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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dias is That Damn Good #94 - "A Estagnação de Adam Copeland"

Boas Pessoal!



Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", a coluna com maior número de edições na história do XBooker! =P

Como devem ter percebido pelo sub-título da minha coluna de hoje, o tema em debate no texto que vos trago girará em redor de Adam Copeland, mais conhecido nos meandros do Pro Wrestling por Edge. Amado por uns e criticado por tantos outros, a verdade é que a estrela irreverente não deixa ninguém indiferente à sua carreira, performence e actuação. No entanto, terá Adam Copeland capacidade para continuar a crescer e evoluir!? Conseguirá ele fugir ao cansaço dos fãs pelo qual quase todos os wrestlers passam!? Terá ele estagnado!?...

São estas as respostas a que vou tentar responder nas próximas linhas...



Como sabem, Adam Copeland apareceu ao mais alto nível na WWE formando uma tag team com Christian, dando desde logo uma ideia bastante positiva das suas reais capacidades. Na altura, as equipas tinham uma importância mais relevante e a sua divisão era constituída por feuds e histórias que tinham não só uma grande atenção dos bookers, mas também dos fãs que apreciavam esta componente tão importante e que sempre marcou a modalidade. Neste equipa, em parceria com Christian, Edge ofereceu-nos talvez a última grande feud e os últimos grandes combates envolvendo equipas na WWE...refiro-me claramente aos embates protagonizados pelos wrestlers anteriores contra os Hardy Boys (Jeff Hardy e Matt Hardy) ou contra os Duddley Boys (actual Team 3D na TNA). Posteriormente, já no momento que viria dar origem ao fim da tag team a que pertencia, o heel turn de Edge e a sua revolta contra Christian, demonstraram claramente e aos olhos de todos que Adam Copeland estava realmente talhado para uma carreira a solo, uma carreira na qual apenas os melhores conseguem sobreviver. A WWE correu o risco e Edge assumio-o com tal qualidade que os pequenos embates com Chris Jericho e participações em combates de maior relevo ajudaram ainda mais à sua ascensão e credibilização no card...a respeito disto, importa lembrar o período em que foi o portador do Intercontinental Title, o mesmo título que lhe proporcionou um crescimento e evolução mais rápida.

Contudo, Adam Copeland nunca fora um wrestler que apresentasse um porte fisíco intimidatório ou que só por si fosse suficiente para o tornar num main eventer credível...toda a sua ascensão se fez devido numa primeira fase às grandes qualidades apresentadas nos combates e feuds de equipas e posteriormente, recorrendo à sua grande arma, as mic skills e capacidade de interpretar uma personagem. Na verdade, o Edge era um wrestler que vinha de uma divisão onde o move set e a utilização do mesmo ao longo dos combates era completamente diferente daquela que se verifica num combate de singles (e acreditem que na altura essa diferença se assentuava ainda mais que hoje...) o que fazia com que Adam Copeland nunca se sentisse muito à vontade num combate dito normal em que tivesse de enfrentar um adversário sem qualquer estipulação especial. A grande solução passou então por lhe atribuir uma heel gimmick de oportunista e rebelde, cujo objectivo seria capitalizar as suas grandes capacidades enquanto enterteiner de forma a sobrepô-las ao seu grande handicape, a actuação em ringue. A aposta não podia ter sido mais acertada, pois coincide com o grande período de ascensão do wrestler em causa.

Foi por volta desta época, que Edge se juntou a Lita e nos ofereceu feuds extraordinariamente interessantes e emocionantes, contendo ao mesmo tempo uma enorme qualidade...lembrem-se do Edge vs. Matt Hardy (altamente potencializado pelo real problema que tinha abalado a sua relação de amizade, devido á traição com Lita), ou do Edge vs. Kane (que numa tentativa de roubar a noiva ao gigante de vermelho nos ofereceu dos melhores steel cage's da sua carreira). No entanto, a carreira a solo de Adam Copeland levou o definitivo empurrão quando um verdadeiro senhor da modalidade decidiu que iria colocar mais uma vez o seu corpo ao serviço daquilo que mais ama, para elevar um novo jovem (algo que já tinha feito com Triple H e Randy Orton). Esse senhor foi Mick Foley, que numa feud em tudo brilhante conseguiu no fim da mesma que se produzisse um combate, em plena Wrestlemania, onde ambos tiveram um desempenho espectacular.



A credibilização final e o atingir do patamar mais alto da modalidade, chegou quando entrou em feud com o Super Campeão e então mais amado wrestler da WWE, John Cena. Eram dois wrestlers num excelente momento de forma e se Cena já tinha aniquilado todo o roster das brands por onde passara, faltava-lhe agora debater-se com este jovem que aos poucos ia criando uma base de fiéis seguidores (muito por culpa também, de algumas atitudes mais empolgantes que o envolviam com Lita). O que é certo é que a feud entre ambos durou muito e muito tempo, sendo que numa altura em que o público já se começava a fartar do longo reinado de John Cena, foi o próprio Adam Copeland quem teve o mérito de se conseguir fazer odiar tanto que o Cena continuou a ser apoiado (e acreditem que fazer isto só está ao alcance de alguém especial). Certamente que o período que se seguiu também foi importante na credibilização e estabilização da carreira da "Rated R" Superstar, no entanto, interessa sim passar ao momento em que foi transferido para a SmackDown e se juntou a Vickie Guerrero. Certamente que foi dos acontecimentos mais benéficos para a carreira de Edge, mas também da SmackDown e da própria Vickie. Na realidade, esgotada que estava a sua passagem pela RAW, Adam Copeland teve a oportunidade de numa nova brand onde seria a principal figura construir o seu legado e dar à sua carreira o necessário para se imortalizar da história da modalidade...e Vickie Guerrero que se tornou na General Maneger da brand e sua mulher, era o toque final que ele precisaria para alcançar os seus objectivos. O Edge teve de carregar um programa ás costas e a verdade é que o fez com bastante qualidade, ora feudando com Batista, ora com Undertaker..e até mesmo com Triple H. Contudo, é também neste ponto e no momento em que chegamos à actualidade que nos damos conta de algo que começa a não ser tão abonatório na carreira de Adam Copeland.

A carreira de wrestler é lixada e das duas uma, ou eles a sabem gerir de forma a aparecer apenas em momentos em que são queridos (e Roddy Piper foi o melhor neste tipo de gestão), ou os wrestlers têm de ter uma grande capacidade para inovar e se reinventarem...caso contrário, correm o risco de começarem a cansar os fãs e a tornar-se menos desejados. Ora como disse anteriormente, o Edge foi obrigado a carregar uma brand ás costas durante quase dois anos e a verdade é que isso provocou um enorme desgaste na sua personagem, mas pior que isso, a experiência e grande exposição a que esteve sujeito, não se reflectiu numa clara evolução das suas capacidades e qualidades. Se olharmos para trás, verificamos que o mesmo Edge companheiro de Lita e que combatia John Cena, é agora o mesmo Edge companheiro de Vickie Guerrero a combater o mesmo John Cena, sem que as suas qualidades de enterteiner tenham evoluído ou que as suas in-ring skills tenham melhorado. Relativamente ás suas qualidades enquanto enterteiner, não estou a dizer que elas são más, pois são excelentes...no entanto, tal como todo ele, não evoluíram e mantêm-se iguais hoje ao que eram há três anos atrás. Por outro lado, o Adam Copeland continua com os mesmos grandes problemas no que se refere à capacidade de definir um move set que se identifique com ele próprio, e isso reflecte-se mais uma vez na incapacidade que tem de oferecer combates de qualidade sem que uma estipulação especial esteja em causa. Por último, tristemente chegamos à conclusão que o fenomenal Edge necessita agora mais da Vickie que o contrário, pois todos conseguem ver que tem sido ela a base para toda e qualquer feud em que este participa.

Ora estamos então, perante um wrestler que sofreu um desenvolvimento e evolução notáveis em poucos anos, mas que no entanto, chegado a um patamar superior não conseguiu continuar a progredir...não me interpretem mal, o Edge é fantástico, contudo, é neste momento também alguém que está estaganado, dependente da Vickie Guerrero e com uma personagem a necessitar de ser reinventada, pois o desgaste a que foi sujeito começam a pesar um pouco na forma como o público olha para ele. Numa visão a médio/longo prazo, penso que Adam Copeland deveria começar a pensar na sua idade e na forma como quer terminar a sua carreira...pois o seu actual look e modo de combater não lhe vão ser com certeza suficientes num momento mais adiantado da sua vida, porque o seu corpo não o credibiliza e os riscos que corre nos seus movimentos não vão conseguir ser reptetidos quando a maturidade chegar. Penso, então, que é essencial para o Edge desenvolver um pouco mais os seus aspectos técnicos e até a sua própria imagem...conseguir construir um move set que o identifique e conte a sua história dentro do ringue é imperioso, mas dar uma outra credibilidade ao seu corpo também é uma aposta que não pode esquecer. Não estou a defender os corpos musculados ou o uso de esteroídes, no entanto, penso que o Adam Copeland poderia fazer um trabalho de ginásio mais específico de forma a ver crescer um pouco mais a sua massa corporal. De qualquer forma, o Egde tem capacidades e uma relativa juventude que me dão esperança de conseguir a tempo, reinventar-se a si e à sua personagem, de forma a conseguir fazer face às novas exigências...que com toda a certeza não podem ser respondidas do mesmo modo que vem acontecendo há quatro ou três anos para cá, quando falamos da Rated R Superstar.


Bem, e foi o fim de mais um "Dias is That Damn Good", que espero tenham gostado e comentem!
Um abraço, Dias Ferreira!

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