado da NWA e que impulsionou a WCW para um futuro maior e mais mediático. Foram preconizados por ele os momentos mais fantásticos e inesquéciveis da WCW, assim como foi com ele que a promoção atravessou o seu melhor momento. Bischoff é um génio e pode-se dizer que o sucesso da WCW foi, em grande parte, uma construção sua...o resultado da sua visão sobre o wrestling. Será sempre a personalidade que ficará na história como o grande Presidente da WCW, o único que ultrapassou a WWF/WWE de Vince McMahon, o criador dos nWo, o responsável pelo renascimento do Sting com a sua nova gimmick, o fundador dos programas Monday Nitro, um guerreiro das Monday Night Wars, o criador de Goldberg...enfim, uma personalidade incontornável e altamente benéfica para o Pro Wrestling Mundial.
Wrestlers/Qualidade: A variação no que se refere á vertente wrestlers/qualidade era perfeita, pois a WCW apresentava um roster com uma qualidade enorme, já para não falar no seu prestígio. Passaram por lá dos melhores wrestlers de sempre (Ric Flair, Hulk Hogan, Randy Savage, Sting, Lex Luger, Kevin Nash, Scott Hall, Scott Steiner, Rick Steiner, The Giant, Dean Malenko, Chris Benoit, Chris Jericho, Rey Mysterio, Diamond Dallas Page, Booker T, Road Warriors, Arn Anderson, Ron Simmons, Chis Adams, Brian Adams, Steve Austin, Mike Awesome, Mick Foley, Shane Douglas, Goldberg, Terry Funk, Eddie Guerrero, Bret Hart, Michael P. S. Heyes, Curt Hennig, Antonio Inoki, Jeff Jarret, Marty Jannetty, Roddy Piper, Brian Pillman, Dusty Rhodes, Davey Boy Smith, Ricky Steamboat, Lance Storm, Sid Vicious, Warrior, Barry Whindham, Buff Bagwell, etc).
Inovação no Produto: Para quem não sabe, foi a WCW de Eric Bischoff quem trouxe o estilo mexicano e highflying para a alta roda do pro wrestling mundial (muitos vão dizer que a ECW o fez primeiro, no entanto, a verdade é que a base de apoio e fãs da ECW era um pouco restrita). Foi a WCW quem criou a Cruiserweight Division e lhe deu uma grande credibilidade e mediatismo, preenchendo-a com os melhores wrestlers e praticantes daquele estilo.
Criação dos nWo: O heel turn de Hulk Hogan, aliado ás personalidades de Kevin Nash e de Scott Hall, e á criação da melhor stable e storyline da história do Pro Wrestling, garatiram á WCW rios e rios de lucros e um sem número de feuds e novos modos de conduzir os programas que até então, ninguém tinha conseguido! O facto de os nWo terem dividido o roster da WCW ao meio, permitiu que dentro de um só show existissem duas "brands" dando assim espaço para os wrestlers e permitindo á promoção e seus writer, tornar esta storyline na mais longa e bem sucedida (pelo menos parcialmente) de sempre.
"Big Room": A WCW tinha um ambiente grandioso, dava um aspecto panorâmico aos seus shows e espectáculos, muito ao jeito do que fazia e faz a WWF/WWE, e isso mostrava a grandeza da promoção (algo que não acontece, por exemplo, hoje com a TNA). Na WCW sabia-se dar importância ás entrances e ás músicas dos wrestlers, pois compreendia-se que era algo suficiente para poder lançar um jovem lutador...respeitava-se também os wrestlers mais velhos, de modo que uma derrota destes pudesse pushar os wrestlers que os venciam, etc. A venda de merchandising também era bem conduzida e as suas campanhas de publicidade tinham qualidade semelhante á da WWF/WWE, daí que muito sucesso tivessem obtido nesse campo.
Produto Final: Eric Bischoff percebeu que a formula do sucesso no Pro Wrestling estava no modo como a WWF/WWE de Vince McMahon o conduzia...como tal, não alterou o produto, apenas lhe adicionou alguns elementos (Cruiserweight Division, por exemplo) e jogou o mesmo jogo, apresentando contudo feuds e storylines diferentes e inovadoras (algo que penso deveria ter servido de lição á TNA, onde não se percebe bem o que querem...).
Depois de analisados os grandes feitos da WCW e de percebidas quais as razões que levaram a promoção ao sucesso, chega a hora de avaliar os seus pontos negativos, que posteriormente estiveram na origem do seu desaparecimento...
Roster Sobrelotado: A verdade, é que apesar da grande qualidade do seu roster, a WCW tinha demasiados wrestlers nas suas fileiras e isso tornava dificil a gestão de recursos humanos...a necessidade de dar o espaço suficiente a todos e o tempo de antena necessário, levava a alguma desorganização e limites de tempo muito curtos dos combates, fazendo com que o produto decrescesse de qualidade.
Estagnação do Card: Como é sabido, o poder dos mais velhos e mais experientes na WCW era enorme, sendo que raramente davam espaço aos mais jovens e poucas vezes faziam o job para estes. Ora tal situação levou a que a WCW enfrentasse graves problemas na regeneração de novas superstars, novas feuds, novas storylines, novas gimmicks e novos motivos de interesse...pois se eram sempre os mesmos que estavam no topo da empresa, as coisas tornavam-se todas um pouco repetitivas. A WCW falhou em não ter aberto espaço para os mais jovens, algo que apenas aconteceu com o Goldberg.
Os nWo: Não, eu não me estou a contradizer e reafirmo tudo aquilo que disse anteriormente, os nWo foram a melhor stable, storyline e jogada de sempre na história do Pro Wrestling. Mas o problema aqui, não reside nisso, o grande problema relacionado com os nWo está ligado ao modo como os writers da WCW não lhe conseguiram dar um final desejado. A WCW usou e abusou desta stable, havendo mesmo alturas em que era a única storyline existente na WCW...ora a exploração ao máximo de uma boa oportunidade quer-se, no entanto, á que saber parar a tempo de não desgastar essa oportunidade ao ponto de ela se tornar num problema, e foi isso que a WCW não conseguiu fazer...desgastaram de tal modo os nWo e a storyline que os envolvia, que ela deixou de funcionar, e como era o grande (quase único) suporte da WCW, a empresa ressentiu-se e falhou.
Eric Bischoff: Também teve a sua responsabilidade no que sucedeu á WCW, pois apesar de ter construído uma grande máquina e ter dado um mediadismo enorme á promoção, não a conseguiu estruturar para enfrentar desafios a médio/longo prazo...no entanto, o Bischoff tem uma atenuante, ele foi despedido e não teve a oportunidade de reorganizar as coisas, algo que certamente teria feito devido á sua genealidade e grande visão.
Vince Russo: O principal problema do Russo é que ele não compreende o wrestling, não é uma pessoa por detrás da modalidade e nem tem capacidade para ser writer...o Russo é um fã, e como tal, nunca deveria ter chegado a um posto tão elevado na WCW. A prova de que o que digo é a verdade, está no resultado da sua gestão. As suas storylines, feuds e booking foram horríveis para a WCW, já para não dizer que não conseguiu estabelecer uma boa relação com os grandes nomes da empresa ao ponto de os conseguir influênciar para fazerem o que ele queria...passou-se assim com o Hogan e com muitos outros, e quando um gestor não tem mão nos seus trabalhadores, então só tem uma coisa a fazer, demitir-se porque é incompetente. Depois, o Russo não tem a minima noção do que é a organização de um espectáculo ou show de wrestling, basta olhar para os seus cards e desenvolvimento dos programas por ele bookados para perceber isso. Mas pior que isso, é que nem o exemplo da WCW, e nem o tempo passado na WWE o fizeram melhorar, basta seguirem a TNA para perceberem o que estou a dizer....Enfim, o Vince Russo fez muito mal ao pro wrestling e continua a fazê-lo, deveria sair o quanto antes, na minha opinião!
Desorganização: Outro dos grandes problemas que afectou a WCW foi a sua total e completa desorganização, quer no backstage, quer na direcção, quer ainda na estrutura dos programas. Na World Championhip Wrestling havia ódios de morte nos balneários; a direcção era influenciada ora por uns wrestlers, ora por outros (Jeff Jarret, Hogan, Kevin Nash, Ric Flair, etc..são grandes exemplos disso); os programas eram planeados nos joelhos e os wrestlers muitas vezes informados do que tinham de fazer na hora dos espectáculos, etc. Esta anarquia também ajudou, e muito, a que a WCW tivesse falhado.
Ted Turner: Tal como foi um dos grandes responsáveis pelo seu sucesso, Ted Turner não deixa de ser um dos grandes responsáveis pela sua morte. O homem não percebia nada de wrestling, no entanto, e porque os lucros falavam mais alto sempre fez sentir a sua voz na direcção da empresa, para que o wrestler X tivesse este ou aquele caminho, pois iria ser benéfico ao nivel financeiro. Para além disso, não teve a clareza suficiente para perceber que era em Bischoff que estava a solução (não lhe tendo dado o tempo suficiente para a reorganização da WCW), mas pior que isso foi ter entregue a promoção ao Vince Russo...contudo, a machadada final, foi dada quando vendeu a empresa ao Vince McMahon e não ao Eric Bischoff com quem já tinha tudo acordado!
Vince McMahon: Por último, e como não poderia deixar de ser, um dos grandes responsáveis pelo fim da WCW foi precisamente o Presidente da WWF/WWE. Ora se não fosse a sua genealidade a fazer com que a WWF/WWE ultrapassasse todas as dificuldades e a vencer as Monday Night Wars, a WCW nunca teria caído!
E pronto, é o fim de mais um "Dias is That Damn Good", espero que tenham gostado e que comentem!
Volto para a semana, até lá...
Um abraço, Dias Ferreira!
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