Boas Pessoal!

Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", a coluna com maior número de edições na história do XBooker =P
Bem, como sabem, recentemente a WWE despediu algum do seu pessoal e prometeu emagrecer ainda mais o seu contigente num futuro próximo. Esta situação, que se diz potenciada pela grave crise económica que abala o mundo, não podia passar em claro e, por isso, é mesmo desta onda de despedimentos protagonizada pela empresa de Vince McMahon que vou falar!
Sigam, então, o texto...

Pontos Fortes e Oportunidades:
> Alívio do Roster - Para qualquer companhia de wrestling, ter de conjugar vários workers nas suas mais diversas divisões é um trabalho muito complicado e, por vezes, inglório. A verdade é que por mais que se queira, haverá sempre um ou outro wrestler a ser melhor tratado e posicionado que outros, pois é a lei da meritocracia e dos lucros que impera. Ora esta pequena introdução serve apenas para explicar que muitas vezes os roster são grandes, para fazer face a carências como os house shows, as tourneés, as lesões de wrestlers mais carismáticos e até para elevar outros jovens valores através de jobs...assim, sendo muitas vezes grandes, tornam-se também dificeis de gerir, porque não há tanta oferta/trabalho como procura/emprego...daí que a dispensa de alguns atletas excedentários seja um alívio não só financeiro, mas também ao nível da gestão de recursos humanos para a WWE.
> Poupança - Se é verdade que a gestão de recursos humanos fica facilitada, como referi anteriormente, não menos verdade é, que ao nível dos gastos e custos com os salários dos wrestlers e outros trabalhadores dispensados, fica tudo menos complicado. Temos de ser realistas, os wrestlers que trabalham nas grandes companhias, mesmo os mais baixos (no low card), auferem salários de fazer inveja e quando esses salários se juntam aos de outros trabalhadores que efectuam o desenvolvimento do "Cluster" da WWE no wrestling, então percebemos que se trata de uma maquinaria muito dispendiosa. A verdade é que se em períodos de bonança as empresas podem dar-se ao luxo de gastar mais com trabalhadores que talvez não sejam tão necessários, já em períodos de crise, não faz (de todo) sentido, ter pessoas a trabalhar e a auferir salários elevados, quando nem fazem falta...por isso, com estes despedimentos, a WWE sempre vai conseguir poupar algum do seu dinheiro e poder investi-lo noutra coisa qualquer que talvez até crie novos postos de trabalho.
> Pressão - Muitos podem considerar isto errado e outros nem dar-se bem com ela, mas a verdade é que sob pressão, todos nós trabalhamos muito melhor e com mais vontade. Ora a mensagem que estes despedimentos passam para dentro da WWE é clara, não estamos em tempo de "vacas gordas" e todos aqueles que não se aplicarem a fundo podem deixar de ser necessários. Deste modo, esta pressão no sub-consciente dos wrestlers e restantes workers da empresa pode levá-los a encarar o seu trabalho ainda com mais profissionalismo e atitude, de forma a desempenhá-lo da melhor forma possível para demonstrar que é realmente necessário e que o seu trabalho é essencial para a empresa...assim, consequentemente a rentabilidade dos trabalhadores pode realmente aumentar e a qualidade do produto apresentado pela empresa também!...Ás vezes o que é mau, também faz bem, é preciso é procurar pela oportunidade e ponto positivo em toda e qualquer situação =P
Pontos Fracos e Ameaças:
> Perda de Jovens Valores - Neste campo, tenho mesmo muito medo do que a WWE vá fazer, pois a perda de jovens valores que têm a sua qualidade e apenas necessitam de mais uma ajuda e oportunidade para demonstrar o que valem, pode estar eminente! Sinceramente, fiquei muito triste com as saídas do Gavin Spears, do Mike Kruel e do Bam Neely...se o primeiro e o segundo já conhecia da OVW e reconhecia neles o valor necessário para se imporem pelo menos no mid card da empresa, já o terceiro foi uma completa surpresa quando apareceu na ECW, no entanto, pareceu-me um excelente bodyguard! Eu sou defensor de um tipo de política na gestão de recursos humanos que seja muito rigorosa e rigída, mas é preciso ter também um pouco de sensibilidade para perceber quando são os bookers que estão a errar, ou quando são os wrestlers, ou ainda quando são os dois...até porque eles não vivem uns sem os outros, e quando um wrestler falha, possivelmente muita da culpa também está em quem o bookou..como tal, penso que é preciso dar tempo aos talentos para poderem ser trabalhados, fazendo sempre uma análise muito rigorosa e selectiva, mas de forma que não se percam jovens bem promissores como eram o Gavin Spears, o Mike Kruel e o Bam Neely, por exemplo!...Com isto tudo, só espero é que não despachem o Colt Cabana!!!!!!!
> Perda de Históricos - Se em cima referi a questão dos wrestlers mais jovens, agora chega a vez de abordar os wrestlers que se encontram na companhia há muitos anos e que por ela deram a sua vida. Daqueles que foram despedidos e que estavam há mais tempo na empresa, surpreenderam-me realmente pela negativa, as saídas de Val Venis e de Jimmy Korderas...o primeiro é já um wrestler histórico da companhia, e ainda que não tenha conseguido impôr-se ao mais alto nível (no main event), a verdade é que fez um enorme trabalho para a WWE e graças a ele muitos buracos foram tapados e muitos wrestlers levaram um push credibilizado (especialmente no início da década, onde o Big Val Venis tinha maior importãncia!), o segundo (Jimmy Korderas) era um árbitro que estava na empresa desde 1987, fazendo sempre bem o seu trabalho e tendo por isso, grande conhecimento sobre a forma como melhor trabalhar um combate (para quem não se recorda, este referee estava na SmackDown!). Penso que aqui a WWE errou e errou feio, pois passa uma mensagem muito negativa aos wrestlers e workers que toda uma vida trabalharam na empresa e que muitas beneces perderam em seu deterimento! O Vince deveria olhar de forma mais respeitosa para os seus empregados mais antigos, e mostrar por eles o mesmo afecto que eles deram à empresa!...espero sinceramente que o Hardcore Holly não siga o mesmo caminho do Val Venis...
> Desresponsabilização - Tal como qualquer outra empresa, em altura de crise, a primeira opção passa sempre pela redução dos custos com o pessoal e consequentes despedimentos. Ora sendo eu um rapaz com ideais de esquerda e profundamente solidário com a classe trabalhadora, não posso deixar de ficar preocupado quando a sobrevivência de famílias pode ser posta em causa com o despedimento do único elemento que consegue angariar fundos para o seu lar. Não me interpretem mal, não estou a contradizer-me com a primeira parte do artigo, simplesmente penso que a melhor opção para fazer face a uma crise não tem, nem deve passar obrigatoriamente pelos despedimentos...o desemprego só vai ajudar a crise a alastrar-se ainda mais e para além disso, muitas vezes a culpa de uma fraca produtividade não está em quem trabalha, mas sim em que coordena e gere os trabalhadores e seu trabalho, ou seja, os gestores. Deste modo, penso que a WWE não está a adoptar a melhor postura face à situação que enfrentamos, pois deveria mostrar-se uma entidade mais segura e responsável para com os seus, percebendo que os despedimentos sem justa causa e com o único propósito de diminuir despezas não são a solução mais perfeita, nem mais correcta. Ora esta situação ainda mais gravosa se torna, quando nos apercebemos que os lucros da WWE continuam a ser astronómicos...ou seja, parece que não basta lucrar, é preciso fazê-lo a uma escala ainda maior e não o conseguindo fazer, toca a descarregar nos trabalhadores para servirem como bode espiatório da situação!...realmente, é uma pena que o Estado norte-americano não criminalise tamanha irresponsabilidade social, mas enfim, é o capitalismo selvagem a que muitas vezes assistimos também em Portugal...
Conclusões:
Penso que a grande ideia e grande mensagem que eu queria passar era a seguinte...a WWE deve procurar gerir os seus recursos da melhor forma possível e se achar que tem elementos a mais, então como é óbvio não deve continuar com eles (pagando, no entanto, tudo aquilo a que os trabalhadores têm direito por despedimento sem justa causa), contudo, deve ter o cuidado de fazer uma análise criteriosa aos seus trabalhadores para saber quem realmente apresenta qualidade e resultados e quem carece deles. Já noutro campo, a empresa de Vince McMahon, não deve adoptar a mesma postura que a mais banal das empresas adopta, deve sim tentar perceber aquilo em que pode melhorar e apostar no apoio aos seus trabalhadores, porque a melhor forma de ultrapassar uma crise é com entreajuda e não lançando pessoas no desemprego, para gerar uma crise ainda maior e que consequentemente afecte ainda mais a empresa!
Bem, espero que não tenham achado o artigo confuso e que tenham percebido o meu ponto de vista, mas se tiverem dúvidas, já sabem...coloquem-nas na caixa de comentários =)
Espero que comentem!!
Um abraço, Dias Ferreira!
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