Boas Pessoal!

Como sabem, hoje não é o dia em que costumo publicar a minha coluna, mas devido á indisponibilidade dos membros do XBooker, Hunter e Devil's Path, resolvi escrever um artigo para que os nossos visitantes e leitores, não ficassem mal servidos no que há leitura diz respeito =)
Sendo assim, sejam bem vindos a mais uma edição do "Dias is That Damn Good", o espaço com maior número de edições na história do XBooker! =P
No artigo que poderão ler em seguida, decidi abordar uma notícia que muito tem ecoado pela blogosfera fora, a saída de Gabe Sapolsky como head writer da Ring of Honor e a entrada de Adam Pearce para o seu lugar. No entanto, aquilo sobre que me vou debruçar com mais uma análise S.W.O.T. não é a substituição em si do cargo de head writer, mas sim do futuro da ROH, depois de anunciado que a empresa desenvolver-se-á numa lógica Old School.
Por isso, não percam a crónica que se segue...

A saída de Gabe Sapolsky de Head Writer da Ring of Honor, marca um ponto de viragem na companhia, sendo que a chegada de Adam Pearce para substituição do mesmo, vem alterar de um modo estrutural e orgânico o modo como a ROH se vinha concebendo.
Se até agora olhavamos para a ROH como uma companhia onde imperava um espírito indy, na qual os jovens eram alvo de grande aposta, uma federação destinada a um grupo restrito de fãs e adeptos, e para uma companhia que apresentada no estilo highflying e nas spotfests a sua maior imagem de marca, a verdade é que tudo vai mudar.
Insatisfeita com os maus resultados financeiros e desportivos obtidos pela indy nos últimos tempos, a direcção da ROH decidiu cortar o mal pela raíz, alterando no fundo aquilo que vinha a ser a ROH...e, ainda que esta alteração não seja visível no imediato, a contratação de Adam Pearce para o lugar de Head Writer torna-a muito perceptível.
Acompanhando a chegada de Adam Pearce á ROH, veio também uma notícia que referia que a Ring of Honor iria apostar num outro estilo de wrestling, um regresso ao old school dos anos 70 e 80. Ora sendo Adam Pearce um seguidor devoto desse estilo e um seu praticante nato, toda esta situação deixa-nos antever um futuro completamente diferente daquilo muitos tinham programado para a companhia (como tenho vindo a referir desde o início do artigo)
Mas estará a ROH preparada para esta profunda alteração? É a esta questão e ao futuro da ROH que pretendo responder com a análise que se segue...

Pontos Fortes e Oportunidades:
- O Old School Wrestling => O regresso ao estilo que marcou o aparecimento do pro wrestling é a meu ver algo muito positivo para a ROH e para o wrestling em geral. Como tenho vindo a referir (em artigos anteriores), nada mais há para ser iventado nesta modalidade, aquilo que se deve fazer é aprofundar o que já existe, e umas das causas para o wrestling ter vindo a perder qualidade nos últimos anos é precisamente a perda da sua essência...hoje não se liga aos build ups, á psicologia de ringue, á maneira de estar no ringue, etc. Ora um pequeno regresso ao passado, acompanhado pela aprendizagem dos verdadeiros conceitos e técnicas da modalidade são uma aposta muito acertada, e mais que isso, segura! É, por isso, a meu ver algo de muito positivo esta nova abordagem que o Adam Pearce pretende dar á ROH.
- Novas Áreas de Influência => Com a alteração do produto que a ROH oferece ao fãs, estes também vão obrigatoriamente mudar. E, na verdade, o estilo Old School tem muito mais potencial para chamar novos amantes de wrestling e novos seguidores para a ROH que a quase cega aposta do Gabe Sapolsky no highflying, e isso é um ponto muito favorável para a companhia, pois com o crescimento da sua área de influência, efectiva-se o próprio crescimento da indy e o seu produto tem muito mais possibilidades de ser lucrativo e dessiminado.
- Renovação do Roster => Um dos factores que causou a fraca produtividade e afectou os lucros da empresa, foi precisamente a estagnação do seu roster. A ROH era uma companhia que funcionava como principal motor e alavanca para jovens wrestlers, que mais tarde chegavam ás main streams...no entanto, a indy não o conseguia fazer ultimamente, e esse factor levou a uma saturação dos wrestlers, dos eventos, dos cards, dos combates e, em alguns casos, até da própria companhia. Ora a introdução de um novo estilo de wrestling e de uma nova visão da modalidade vai ter consequencias, óbvias, no roster da ROH tendo este de se adaptar ás novas exigências que a companhia preparou para o futuro. Deste modo, possivelmente verificar-se-á um reforço da divisão heavyweight da empresa e de wrestlers que pratiquem um wrestling mais técnico e mais credível que o highflying...com toda a certeza, wrestlers como Jigsaw, Ruckus, Kenny King e companhia estarão com um pé fora da empresa. Toda esta situação vai, a meu ver, reforçar a ROH como uma companhia mais credível e com um roster de maior potencial. (Claro que as estrelas Bryan Danielson, Nigel McGuinness, Chris Hero, Tyler Black, entre outros, facilmente se adaptarão a este estilo e nova realidade).
- Crescimento da ROH => Esta nova filosofia da empresa potencializada com um acordo com uma estação de televisão (que á tanto tempo a ROH persegue), poderá ser também o ponto de partida para a expansão e alargamento da dimensão da indy. Não me interpretem mal, eu não estou a criticar o ambiente indy da ROH e o modo como todas as coisas foram feitas até agora, simplesmente acho que este novo rumo da empresa acompanhado pela chegada da televisão seria um óptimo factor para a empresa pensar em crescer. Na verdade, não se pode pensar "pequenino" ou em manter as coisas tal como elas estão, é preciso dinamismo e ambição, porque na vida todos queremos mais e melhor...e com toda a certeza que uma ROH potencializada com um novo estilo e filosofia, adaptando-se á televisão e a um ambiente maior seria algo de fantástico.
Pontos Fracos e Ameaças:
- Dificuldades Iniciais => Quando há um corte no modo com as coisas são concebidas e vêm sendo realizadas, é sempre muito complicado ter sucesso no imediato, necessitando-se sempre de um período de adaptação ás novas exigências. Ora esta situação pode tornar-se mesmo muito complicada de início, pois a empresa pode ter de lidar com a incompreensão dos actuais fãs; ao nível financeiro uma troca de roster que se adapte melhor ao que agora se pretende para a companhia também será dispendioso; a ROH não é uma companhia com um mediatismo muito alargado e com certeza demorará a criar uma nova base de fãs; entre outras. Contudo, se as coisas foram feitas de um modo gradual e não repentino, acredito que estas dificuldades inicias se consigam esbater um pouco.
- Os Novos Talentos => Como referi anteriormente, a empresa necessitará reformar o seu roster para se adaptar ao novo estilo Old School. Contudo, e olhando para o panorama da modalidade (pelo menos para aquele que é mais visível), é difícil encontrar jovens wrestlers que apresentem as características e credênciais necessárias para desempenhar as suas funções com um sucesso inegável, já para não falar no tempo que um wrestler demora até se credibilizar e tornar conhecido...algo com o qual a ROH terá de lutar muito nos próximos tempos.
- O Backstage => As revoluções normalmente provocam alterações estruturais e organizacionais de fundo, e aquilo que se passará na ROH com a introdução de um novo estilo e conceito de wrestling é precisamente isso, uma revolução. E se já vimos que se vão proceder a grandes alterações no roster da ROH, é compreensível que também se instaure um clima de maior instabilidade, desconfiança e animosidade no mesmo. Os wrestlers que já se conhecem e que estavam na empresa com certeza quererão marcar a sua posição, e os recém chegados obviamente que vão também querer marcar a sua. Trata-se, portanto, também este de um grande desafio que o novo booking da ROH terá de responder.
- O Novo Produto => Não, este não é um ponto fraco, no entanto, pode constituir-se como uma ameaça! O Old School tem um grande potencial e é realmente uma aposta que julgo acertada para fazer face à monotonia que o wrestling vem enfrentado, contudo, uma má aplicação ou exagero do tecnicismo e das teorias básicas do wrestling, poderão tornar o produto da ROH um pouco enfadonho e nada atractivo. Se olharmos para a história, verificamos que nos anos 70 o wrestling praticado era de qualidade, no entanto, os movimentos e performences eram demsiado lentos, o que tornava os combates também muito parados, uma realidade que na actualidade seria altamente despropositada! Mas se a ROH e o seu novo booking conseguirem conjugar o estilo dos anos 70 ao dos anos 80, onde o entretenimento e uma maior rapidez dos combates se foi processando, então julgo que o novo produto conseguirá responder ás expectativas. Deste modo, fica anotado mais um desafio ao qual a ROH terá de responder.
Conclusões:
A chegada de Adam Pearce para novo Head Writer da ROH, e a sua nova orientação para o Old School, constituem uma nova e julgo que acertada aposta da companhia para enfrentar as dificuldades que vinham enfrentando. Contudo, existem alguns riscos e desafios que se colocam á Ring of Honor na introdução de uma nova lógica de funcionamento, desafios que se não forem enfrentados da melhor forma podem criar um grave problema á companhia! De qualquer modo, esperemos que esta aposta traga uma lufada de ar fresco ao wrestling...pelo menos a mim, vai conseguir fazer-me voltar a ver ROH!
Fica por aqui mais um "Dias is That Damn Good"! Espero que tenham gostado e que COMENTEM!
Um abraço, Dias Ferreira!
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