Boas Pessoal!

Bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", a coluna com maior número de edições no XBooker e, aquela que hoje atinge uma marca com conotações diversas (69)! looool
Pelo sub-título do artigo, facilmente perceberão que não trarei palavras muito agradáveis ou simpáticas para com os writers da terceira brand da WWE, e para com o modo como o programa tem vindo a ser conduzido.
Desta forma, aquilo que proponho com esta crónica, é apontar os graves erros e falhas que se têm vindo a cometer, num programa que estagnou, sem que houvesse uma razão aparente ou justificação para tal.
Não percam, então, o que se segue...

Em primeiro lugar, queria clarificar os leitores para o facto de não esperarem por mais um artigo a defender o regresso ao plano extreme e original da ECW. A meu ver, a ECW Original teve sucesso numa determinada época e contexto que lhe foi favorável, no entanto, também ela falhou e a prova disso foi o simples facto de não se ter conseguido sustentar, falindo, morrendo! Para além disso, todos sabem que Vince McMahon e a sua WWE são contra os valores preconizados por Paul Heyman na sua ECW Original, como tal, torna-se incompreensível que ainda exista uma larga base de fãs a criticar a opção da WWE para a brand ECW. Mas estas críticas e acusações, ainda, mais incompreensíveis se tornam quando não se consegue perceber e compreender a genialidade de criar uma terceira brand que funcione como uma plataforma avançada, de desenvolvimento, crescimento e amadurecimento para jovens wrestlers (Dusty Rhodes foi o teórico desta ideia). Na verdade, os tempos mudaram e os fãs também, logo torna-se necessário responder a novos desafios e carências, que não podem ser saciadas por valores e visões passadas, que fracassaram. Ora, com isto, gostaria de alertar para a imperatividade dos fãs não mais olharem para a brand ECW com preconceitos e ideias já pré-concebidas, porque só desta forma conseguirão compreender e analisar de modo isento, todos os desenvolvimentos em torno do programa e a própria brand em si. Isto é, aceitem a ECW Brand com a sua visão actual e critiquem as falhas com base no modelo que a concebe, não na forma como foi concebida na época de Paul Heyman.
Contudo, aquilo que estive a defender até este ponto do artigo, não invalida o tema escolhido para debater hoje, que relembro ser "Shoot on ECW". E não invalida, porque o facto de ter percebido aquilo que a WWE pretendia para a ECW e ter apoiado a sua visão para a brand, não me impede de estar em desacordo com a forma como o programa tem vindo a ser conduzido. Não irei, no entanto, abordar os primeiros tempos de vida de ECW enquanto brand da WWE, pois essa foi uma época mais preocupada e preenchida por sentimentos nostálgicos que o Vince pretendeu explorar e saciar...vou antes singir-me á altura em que a ECW passa a ser considerada uma plataforma mais avançada para jovens, e esse ponto de viragem deu-se após a coroação de John Morrison como ECW World Heavyweight Champion, numa altura em que era Dusty Rhodes o head writer da brand, e dura até aos dias de hoje!

Mas para analisar esta nova fase da ECW, temos mais uma vez de compreender o esforço empreendido pela WWE, para se afastar da ECW Original, tendo dispensado todos os wrestlers que pertenceram à primeira versão da ECW, enchendo o plantel de novos talentos e, posteriormente, introduzindo um novo ECW World Heavyweight Championship...tudo para vincar a ideia de que se trata de um produto novo e diferente. Contudo, e se foi agradável de início verificar o lançamento de jovens como CM Punk, John Morrison, The Miz, Kofi Kingston e mais recentemente Evan Bourne, já não podemos considerar tão positivo a total ausência de pensamento e organização do programa (especialmente após a saída de Dusty Rhodes para a FCW). Se repararmos bem, na ECW existem feuds, no entanto, não há storylines e, como estas não existem, deixa de haver legitimidade ou razão para criar feuds (algo dificil de perceber e confuso, mas que é uma verdade perfeitamente constatável); na ECW, o combate que foi opener numa semana, no programa seguinte pode tornar-se no main event, sem que haja uma explicação lógica para tal; na terceira brand da WWE, um espaço que deveria estar destinado ao jovens, é ocupado por wrestlers sem perspectivas de sucesso futuras, para que possa squashar um roster curto e pouco credibilizado; etc. E que apresentam os writers e membros da ECW brand em sua defesa!? Desculpas esfarrapadas...chega de dizer que os 45 minutos de programa são insuficientes; basta de desculpas com a falta de experiência, juventude e qualidade do roster; não colhe mais referir que são a ovelha negra da WWE; não, há que colocar um ponto final nesta situação! Os factores adversos não podem servir de desculpa para justificar a incapacidade dos writers da ECW, porque esta tem realmente muito material com potencialidade e qualidade para ser bem trabalhado e dar um novo alento aos fãs. Agora se preferirem continuar a dar pushes a tipos como o Mike Knox, ao invés de utilizarem a inteligência e a criatividade, não se queixem...
Como referi anteriormente, o caminho mais fácil tem de deixar de ser a opção priveligiada, é necessário pensar e é urgente agir no sentido de tornar os programas e wrestlers da ECW mais interessantes, criativos, carismáticos e mediáticos, pois só deste modo a brand conseguirá preparar as suas estrelas para os dois programas principais da WWE (RAW e SmackDown) e cumprir os objectivos a que se propôs. Olhando então para o cenário da actual ECW Brand, facilmente verificamos lacunas ao nível dos "Professores". Sim, uma plataforma para jovens necessita de wrestlers com qualidade reconhecida, muita experiência e cujo job tenha algum significado para o jovem talento que os derrotar. Daí que se torne incompreensível as presenças limitadas de wrestlers com estas características no roster da ECW, pois sabemos que apenas o Tommy Dreamer (cujo job já tem pouco valor devido ao papel de jobber que desempenha frequentemente) e o Fit Finlay (agora 1º contender) têm desempenhado essas funções, já que Mark Henry tem assumido o papel de main eventer e, sejamos sinceros, não conseguiria ensinar ninguém, uma vez que nem para ele sabe (lololol). Aquilo que proponho é, então, mais iniciativas do género da feud entre Tommy Dreamer e Jack Swagger, pois nota-se uma boa construção e build up, e percebe-se que o Swagger está a aprender e a desenvolver-se de forma gradual, como se quer e deseja, aproveitando muito bem o push que a feud com este "professor" lhe pode dar. Ora, para que situações semelhantes se verifiquem com mais frequência, é necessário limpar o roster da ECW, fazendo sair os wrestlers que não têm futuro (Boogeyman, Mike Kox e Mark Henry) e trazer wrestlers que possam ser o tal suporte para os jovens (à cabeça surgem-me nomes como William Regal que poderia ser muito útil devido á sua qualidade e credibilidade, e D-Lo Brown que anda a jobbar em dark matches da RAW e poderia também ele ser um bom "professor" para a ECW...para além disso, a RAW já tem tipos que podem dar jobs credíveis o suficiente, como Snitsky, Kane ou Mark Henry, se este útlimo se transferisse para lá!). Para concluir esta questão referente ao trabalho dos mais experientes da brand, penso que seria bom se o Finlay fizesse um heel turn e construísse uma boa feud com o Matt Hardy, de modo que o main event da ECW fosse potencializado e que o Hardy pudesse evoluir mais consequentemente, já que foi esse o propósito da sua transferência para a ECW.

Por último (e depois de ter referido a importância dos fãs perceberem que estão perante uma nova ECW; depois de ter apontado o dedo aos writers pelas suas desculpas esfarrapadas na justificação da estagnação da brand; e, depois de ter realçado a importância de dotar o roster da ECW de "professores" capazes de ajudar a crescer as jovens promessas), torna-se importante abordar o papel dos mais jovens e o modo como estes são escolhidos e lançados. Sabendo à partida que Matt Hardy, John Morrison, The Miz e Evan Bourne (agora lesionado) apenas estão na ECW para consolidarem as suas performences, uma vez que são wrestlers que estão num patamar superior e com qualidade para se fixarem no upper/mid card de qualquer uma das brands principais, temos de compreender a sua presença como forma de dar mais qualidade e star power à brand. No entanto, o programa não pode girar apenas em seu redor, porque outros wrestlers há que necessitam de oportunidades e de serem lançados. Como já referi, no caso de Jack Swagger as coisas foram bem feitas, notou-se que era jovem, cheio de qualidade e com grande potencial, e como tal, teve o seu spot e push que continua a justificar-se. Contudo, o que dizer das introduções de Ricky Ortis e Gavin Spears se comparadas com esta!? Claramente que foram mal estudadas, preparadas e efectuadas. No primeiro caso (Ricky Ortis), temos um wrestler que até possui talento, no entanto, já tem uns 33 ou 34 anos e, para além disso, sabe-se que não evoluirá o suficiente para se afirmar sequer como upper carder...então para quê apostar nele!? Deveria ter sido algo compreendido ainda antes do seu debut na ECW, por alguma razão existe um filtro chamado FCW! Já no caso de Gavin Spears, as coisas foram completamente diferentes. Este sim é um wrestler jovem, cheio de qualidade e com uma boa margem de progressão...contudo, atiraram-no aos leões sem uma preparação prévia para tal. Com certeza que a melhor forma de lançar um jovem, não é transformá-lo num jobber que aparece semana sim, semana não...se houvesse "professores" disponíveis, talvez se pudesse ter feito o mesmo que se fez com Swagger.
Ora, e que quero eu dizer com tudo isto!? Muito simples, a WWE tem um território de desenvolvimento que se chama FCW e é lá que estão as estrelas de amanhã, deste modo, a única coisa que os responsáveis das brands têm de fazer é observar as performences dos talentos que lá actuam e escolher os mais apropriados. No entanto, esta escolha deve seguir alguns critérios, não se pode apostar num wrestler só porque está no território de desenvolvimento à algum tempo, não, é preciso haver razões que o justifiquem. Ou seja, os writers ao escolherem os talentos em que vão apostar, têm de conhecê-los muito bem, fazendo um trabalho de casa que lhes permita estar informados acerca de itens importantes como idades, carisma, margem de progressão, mic skills, in-ring skills, etc. Itens estes, que são essênciais para saber quem escolher e quem rejeitar. A outra parte do trabalho prende-se com a arte e o engenho do writer, que certamente não pode voltar a fazer o mesmo que magicaram por exemplo no caso de Gavin Spears.
Em tom de conclusão, tendo wrestlers mais experientes a trabalhar com os mais jovens, resta aos já "consagrados" a responsabilidade de dar o toque final de requinte ao aumento de qualidade do programa...falo claramente de Matt Hardy, John Morrison, The Miz e Evan Bourne, que apesar de jovens conseguiram criar e justificar os seus spots.
E foi mais um, longo, "Dias is That Damn Good", que espero tenham gostado e COMENTEM!
Um abraço, Dias Ferreira!
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